24 - MAIS UM TÍTULO: CAMPEÃO DA TAÇA GUANABARA - PRATELEIRA DE TROFÉUS E DE ÍDOLOS
Fernando Mauro Ribeiro
24 de abr. de 2021
4 min de leitura
Atualizado: 5 de mai. de 2021
Ainda outro dia eu escrevia aqui sobre a conquista da supercopa do Brasil, o oitavo título do Flamengo em dois anos. Agora, com a conquista da Taça Guanabara, soma-se mais um título, mais um troféu e mais motivo para a torcida comemorar. Pode-se dizer que, a cada nova adição à sala de troféus do rubro-negro, a geração de agora do Flamengo finca mais passos na escalada da idolatria no clube. O grupo atual se coloca em prateleiras poucos frequentadas nos últimos dois anos – são nove títulos no total. Mas como posicionar esses jogadores em relação a ídolos recentes, mas que viveram uma época de vacas magras].
O ex-jogador, o meia Petkovic, por exemplo, disse na semana passada que o Arrascaeta ainda não o superou. O sérvio entrou na memória dos rubro-negros, principalmente, pelo gol de falta no tricampeonato, contra o Vasco, em 2001, e pelo brilho na campanha do título brasileiro em 2009. E digo isso com conhecimento de causa, pois eu vivi intensamente cada um desses momentos. – Era um tempo em que eu ainda assistia aos jogos do Flamengo – Assisti até ao jogo decisivo contra o Grêmio em que o Flamengo sagrou-se Hexacampeão Brasileiro, ao vencer por 2 a 1, com um gol histórico de Ronaldo Angelim. Quase morri de nervosismo, tensão, de alegria e felicidade. Desde então, por questões de saúde, não assisto mais aos jogos do Flamengo. Sofro, torço e contorço do jeito que dá, mas não consigo permanecer sequer, durante cinco minutos diante da TV. Foi uma decisão minha, para preservar minha saúde. O sérvio mais amado do Brasil, Pet como passou a ser chamado, foi homenageado com uma música, tornou-se ídolo de uma nação e está definitivamente inserido na história do Flamengo.
Voltando à análise que fazíamos: esse período do Flamengo, embora muito menos fértil em dinheiro e taças, viu surgir outros ídolos rubro-negros como o goleiro Júlio César, o zagueiro Juan e Adriano. À exceção de Petkovic, uma característica que os une é a formação na Gávea. No elenco atual há mais protagonistas, um dos benefícios da saúde financeira fortalecida a partir de 2013. Mas a identificação não vem pelas raízes do clube.
O debate é carregado de subjetividade. Mas mentes rubro-negras, famosas ou anônimas, ajudam a traçar uma linha de raciocínio. Acho um erro, esse tipo de comparação. Disse outro dia no Face, quando torcedores propunham comparações entre Zico e Gabigol, Pet e Arrascaeta e outros jogadores. “É no mínimo injusto ou se preferires, desrespeitoso, dizer quem é melhor ou pior. São períodos diferentes, elencos diferentes, realidades distintas e todos eles têm um lugar no coração do torcedor rubro-negro”, conclui.
Opinião parecida tem um eterno ídolo do Mengão, o Capacete, ou maestro como vem sendo chamado ultimamente. Veja: “Acho um erro dizer que é o melhor ou o pior. Cada um terá sempre seu espaço no cenário do Flamengo. Logicamente, quem conquista muito, leva vantagem em relação aos que tiveram um grande desempenho e que não tiveram grandes conquistas”, salientou o ex-lateral Júnior, atualmente, comentarista do Grupo Globo.
O sucesso na Supercopa ressalta o papel de Diego Alves. O prêmio de melhor da partida foi para Arrascaeta que o contemplou com um carro zero. Mas, nos pênaltis, o goleiro Diego Alves mostrou porque é tão respeitado. Ele não precisou evitar rebaixamento como fez Júlio César, em 2004, mas é o primeiro nome de uma escalação de 1 a 11 que ecoará por gerações. Mesmo assim, ele evita se colocar num pedestal. – Não tenho como me enxergar dessa forma. A avaliação é de cada um. O Júlio, como outros goleiros, tem participação e grandes histórias no clube. Eu me sinto privilegiado em fazer parte da história do Flamengo – disse Diego Alves em entrevista ao jornal EXTRA.
Fernando Mauro Ribeiro baseado em artigo de Igor Siqueira e Marcelo Antônio Ferreira (extra.globo.com)
A DOCE ROTINA DE ERGUER TROFÉUS
Acabei de chegar de uma cerimônia de casamento: Carla & Rodrigo. Uma recepção para um pequeno número de convidados, onde se cortou o delicioso bolo e os noivos receberam os cumprimentos. No local da festa, por duas vezes, ouviu-se um barulho muito comum nos últimos tempos. É que através das redes sociais, um grupo de torcedores acompanhava a partida entre Flamengo e Volta Redonda. Final da Taça Guanabara, em que o empate dava o título ao Flamengo. Os dois momentos em que se ouviu a tal movimentação, nada mais eram do que os dois gols assinalados pelo Flamengo que venceu por 2 a 1, comemorou mais uma conquista e levou mais um troféu para estante da Gávea.
Para dizer a verdade, nem sei se houve comemoração por parte dos jogadores e torcedores. Essas conquistas estão virando rotina, o torcedor acaba se cansando de gritar, os jogadores se cansam de levantar taças, é só mesmo para cumprir tabela e confirmar a hegemonia do Flamengo no futebol estadual do Rio de Janeiro e de certa forma, também do brasileiro, conversavam, dois torcedores, quando eu deixava o salão de festas.
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