26 - CAROS AMIGOS

O Papa Francisco nos convida a visitar a parábola do “Bom Samaritano” em sua nova encíclica Fratelli Tutti, inspirada (mais uma vez) em São Francisco de Assis, que considerava “todos irmãos”. Não é tão incomum o encontro com os mais necessitados pelas ruas. Esses gritam no seu íntimo a ajuda que dificilmente irão receber, pois, certamente perderão a batalha contra a nossa indiferença, bastando para isso que desviemos o olhar. Outros passam também por eles, e igualmente não param.

Uma única pessoa, munida de um ato heroico, para e, por fim, oferece as duas maiores urgências do nosso mundo globalizado: ouvidos para ouvir e olhos para enxergar. Queridos dizimistas, é legítimo possuir bens, assim também como é legítimo ter funções e cargos. Mas que isso não turve nossa visão nem tape nossos ouvidos, diante do irmão que sofre ao nosso lado. Todos são nossos irmãos!

A Paróquia terá sempre uma dívida de amor para com os seus paroquianos dizimistas, benfeitores, pois estes, encorajados pela causa, descruzaram seus braços, não desviaram o olhar e ouviram o grito de ajuda de inúmeros anônimos. E é em nome desses anônimos que me dirijo a vocês e também àqueles que ignoram esses irmãos, no sentido de que em suas comunidades cristãs, adquiram uma consciência mais perceptível, mais viva de sua própria identidade eclesial.

Nesses dias, quando ainda vivemos as consequências deste momento especial que vem mudando, sem pedir licença alguma, nossos hábitos, rotina e nossas vidas, quando testemunhamos tanta dor, sofrimento e morte de nossos irmãos no Amazonas, Manaus e outros estados; ainda outro dia, vi, na TV: sete pessoas de uma só família faleceram no Pará, por falta de respiradores, falta de oxigênio. Quanta dor, meus irmãos; sete membros de uma única família vão à óbito por irresponsabilidade de nossos líderes políticos, para quem a vida do pobre não tem nenhuma importância.

Rezemos para que o testemunho de tantos cristãos que sofreram por Cristo e por sua Igreja, abra o coração dos homens ao amor de Deus. Muitos cristãos sofrem repressão dos regimes políticos que não aceitam os princípios da Igreja. Outros são perseguidos por denunciar as injustiças. Há os que são perseguidos pelo fanatismo religioso de outros credos. Jesus proclamou bem-aventurados os cristãos que sofrem perseguições por causa de sua fé.

As pessoas costumam se reunir formando grupos, com várias finalidades: política, social, psicológica etc. Os cristãos ao se reunirem formam comunidades. O que os distingue é o motivo que os leva a estar juntos: a aliança de amor com Deus e os irmãos. Na comunidade entram em contato com a Palavra de Deus, rezam, partilham os bens, participam da fração do pão, tornam-se irmãos. É da Eucaristia que vem a razão de ser e a força das comunidades. A Eucaristia é sacramento de unidade, de perdão, de caridade-serviço.