“... contemplaram a tua glória, ó Cristo Deus; para que, quando Te vissem crucificado, compreendessem que a tua Paixão era voluntária”.
O rosto e as vestes de Jesus tornaram-se fulgurantes de luz. Moisés e Elias aparecem e falam de sua morte que ia consumar-se em Jerusalém” (Lucas 9-31). Este trecho do Evangelho relata o episódio em que está intimamente ligado com a Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo, anunciada anteriormente pelos discípulos (cf Mateus 16-210 e rejeitada por eles. Afinal, não queriam a separação e o sofrimento do Mestre.
O anúncio do sofrimento não foi compreendido. Jesus tinha que ir a Jerusalém e lá sofrer. A morte passa pela cruz. A Paixão de Jesus é da vontade do Pai (cf Isaias 42-1) e, portanto, da vontade do Filho: Jesus assume o sofrimento por nós, voluntariamente! Era isso o que os discípulos precisavam compreender.
Nós também não compreendemos o nosso sofrimento. Por isso, o rejeitamos. Desejamos “armar uma tenda” para ficarmos livres dele. Porém, uma vez que o sofrimento faz parte da vida, a partir do pecado original, não podemos evitá-lo.
Sobre isso, diz Santo Agostinho: “A vida desce para se fazer matar; o Pão desce para ter fome; o Caminho desce para cansar-se da caminhada; a Fonte desce para ter sede; e tu recusas a sofrer”? (CIC 556)
Contudo, não devemos temer o sofrimento. Devemos, sim, assumi-lo como meio para nossa própria transfiguração. Sobretudo, como forma de reparação, por Cristo e em Cristo, o sofrimento assume um novo sentido, assim como toda a nossa vida.
O Senhor se transfigura e mostra sua glória divina para que nós transfiguremos e creiamos que se com Cristo sofremos, com Ele ressuscitaremos.
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