top of page

30 - DESTINO AO AEROPORTO SALGADO FILHO EM PORTO ALEGRE, UMA PARADA EM IGREJINHA, POLO COMERCIAL DE CALÇADOS E ARTIGOS EM COUROS.

  • Fernando Mauro Ribeiro
  • 30 de nov. de 2023
  • 8 min de leitura

O almoço, nossa última refeição no Rio Grande do Sul foi em um restaurante Alles Blau, em Igrejinha, onde também fiz compras, adquirindo 3 pares de sapatênis puro couro e um cinto fasolo também de couro.


QUER SABER O MOTIVO DO NOME ALLES BLAU? 

 O nome tem a origem em uma expressão bastante comum nas regiões colonizadas pelos alemães. Alles Blau é uma gíria da língua alemã que significa tudo azul, ou seja, tudo bem em português. Tibúrcio Grings, proprietário do Alles Blau, encontrou neste nome uma forma de homenagear e eternizar a figura de seu pai, Almiro empresário reconhecido pelo desenvolvimento do ramo calçadista desta região e o fundador da A. Grings S/A – Calçados Piccadilly.

A expressão era muito usada por Seu Almiro quando perguntavam se estava tudo bem. A logomarca da Alles Blau, trazendo um alemãozinho sorridente com um gesto positivo, demonstra a filosofia de acolhimento e bem servir numa clara mostra dos ensinamentos passados por Seu Almiro a todos os seus descendentes.

  O que pude perceber é que, são muito acolhedores. “Que alegria e satisfação em recebe-los”, disse um funcionário da casa; o gerente talvez. Mas não tenho dúvidas de que prepararam com todo cuidado e carinho nossa hospedagem, proporcionando-nos segurança e conforto desejado. CASHBACK DA CRISTAIS DE GRAMADO: O ingresso dourado tem o valor de cinco R$ 5,00 que, pode ser utilizado na compra de qualquer peça.

 

CASTELINHO CARACOL – MUSEU E CASA DE CHÁ – UMA HISTÓRIA ENCANTADORA

  Às margens do Arroio Caracol, no ano de 1913 Pedro Franzen dá início q uma das primeiras residências de Canela, o castelinho Caracol. A residência de Pedro Franzen, sua esposa Luisa Sommer e seus 6 filhos, foi transformada em um Museu para visitação em 1985. Toda construída em madeira de araucária, com sistema de encaixes em seu primeiro pavimento, onde não se utilizou nenhum prego, apenas, poucos parafusos; seus cômodos estão ambientados com a origem da família de origem alemã retratam a vida da época. Ainda no Parque do Castelinho Caracol encontra-se a residência anterior, ‘Casa do Vô’, onde o casal morou até a finalização da construção. Aberto todos os dias das 9h30m até {as 17h30m, é uma parada obrigatória para quem visita Canela e para os amantes da história.

 

A CASA DO VÔ:

É uma encantadora viagem ao passado.


O CASTELINHO CARACOL:

É uma das primeiras residências de Canela. Foi construído no início do século XX, entre 1913 e 1915, pelo casal Pedro Franzen e Luiza Sommer Franzen. Transformada em Museu, a casa maior, na verdade, um castelo, cujo sistema construtivo sem uso de pregos, guarda objetos preservados que contam a vida da família Franzen e, é também uma inesquecível viagem no tempo.

Luiza Suzana Sommer (14/agosto/1882 – 9/maio/1954) nasceu em Teutônia, filha do alemão Henrique Sommer (1851-1928) que imigrou para o Brasil, vindo a residir em Estrela – RS e casando-se com Elisabeth Sommer. Comprou terra e pinheirais e viveram até o fim da vida em Canela, no Caracol, Luiza com 72 anos e Pedro com 93 anos. o casal teve seis filhos, todos nascidos no Caracol. a casa foi habitada até 1980 pela filha mais velha Irene, e em 1985, o Castelinho Caracol foi aberto para visitação, retratando a vida e os costumes da família de origem alemã.


A CONSTRUÇÃO DO CASTELINHO:

O Castelinho foi construído em madeira de araucária, pinheiro típico da região, com sistemas de encaixes e longos parafusos, sem o uno de pregos nas paredes. A madeira recebeu um tratamento biológico para se tornar duradoura, ficando imersa durante seis meses nas águas do Arroio Caracol e seis meses na sombra, (deixando a madeira seca, sem resina). No período em que o Castelinho foi construído a família morou em outra casa bem menor e modesta (primeira casa do aldeamento – que também visitei – A construção do Castelinho ocorreu no período 1913-1915. A edificação de dois andares foi projetada pelo construtor berlinense Schubert, que veio da Europa acompanhar a execução do projeto. A casa possui 12 cômodos, pé direito de 4,35m, e possuía energia gerada através de uma roda d’água de um moinho localizada nas águas do Arroio Caracol.


