30 - OS CRISTÃOS E A POLÍTICA

Com frequência observa-se entre os católicos e os cristãos em geral um preconceito em relação à política e à atuação de cristãos na vida pública.

Para muitos, a política está comprometida de modo irrecuperável com a desonestidade e, por isso, pensam que um bom cristão não devia atuar nesse campo para não ter o risco de se envolver em corrupção e desonestidades.

Penso que não podemos estar alheios, que temos nossas responsabilidades. O mês de setembro está se encerrando, com ele, se encerram os comícios, os fogos, as carreatas e as manifestações mais populares e coletivas, nas ruas e praças. Assim, espero que haja menos barulho em minha Cachoeira Alegre.

Sei, evidentemente, que a campanha, a conhecida "boca de urna", a caça pelo voto, a busca pelo voto, a marcação implacável para que o eleitor não se desvie e, que se confirme o voto prometido... que tudo isso se estenderá até ao último momento de domingo, dia seis de outubro, quando se encerra a votação.

Sempre me mantenho um tanto distante desse "meio", nunca desempenhei papel de "cabo eleitoral". Como já disse, minha estratégia é distanciar-me. Há sim, aqueles que o fazem, que gostam de exercer esse papel, que se sentem confortáveis, que se orgulham e talvez, eles até sejam mesmo necessários. Não pense, caro leitor, que quando digo isso, sou indiferente, que me mantenho à margem. Não. Preciso me informar, leio, em outras eleições entrevistei os candidatos a prefeitos e vereadores e publiquei seus programas de governo aqui.

PARA OS CANDIDATOS, ESSA SEMANA É DECISIVA

É certo também, que ansiedade de cada candidato até ao momento derradeiro, quando os portões das seções eleitorais são fechados e o mapa de cada urna fixado na porta dos respectivos locais, para um resultado parcial, que será homologado, confirmado e proclamado e publicado nos Anais da História, sob a batuta do Exmo. Juiz Eleitoral (TRE), no Fórum, da Comarca de Palma.

Isso, contudo, não demora muito. Antes, com o voto editado, através das cédulas de papel, causava ainda maior apreensão. Com o advento das Urnas Eletrônicas, o processo é mais rápido e, os vencidos e vencedores tomam prévio conhecimento. o resultado definitivo, é divulgado algumas horas depois. Porém, não se espera a confirmação oficial. Seja o candidato de A ou B, o povo sai às ruas para as comemorações, para se celebrar a vitória.

         Mas, voltemos ainda à importância de se informar também em relação à Política: É inegável que os cristãos também estão expostos às muitas tentações de corrupção e práticas contrárias à fé e a moral. Como é inegável que existem muitas formas questionáveis, até mesmo reprováveis, de exercício das funções públicas, com as quais os cristãos não devem e nem podem concordar.

         No entanto, o preconceito em relação à política e a abstenção ou fuga dela não são atitudes mais adequadas. Os cristãos leigos não devem deixar de tomar parte na vida política por causa dos males no seu exercício. E quem milita nesse âmbito não deve ser abandonado a si mesmo.

 

OS CRISTÃOS PRECISAM OCUPAR O SEU LUGAR NA VIDA PÚBLICA       Isso poderia ter, como consequências indesejáveis, o isolamento e a solidão de quem atua na vida pública, com o risco de desorientação e fragilização de suas convicções e de sua atuação. A falta de participação e mobilização de pessoas honestas e bem-intencionadas na política deixa o campo ainda mais aberto a quem, talvez, não seja movido por propósitos tão honestos.

Os cristãos leigos precisam ocupar o seu lugar na vida pública. Os cristãos leigos não devem deixar de tomar parte na vida política por causa dos males no seu exercício.

        O período eleitoral é ocasião propícia para uma boa tomada de consciência de nossa responsabilidade como cidadãos e pessoas de fé, na luta por uma sociedade justa e fraterna e por um Brasil melhor para todos. Sempre é tempo de fazer uma análise, conhecer mais de cada candidato, ver se ele merece de fato o seu voto e decidir-se.

O voto consciente te dará a segurança necessária para, posteriormente, como cidadão, cobrar, daquele que você elegeu como seu representante na Câmara Municipal, assim como os seus gestores - prefeito e vice-prefeito - a quem darás as rédeas, na condução de nosso município.

Fernando Mauro Ribeiro