Os gremistas se lembrarão eternamente da sequência de dribles em um zagueiro alemão, em Tóquio. Renato dominou a bola pela direita e balançou o corpo duas vezes, seu marcador, olhos fixos na bola, só podia rezar. Um toque na bola com o pé esquerdo, acelerando em direção à linha de fundo, apenas preparou os golpes. Um breque, e o coitado zagueiro, atrasado, virou de costas. O outro toque de esquerda armou o chute, forte e rasteiro, entre o goleiro e a trave.
Os tricolores gaúchos também nunca se esquecerão do segundo gol que fez do Grêmio o dono do planeta futebol. Na área, Renato ajeitou com o pé direito uma bola desviada, cortou para a esquerda e bateu no canto. Os 2 x 1 sobre o Hamburgo valeram o título mais importante da história do grêmio, o da Copa Intercontinental de 1983.
Os rubro-negros se lembrarão eternamente da arrancada para o gol no Mineirão. Renato estava dentro do grande círculo quando a bola veio do campo de defesa. O único zagueiro a marcá-lo ficou para traz no primeiro toque, mas não desistiu. Renato escapou da falta, driblou o goleiro João Leite, que ainda tentou segurá-lo pela camisa. O toque para a rede vazia anotou o gol da vitória do Flamengo sobre o Atlético Mineiro por 3 x 2, levando o rubro-negro à final (que o clube ganharia) da Copa União, o Brasileirão de 1987.
Quem é Fluminense se lembrará eternamente do gol de barriga no Maracanã. Fla-Flu, final de campeonato, 42 minutos do segundo tempo. Ailton foi ao ataque pela direita e aplicou duas fintas em seu marcador. Já dentro da área, chutou para o gol, cruzado. A bola ia claramente para fora, mas encontrou a barriga de Renato e entrou. Foi o segundo gol dele no 3 x 2 que transformaram o Fluminense em campeão estadual de 1995.
Três momentos distintos no tempo, nas cores, mas protagonizados pelo mesmo ponta direita forte, rápido, dificílimo de ser marcado. E decisivo.
Renato Gaúcho profissionalizou-se no Grêmio, aos 20 anos. Na temporada seguinte, já era ídolo. Teve atuação marcante na conquista da Libertadores. Fez um dos gols do Grêmio no lendário empate de 3 x 3, contra o Estudiantes de La Plata, pelo triangular semifinal, e mandou a torcida argentina ficar quieta, esquentando ainda mais o clima de guerra, numa noite em que os gremistas temeram não sair vivos do estádio.
A personalidade forte e o caráter contestador o acompanharam durante toda a carreira. Foram idolatrias de polêmicas por onde passou e também de polêmicas como a do corte da seleção brasileira que disputou a Copa do Mundo de 1986.
Numa folga, Renato e o lateral Leandro perderam o horário de voltar à concentração. Bateram de frente com Telê Santana e não foram ao México. Renato nasceu Gaúcho em Guaporé. Mas a origem só virou sobrenome quando ele foi jogar para o Rio de Janeiro jogar no Flamengo, em 1987.
Passou uma temporada na Roma, mas logo voltou para ganhar títulos pelo Flamengo, Cruzeiro e Fluminense.
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