MUSEU E CASA DE CHÁ:

APFELSTRUDEL:

Não experimentei do Apfelstrudel – o tempo de duração da visita não permitiu – mas o aroma é dos melhores. Aliás, entrando no Castelinho o aroma que envolve a todos vem da cozinha. No fogão a lenha que original da Alemanha, são preparadas receitas da família. A mais famosa é a do Apfelstrudel (torta de maçã) servida com creme de leite fresco (nata) ou sorvete de creme. Para acompanhar o seu sabor único, chá de maçã, servido nas charmosas salas de chá da residência.

Todos os cômodos, com o mobiliário extremamente conservado, bem cuidado, limpo e exposto para o visitante admirar e registrar em fotos como no meu caso, em que fotografei todos eles. Veja:

 

SALA DE JANTAR:

Nesta sala, onde a família Franzen fazia as suas refeições, todos os móveis e louças são originais. destaque para a mesa de madeira com centro giratório manual (prática para uma família grande).


SALA DE MÚSICA E ESCRITÓRIO:

Os filhos do casal sempre foram incentivados à aprendizagem de diversos instrumentos musicais. A cítara (localizada em cima do sofá) era tocada por Irene, a filha mais velha, Anita tocava piano e violino, Cora e Ivone piano e gaita. destaca-se o gramofone, aparelho para tocar discos de madeira e a escrivaninha onde Pedro fazia suas anotações.


QUARTO:

Quarto com objetos de uso cotidiano e de decoração. Destaque para o carrinho de bebê, feito em vime, usado para o passeio ao ar livre. Já os lampiões expostos eram usados quando faltava energia, ou para iluminação externa.


QUARTO DE UTENSÍLIOS:

Pedro Carlos Franzen possuía uma serraria. Aqui, serrotes e utensílios de marcenaria utilizados para a realização dos trabalhos.


QUARTO DO CASAL:

Quarto com mobília do início do século XX. Destaca-se, em cima da cama, uma “bolsa” de água quente, feita de cobre; o casal Pedro e Luiza a usavam também para manter as cobertas aquecidas em dias frios


QUARTO DE VISITAS:

Antigamente os deslocamentos de um local ou região para outro, eram feitos à cavalo, por estradas de “chão batido” e demoravam dias para serem completados assim, era frequente acomodar as visitas, que no Castelinho tinham um quarto aconchegante e com vista para o Arroio Caracol


QUARTO DE BANHO:

A banheira esmaltada original era aquecida com água quente. A água era aquecida através da serpentina do fogão a lenha, instalado na cozinha. Esse sistema de aquecimento ainda é utilizado no Castelinho.


QUARTO DE BRINQUEDOS:

Para o entretenimento e brincadeiras das crianças da família, brinquedos em madeira, bonecas, livros em alemão e jogos da época.


QUARTO DE UTENSÍLIOS:

Geladeira (à querosene), batedores de manteiga, caixas de madeira, utensílios para a produção e preparação de alimentos.


SALA DE COSTURA:

Aqui, as mulheres costuravam e cuidavam das roupas da família. As cobertas e travesseiros usados eram feitos de penas de ganso, dos quais a família tinha criação, e eram confeccionados nas máquinas de costura de pedal da casa. Os pesados ferros eram aquecidos com carvão quente, colocados no seu interior.


TORRE:

Aqui, encontro-me na Torre do Castelinho que possui uma vista de 180 graus e era uma área de contemplação e convivência da família. Por ser um cômodo ensolarado, também era usado para secar as penas de ganso, usadas na confecção das cobertas e travesseiros.


O LEGADO DE PEDRO FRANZEN

Ela é chamada carinhosamente de “Tia Irene”, vive quase sozinha naquela casa, cujo estilo é de um misto de “cottage” da região dos lagos, no caminho para a Escócia, e as vivendas de linhas alpinas do Tirol alemão.

Construída por seu pai, Pedro Franzen, está tão conservada como no tempo em que ela e suas irmãs ali viviam jovens e atraentes, rodeadas de moços que as iam cortejar.

Não existe mais a serraria onde a roda enorme espadejava a água do arroio contra o sol da serra.

Pedro Franzen, serrador, deixou uma lição preciosa para os canelenses: seu amor à natureza.

Dono de quase toda a área do Caracol, do imenso pinhal que hoje é a derradeira reserva da região, Franzen só serrava o que precisava para viver.

