25 - DIA DE SÃO PAULO - SENHOR, QUE QUERES QUE EU FAÇA?
Fernando Mauro Ribeiro
25 de jan. de 2023
3 min de leitura
Fui à Missa pela manhã, na Capela do hospital que leva o nome de São Paulo. A primeira paróquia da cidade também leva o seu nome. Paulo é o nosso padroeiro. Digo nosso, porque me sinto um pouco muriaeense. Afinal, tenho mais tempo vivido aqui que em minha singela Cachoeira. Com os meus 66 anos a completar no dia 27 (depois de amanhã) são 46 anos vividos aqui na São Paulo do Muriahé.
Hoje é feriado na cidade de São Paulo que celebra, seu padroeiro. O padroeiro de minha cidade, é São Sebastião, por quem tenho devoção e um carinho enorme, aqui, no meu apartamento, em Muriaé, tenho uma imagem, - uma bela escultura do atlético soldado de Cristo - São Sebastião que faz parte da decoração de minha sala. Tem um lugar de destaque e está sempre ornado com um pequenino jarro de flores. São Sebastião é o padroeiro de minha terra natal. Paróquia de São Sebastião de Cachoeira Alegre – MG.
A cidade de São Paulo tem como padroeiro São Paulo. Por que é que se celebra hoje o dia de São Paulo? É que, na grande São Paulo se celebra no dia da conversão do santo. Enquanto aqui em Muriaé, celebramos no dia 29 de junho, dia em que fazemos memória à morte do grande apóstolo Paulo. Tenho também por São Paulo, um especial atenção. Sua história é linda, sua luta foi intensa, seu trabalho foi árduo. Ele é, ao lado de São Pedro, um dos pilares da Igreja Católica.
Fernando Mauro Ribeiro
HISTÓRIA: SENHOR, QUE QUERES QUE EU FAÇA?
A comemoração litúrgica da Conversão de São Paulo, no dia 25 de janeiro, é também a data do aniversário da fundação da cidade de São Paulo. A cidade nasceu de um trabalho missionário, em torno de um altar, de uma capelinha e de um pequeno colégio. Entre os missionários fundadores, em 1554, havia também um santo que muito honra a cidade e a igreja em São Paulo: São José de Anchieta, canonizado pelo Papa Francisco em 2014.
No seu encontro surpreendente com Cristo, às portas de Damasco, o apóstolo São Paulo tinha lá seus planos pessoais e pensava estar no caminho certo, mas estava cego de vaidade, soberba e ódio. Ao ser interpelado pela voz: - “Saulo, Saulo, por que me persegues? Ele quis saber quem o interpelava daquele jeito. – “Quem és tu, Senhor”? A resposta o derrubou de suas seguranças e pretensões ambiciosas: - “Eu sou Jesus, o Nazareno, a quem tu estás perseguindo”! Então Paulo perguntou, bem mais humilde: - “que devo fazer”? (cf At 22,3-16). Daí por diante, Jesus tornou-se para ele o caminho, a verdade e a vida.
Paulo tornou-se, como conhecemos, o ardoroso discípulo-missionário de Jesus Cristo, entregue inteiramente ao anúncio e testemunho do Evangelho aos povos. Fascinado por Cristo, nada mais lhe pareceu difícil nem pesado. Generosamente ele afirma: - “o meu viver é Cristo”! Nada mais lhe interessa tanto, como dedicar suas energias inteiramente à propagação do nome de Jesus Cristo e de levar as pessoas e os povos ao encontro d’Ele.
Paulo teve a compreensão clara da misericórdia de Deus, que o amava e chamava quando ele ainda era pecador e perseguidor da Igreja de Cristo. E assim, pode exclamar: “Ele me amou e por mim se entregou na cruz”! Ao amor só se pode retribuir com amor generoso.
A experiência da conversão de Paulo é paradigmática. Também nós somos chamados a perguntar, postos diante de Cristo. “Autor e consumador de nossa fé”: - “Senhor, que queres de mim? Que queres de tua Igreja? Faze-nos ouvir Tua voz, dá-nos abertura e disposição de coração para acolhermos Teus apelos; mostra-nos o caminho que devemos percorrer, converte-nos ao Evangelho, faze-nos de nós Teus discípulos, animados de vivo ardor missionário, para o testemunho do Teu Reino”!
Dom Odilo P. Scherer – Cardeal Arcebispo de São Paulo
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