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EXPOSIÇÃO NISE DA SILVEIRA, UM PRIMOR, UM MOMENTO ÚNICO, IMPERDÍVEL. VÁ, VISITE E SE EMOCIONE!

  • Fernando Mauro Ribeiro
  • 2 de jun. de 2022
  • 4 min de leitura

Estive, em maio, no Grande Hotel Muriahe em visita à extraordinária Exposição, dedicada à não menos extraordinária Nise da Silveira. Que maravilha é adentrar aquelas duas salas e contemplar, sem pressa, cada peça. Que riqueza se extrai ao se deter diante de cada foto, pintura, gravura, escritos, manuscritos, cópias... objetos que retratam um fato, um momento, uma vida.

Descrever Nise da Silveira, é quase que impossível. Podemos recorrer à sua biografia. Mas, ela própria, disse não acreditar em biografias e por isso, apenas sinalizava os caminhos por ela percorridos. No mês passado, estando em Jacarepaguá, Rio de Janeiro, com um livro denso de quase 400 páginas, de Luiz Carlos Mello, cujo título é: “Nise da Silveira – Caminhos de uma psiquiatra rebelde”. São 43 capítulos: Infância em Maceió; Faculdade de Medicina da Bahia; Vinda para o Rio de Janeiro; Hospício da Praia Vermelha; Prisão na Ditadura Vargas; Anos de Clandestinidade; A Seção de Terapêutica Ocupacional... Li o Prefácio e a Apresentação, vi as fotos, - são várias, raras e de muita qualidade - folheei-o com voracidade e cheguei até as referências bibliográficas e os agradecimentos, já à página 367. Então, feito o primeiro contato, tenho que, por enquanto, deixa-lo de lado, e depois encontrar tempo para mergulhar nesse rico universo de Nise da Silveira.

No espaço cultural, o Grande Hotel, fui recebido com muito carinho por um jovem de nome Paulo Vitor. É você o curador da Exposição? Perguntei ao jovem rapaz, que disse-me: “Não! Sou estudante de psicologia. Gosto muito de estar em contato com a Arte e a Cultura. Estou estagiando aqui, e bastante impressionado com essa exposição”! Argumentei que a exposição tem muito a ver com o curso que faz e, estar em contato com o universo da Psiquiatria muito contribuirá no seu currículo.

Com a devida permissão, fotografei alguns momentos desse fantástico caminho de Nise, que nos propõe a exposição e devo inserir algo, nesse artigo que faço, a pedido de um amigo para o seu site, mas, impreterivelmente, faria para o portal Novo tempo. Mas exorto-vos, amados leitores, que mais importante que ler essa matéria, é ver a exposição, é acessar as escadas ou rampas que dão acesso àquelas salas mágicas e viajar por caminhos inimagináveis. Aliás, a matéria, tem como objetivo, leva-lo ao Grande Hotel Muriahe. E perdoe-me se pareço um pouco autoritário, mas eu diria que é mais que um convite, é uma convocação. Convide os amigos, vá em grupo, com a família ou só; mas não deixe passar a oportunidade de estar em contato com um mundo que se revela diante das telas.

Ainda jovem ouvi que, “de palhaço e de louco todos temos um pouco” e nunca me intrigou tal pensamento. Pelo contrário, o cultivei, porque imagino o mundo como um circo. E circo precisa de plateia, mas não sobrevive sem o palhaço. E em relação à loucura; todos nós a trazemos num cantinho da mente. Em alguns, ela se manifesta de forma silenciosa, em outros, se faz com estardalhaços que às vezes, até assusta. Ninguém quer ser visto como louco, “aluado”, lunático e nem mesmo excêntrico. Mas essas pessoas são tão comuns e tão normais.

O que é para você um lunático? Aquele que é influenciado pela lua! Diz-se de pessoa que tem manias, caprichos ou excentricidades que, antigamente, se supunha serem decorrentes da influência da Lua; maluco. Mas, diz-se também de ou aquele que é distraído, fantasioso ou sonhador; aluado. Diz-se ainda de ou pessoa que tem constantes mudanças de humor.

Lembra-te da canção de Guilherme Arantes: “Eu vivo sempre no mundo da lua, porque sou um cientista, o meu papo é futurista, é lunático. Tenho alma de artista, sou um gênio sonhador e romântico...” O que há de errado nisso? No mundo do Balão Mágico, o autor ia além: “Pegar carona numa calda de cometa, ver a via Láctea, estrada tão bonita... e voltar pra casa nesse lindo Balão Azul”.

Olha, estimado leitor: O Livro “Caminhos de uma psiquiatra rebelde” é denso, requer tempo. Se possível, assista o filme “Coração da Loucura”, em que a atriz Glória Pires, brilhantemente, interpreta Nise da Silveira. Com certeza, terá dado um grande passo para melhor entender a Exposição Nise da Silveira. Não necessariamente, mas, não deixa de seu um atalho.

Veja, apenas uma fala, um parecer de Nise, em relação ao livro “Caminhos de uma psiquiatra rebelde”: “Aprendi muito com os loucos e isto vem a atrapalhar um pouco o conceito de razão. Fala-se na fonte da sabedoria e na fonte da loucura. Mas elas não são duas. Não há fontes separadas, está tudo muito próximo. De vez em quando uma pessoa ajuizadíssima comete um ato de loucura que, felizmente diz muito a ela própria sobre sua forma de viver”. (Nise da Silveira)

Saiba que já retornei ao Grande Hotel, outras duas vezes, para contemplar a “mostra”, Nise da Silveira, pois além do que se vê nas duas salas, há um espaço em que você pode, confortavelmente, assistir a depoimentos e informações sobre o trabalho dessa indescritível Nise. Lembro-lhes que a Exposição vai até o dia 10 de julho. Mas, não deixe de ir!

Fernando Mauro Ribeiro.

 
 
 

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