“Há momentos que tudo de que precisamos é ficar quietinhos no colo de Deus e deixar o Pai cuidar de nós”! Experimentei isso hoje. É o primeiro Dia das Mães que passo sem minha mãe. E não é porque esteja atento ao protocolo da saúde que recomenda distanciamento, não! É que, para a distância que hoje nos separa, não há meios eficazes que nos aproxime. Com todo o aparato tecnológico que o mundo oferece, a distância a que me refiro é intransponível, são mundos distintos. Até posso senti-la, algumas vezes, tocá-la, porém, não mais. Beijá-la, jamais. Abraça-la, impossível! Sei que ela está ali, do outro lado e que olha por todos nós, mas é um corpo glorificado, é uma vida plena, ela está com Deus.
Para amenizar a saudade, o poeta quase sempre busca nas palavras, um meio de adentrar sua casa escura, uma forma de levar luz e cores para o palco da vida. De colorir de azul o céu de sua vida e do outro. Porque assim como a oração é a purificação dos nossos sentidos; ela, a poesia, é um libertar-se, é um caminhar pelo jardim da existência embevecido de amor.
Porque creio firmemente que Deus transforma as dificuldades em lições; as orações em alimento; a confiança em força; o hoje em aprendizado, o amanhã em vitória e a poesia em prece. Sendo assim, sem me arvorar a tal, pois poeta não sou; fiz meus rabiscos também nesse dia:
MÃE, O POEMA MAIS LINDO QUE DEUS ESCREVEU
Mãe. Você é uma fonte de amor, que o filho não esquece.
E nenhum deles esqueceu.
Ser mãe, é ser alguém que padece
Pelo filho que ainda nem conheceu.
Você, mãe, é o poema mais lindo que o Deus escreveu.
Você é a taça que transborda de amor, é coração.
Você é a nota mais linda de minha canção.
És ponte que aproxima e une, és direção.
És tu, a criatura mais pura que o mundo já viu.
O afeto maior, o meu altar-mor,
Ternura, doçura que alguém já sentiu.
Você é um teto repleto
De amor e perdão;
Es tu que nos estende a mão.
É a casa na rocha em constante edificação;
É escrita sem código,
Contrita, à espera,
Aflita, do filho pródigo.
Você é a porta que se abre nas noites de inverno;
És a dona do olhar mais belo, mais terno.
Te fostes de mim, de nós
E deixou-nos atônitos, calou minha voz.
Avisou, se foi, atendendo de Deus o chamado.
Aqui deixou: filhos muito amados,
Tantos agregados...
Congregou e fez-nos congregados.
Hoje, mãe, no espelho do passado a vejo ainda mais angelical.
Saudosos estamos de ti, mas a vejo, ao cair da tarde,
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