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28 - QUERO MAIS SAÚDE: PALMADA PREJUDICA A SAÚDE MENTAL DA CRIANÇA

  • Fernando Mauro Ribeiro
  • 28 de abr. de 2021
  • 3 min de leitura

Atualizado: 5 de mai. de 2021

Estudo mostra que agressões leves e severas causam danos parecidos ao cérebro da vítima. Não são apenas as agressões violentas que causam danos ao cérebro da criança. As chamadas palmadas ou castigos físicos ou castigos leves que costumam ser aplicados por muitos pais, prejudicam a saúde mental dos pequenos de forma semelhante aos atos severos. É o que aponta um novo estudo da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Segundo a revista Crescer, a pesquisa se baseia em resultados de exames que mostram a intensificação de atividades de determinadas regiões do cérebro de crianças que levam palmadas em resposta a sinais de ameaça, o que ocorre em menor grau nos pequenos que nunca apanham.

Foram analisados dados de 147 crianças entre 10 e 11 anos que recebiam palmadas com frequência, mas não eram vítimas de violências mais severas. Os pesquisadores descobriram que as crianças que já levaram palmadas têm uma resposta neural maior ao ver as expressões de “medo” em várias regiões do córtex pre-frontal, área que responde ao estímulo do ambiente, como uma ameaça e afeta a tomada de decisões.

Isto não ocorre nos pequenos que nunca apanharam. A neuropsicóloga Déborah Moss, mestre em Psicologia do Desenvolvimento (USP) explica à Revista Crescer que uma alteração na atividade do córtex pré-frontal pode desosganizar uma pessoa do ponto de vista neurológico: Essa região que fica na parte interna da testa é responsável pelo autocontrole, atenção, concentração, crítica, memória... Uma mudança no funcionamento dessa área em crianças em fase de desenvolvimento e amadurecimento pode ter consequências duradouras.

De acordo com os autores do estudo, os castigos corporais na infância, em maior ou menor grau, estão associados a problemas de saúde mental como ansiedade e depressão, dificuldades comportamentais e abusos de substâncias. No Brasil, a Lei Menino Bernardo, conhecida também como a Lei da Palmada, está em vigor desde 2014. Ela tem como objetivo evitar que criança ou adolescente sofram castigos físicos ou abusos psicológicos como forma de punição.

O nome da lei, foi escolhido em homenagem ao menino Bernardo Boldrini, de 11 anos, morto pela madrasta, a ex-enfermeira Graciele Ugulini, com a participação do pai, o médico Leandro Boldrini, e dos irmãos Edelvânia e Evandro Wirganovick em abril de 2014.


VIOLÊNCIA NÃO AJUDA

As palmadas são inúteis para melhorar a conduta das crianças. Em dez minutos, a maioria já volta a fazer aquilo que a levou a apanhar.

Os castigos físicos antes dos 18 meses aumentam o risco de lesão.

O castigo corporal repetitivo aumenta a agressividade das crianças e os conflitos entre filhos e pais. O que, por sua vez, pode provocar ainda mais palmadas por parte dos pais, em um círculo vicioso e agressivo.

“Nós, adultos, temos direitos ‘porque sim’ não precisamos de provas. Por que com as crianças deveria ser diferente. Afirma o médico Carlos Gonzalez.

Aumenta a chance de que a criança seja desafiadora e agressiva no futuro.

Amplia o risco de problemas de saúde mental e de conduta.

Ter apanhado no bumbum foi associado com mais tentativas de suicídio, alcoolismo e uso de drogas na idade adulta.

As punições físicas ou simplesmente os abusos verbais (gritos, ameaças, insultos, humilhações) produzem mudanças no cérebro, que podem ser vistas mediante exames de ressonância magnética no adulto.

As crianças que sofreram abusos verbais têm mais problemas de conduta e sintomas depressivos na adolescência.

Fonte: Varlos González Pediatra e autor de Livros como “Bêsame mucho” e “Meu filo não come” – Revista Crescer




 
 
 

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