Editorial: NAS AVENIDAS DO TEMPO A CAMINHO DA ETERNIDADE
Fernando Mauro Ribeiro
2 de out. de 2021
4 min de leitura
Confesso que estou meio perdido, sem saber por onde iniciar esse editorial.Outubro é consagrado às Missões; é mês do Rosário; celebramos nossa Mãezinha, a Virgem e Nazaré, nossa Mãe do Céu, surgia das águas o Rio Paraíba do Sul: Nossa Senhora Aparecida; lembrar que daqui a um ano teremos eleições presidenciais. Achas que está longe? Engana-te, pois os lobos estão aí, prontos para mais uma vez abocanharem seu voto!
Quero, nessa edição, falar um pouquinho de cada coisa, lembrar datas, fatos importantes e, uma síntese de tudo isso, é o Editorial. O Papa João Paulo I, na véspera de sua morte, dizia: “Amar a Deus é viajar com o coração até Ele”! Faço-lhe, amado leitor, um convite: quer viajar comigo nas páginas desse informativo, ao longo de mais esse mês? Sabemos que uma viagem implica deslumbramento, mas também sacrifício.
Exorto-vos, pois, que sem Deus no coração, nem adianta iniciar a caminhada, já que nos falta o essencial que é o amor.O amor requer totalidade. Quem ama verdadeiramente a Deus, amará o próximo, demonstrando-o com obras. O amor nunca atinge um limite, mas se intensifica a cada dia. Celebramos no dia 12, a Festa das Crianças e esquecemos de que elas precisam de “modelos” nos quais possam se inspirar. O exemplo e Jesus e de Maria é decisivo para elas estabelecerem seus valores e pautarem suas condutas.
Nosso país passa por graves e profundas crises financeira, política, ética e moral. Nossos políticos só olham para si mesmos, seu bem-estar, seu querer e suas insaciáveis de sede ganância e poder. Temos presenciado histórias tristes de pessoas que sufocadas por estes impostos desleais fecham suas empresas por não suportarem fardo tão pesado e injusto.
O resultado são milhões de brasileiros desempregados, máfia de arrecadação de multas, pedágios pesadíssimos. Todo esse dinheiro milhões, bilhões, trilhões sendo desviado dos setores públicos, onde deveriam ser investidos em hospitais, remédios, prontos socorros, educação, construção de novas escolas, pesquisas, estradas, segurança e etc. Já não falo do tão sonhado asfaltamento de nossas estradas. Como eu disse, as velhas raposas da política, passarão em seus carros de som, acenando para a população, na certeza de que novamente terão nosso voto.
Pessoas sendo tratadas com falta de respeito e dignidade. Pessoas que contribuíram com seu trabalho, seus impostos, sua vida para a construção de um mundo melhor, estão à margem, deixadas de lado, ignoradas por aqueles que eles elegeram para representa-las. É revoltante, é uma situação que cega, emudece, ensurdece e paralisa as pessoas, as mais inteligentes e as menos esclarecidas.
Estamos iniciando a restauração e adequação do Museu de Arte Sacra, nos próximos dias, mas, me assusta, as pessoas não querem saber de nossa história. Queimam, destroem nosso passado como se a vida só existisse a partir delas. Destroem a arte e a cultura com músicas, imagens, modas, palavras e atitudes terríveis e doentias. E o que buscam com tudo isso, se não o fim da verdade, da liberdade, da paz, do progresso e da individualidade?
Ao recordar de nosso compromisso de missionário, sugiro que transmitamos aquilo que basicamente aprendemos de nossos pais.Há uma frase que é atribuída a São Francisco de Assis, que diz mais ou menos assim: “Anuncie, evangelize... se necessário, fale”! Entendi, que mais que falar, devemos evangelizar com nossas ações, nossas atitudes, nossa vida. Que nossos exemplos dizem mais que mil palavras, já que as palavras convencem, mas os exemplos arrastam.
Nesse contexto, é oportuno que a atentemos para o seguinte: “Quem desce até junto do povo, sem antes subir a montanha da prece e da reflexão, melhor seria se ficasse em casa, porque não carrega nada de importante para transmitir. Na vida do missionário, ação e contemplação devem ser duas forças que se entrelaçam e se complementam. Ação enraizada na contemplação; contemplação perpassando o trabalho: eis a síntese da sabedoria, o segredo da eficácia. Cristo se abastecia no silêncio das montanhas para depois percorrer as planícies da Palestina.
Como eu disse ao iniciar essa nossa conversa; quando o convidei a caminhar pelos dias de outubro em minha companhia: “a missão é grande e nem sempre fácil”! Mas não podemos desanimar, pois o Senhor garante: “Eis que estou convosco todos os dias até o fim dos tempos”. Então, como cristãos-missionários, devemos direcionar nossa vida para Deus, com alegria, fervor e generosidade. A paz profunda e verdadeira brota, exatamente deste gesto de ser-em-Deus, de direcionar tudo para Deus.
Dentre outros, você vai ver, nessa edição que o rico calendário de outubro de 2021 possibilita à Catequese intensificar o trabalho a favor da cidadania. Dia da Criança (12) criança feliz é garantia do futuro do país. Dia do Professor (15) o educador é preciosa ajuda no crescimento humano. “Os melhores professores são aqueles que sabem se transformar em pontes, e convidam seus alunos a atravessá-las”.
São Francisco, Dia da Ecologia (04): a natureza bem cuidada é indispensável para a vida sadia. Nossa Senhora Aparecida (12): é mãe e protetora do Brasil, com ternura especial para com os excluídos. Mês das Missões: pelo Batismo somos todos missionários, portadores da Boa Nova de Jesus para o mundo. Dia das Américas e Dia da OMU (24): um compromisso nosso com as pessoas que escolheremos para governar o Brasil em 2022.
Ser missionário é sacralizar trabalho e descanso, luz e trevas, vitórias e derrotas, embebendo de eternidade as 24 horas de cada dia. Peço à Maria, mãe da Esperança, que fique sempre ao nosso lado nos dias de bonança, nas horas de tempestade. Mãe, vele nossos passos, quando a jornada cansa, nas avenidas do tempo, a caminho da eternidade.
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