De um outro lado da estrada, as araucárias sobem os morros e se perdem na distância. Parece um milagre a sua sobrevivência. O que teria o canelense adotivo Pedro Franzen dentro de si que conteve a ambição de bens materiais?

Em razão disto existe a localidade turística de Caracol, com seu parque e sua beleza e a moldura de matas nativas. E o legado, até sua casa de madeira de pinho de polegada que resiste ao tempo, tem sua verdadeira depositária na pessoa de sua filha Irene.

Pouco tem escrito sobre Pedro Franzen e só os mais antigos se lembram do alemão atarracado de olhos azuis, que sabiam acariciar a paisagem. O gosto de Franzen na escolha do local onde construiu sua casa que é hoje cartão postal de Canela, assinala sua cultura acima do comum, para a época. Desde que o arroio livrou-se da poluição, por ter a fábrica de celulose cessado suas operações de transformar a polpa do próprio pinheiro e de outras essenciais em pasta de papel, que a vivenda de Pedro Franzen vem renascendo.

A água que movia a serraria e produzia energia elétrica para iluminar a sala tão alegre de uma casa onde as moças eram o melhor colorido, correm cristalina por entre os viveiros e pessegueiros. A relva não tem agora o viço do verão, ainda tisnada pela geada, mas logo mais recuperará seu verde otimista.

Há por ali a nostalgia do passado, como se pudesse ouvir o riso dos jovens. Qualquer coisa de um romance para a adolescentes de 15 anos, que ficou presa nas teias de aranha molhadas pelo sereno. Teias que as crianças que se foram não puderam romper.

E “Tia Irene”, ainda esbelta como os salgueiros que se debruçam sobre o córrego, é o elo entre tudo isto.

Não se precisa desfiar a história de Pedro Franzen e suas filhas porque ela parece escrita na paisagem. É uma saga de fidelidade às tradições, onde o amor à natureza não é uma peça abstrata, porque está viva na conservação da casa de madeira que não envelheceu e na serenidade dos pinheiros centenários que infundem tanto respeito aos turistas.

Não sei porque não se ergueu, ainda, um pequeno monumento àquele homem que tanto amou seus pinheiros, e que poderia ter sido apenas mais um madeireiro tocado pelo fogo da destruição. o mistério das decisões de Pedro Franzen, só podiam ser esclarecidos por ele mesmo. ignorando a vastidão dos altiplanos cobertos de araucárias, ele abriu o próprio ventre da mata até descobrir um pedaço de terra perfumado pelas cerejeiras silvestres e pelas goiabeiras da mata.

O arroio descia impetuoso das alturas de Canela, e o machado do imigrante Pedro Franzen limpou o terreno, preparou os caibros e farquejou as tábuas sólidas do primeiro galpão. Era ali que ia viver até morrer. E ali deixaria seu legado – toda aquela exuberante natureza que é o recanto mais visitado da Encosta inferior do Nordeste.

Vinícius Bossle – Jornalista – Texto escrito na década de 70

 

MEU PARECER:

O que poderia eu acrescentar a esses registros? Nada, talvez! Mas como um entusiasta que sou da arte, um estudioso da história, um apaixonado pela natureza, um observador contumaz do ser humano, eu diria que o rastro da cultura alemã continua no Castelinho Caracol. Erguido como já disse aqui, em 1915; cenário do filme “As filhas do Fogo” de Walter Hugo Khouri, em 1978 – como me informou um guia com quem conversei no extenso gramado do Castelinho – só mesmo a tamanha dedicação pode explicar o perfeito estado de conservação da casa. Ao visitar o local, tive a certeza de que é possível regressar no tempo ao andar pelos 18 cômodos – há controvérsia, pois há quem diga que são 12 cômodos - equipados com móveis e utensílios da época. Um tiquinho frustrado por não ter provado da torta de maçã – o Apfelstrudel – porém, convencido de que preservar é possível, valorizar a história é preciso e esperançoso de que as futuras gerações valorizem esses espaços e busquem conhecer nossa história; porque para construir a confiança é preciso conhecer as pessoas.

Fernando Mauro Ribeiro 29-11-2023

 

 
 
 

Kommentare


Posts Em Destaque
Posts Recentes
Arquivo
Procurar por tags
Siga
  • Facebook Basic Square
  • Twitter Basic Square
  • Google+ Basic Square

Editor: Fernando Mauro Ribeiro - portalnovotempo.com - © 2017 PORTAL NOVO TEMPO CACHOEIRA ALEGRE/MG.

  • Facebook - Black Circle
  • Twitter - Black Circle
  • Google+ - Black Circle
bottom of page