As Sagradas Escrituras partem do princípio de que o homem, no seu íntimo, conhece a vontade de Deus, que há um “saber com” profundamente ancorado em nós... e que este saber com o Criador, dado por Ele a nós na criação “à sua semelhança”, foi enterrado na história – não totalmente extinto... (Bento XVI).
O filho, desde o nascimento, vive com seu pai e, à medida que convive e cresce com ele, passa a conhece-lo muito bem. Por isso sabe o que o pai quer que e ele faça e como deve fazer; sabe o que agrada e o que desagrada ao pai .
O que foi profundamente ancorado em nós quando Deus nos criou, permanece; ofuscado pelo pecado, pela triste história do homem na separação do seu Criador, mas está lá, em nosso íntimo, em nossa alma...indelével! Não deixamos de ser imagem e semelhança de Deus, mesmo após o pecado. “Porque o nosso ser vem de Deus, podemos, apesar de toda sujidade que disso nos impede, colocarmo-nos a caminho da vontade de Deus (Bento XVI).
“A vontade de Deus brota do Seu ser e nos conduz à verdade do nosso ser, liberta-nos da alta-destruição pela mentira”. Nós ainda somos capazes de Deus. Ele pode e quer ser reconhecido por nós como “Pai Nosso”, nos capacita para isso. Deseja e espera isso.
Eu quero que a criatura compreenda que o seu lugar designado a ela por Deus, é em Minha Vontade, e até que esteja n’Ela, a criatura estará sem lugar, sem ordem, sem propósito. E eu, movido de compaixão por ela gritarei continuamente: “Entra no seu lugar, vem à ordem, vem tomar tua herança – a viver em tua casa... Vem para o teu lugar – a ele te chamo e aí te espero” (Jesus à Serva de Deus, Luisa Picarreta – 27-08-1926).
Olhemos para a Cruz. “Jesus ousou dar esse salto como ato do amor de deus por nós. Ele sabia que neste salto só podia cair nas mãos do Pai. Quem segue a vontade de Deus, sabe que nunca deixará de ter a Sua proteção. Sabe que o fundamento do mundo é o amor e, mesmo aí, onde ninguém quer ou pode ajudá-lo, pode continuar a confiar Naquele que o ama”.
Termino com a citação de São João Paulo II: Só o vosso pronto “sim”, à vontade de Deus, que muitas vezes foge ao nosso modo natural de ver as coisas, pode fazer-vos felizes e dar-vos desde agora, uma alegria íntima que não pode ser anulada por nenhuma necessidade externa”.
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