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24 - O PAPA DO POVO: AGRADECIMENTO E ADEUS

  • Fernando Mauro Ribeiro
  • 24 de abr.
  • 3 min de leitura

Na últimas horas de Francisco, bênção, passeio e aceno com a mão para enfermeiro que esteve a seu lado 24 horas. Na manhã do Domingo de Páscoa, véspera de sua morte, aos 88 anos, o Papa Francisco fez a tradicional bênção “Urbi et Orbi”, da sacada da Basílica de São Pedro, no Vaticano. E surpreendeu os fiéis ao descer a praça São Pedro, para um passeio no papamóvel, perto da multidão. “Obrigado por me trazer de volta à praça”, disse o pontífice, em agradecimento ao seu enfermeiro Massimiliano Strappetti, que o incentivou a fazer a surpresa para os cerca de 50 mil presentes.

O relato foi compartilhado ontem pelo Vatican News, portal oficial do Vaticano. Segundo o texto, o Papa e Strappetti foram à Basílica no sábado para revisar o “caminho” a ser percorrido no dia seguinte, a bordo do veículo papal. Francisco teve dúvidas quanto ao passeio, que durou cerca de 15 minutos.

Você acha que consigo? Perguntou ele ao seu fiel escudeiro, que o tranquilizou. Era a primeira vez que o Papa descia à Praça, após a alta hospitalar de uma internação ocasionada por uma pneumonia bilateral que durou 38 dias, entre fevereiro e março. No trajeto, ele foi saudado pelos fiéis e abençoou de perto o público, em especial as crianças. Strappetti, nomeado seu profissional de saúde em 2022, o acompanhava.

O enfermeiro de 54 anos esteve ao lado de Francisco nos 38 dias de hospitalização na Policlínica Gemelli, em Roma, e 24 horas por dia durante sua convalescença na Casa Santa Marta, o “hotel” dos cardeais, escolhido como moradia pelo Papa.

Strappetti acompanhou os últimos momentos do Papa, quando recebeu dele, um gesto de adeus com a mão, segundo o portal do Vaticano: “Por volta das 5:30h, horário de Roma, surgiram os primeiros sinais do mal-estar, com a intervenção imediata de quem velava por ele. Mais de uma depois, fez um gesto de despedida com a mão para Strappetti”. Francisco morreu às 7h35 (2h35 de Brasília), de segunda feira, em decorrência de um AVC seguido de insuficiência cardíaca.

        Com longa carreira no setor de saúde, o fiel escudeiro começou a trabalhar na UTI da Policlínica Gemelli, mas logo passou a integrar a comitiva médica do Vaticano, em 2002, tendo servido também a João Paulo II e Bento XVI. Ganhou destaque ao ajudar o pontífice lidar com uma diverticulite em 2021. Na ocasião, o Papa creditou o sucesso da cirurgia ao enfermeiro.

- Ele salvou minha vida – disse Francisco, informando que Strappetti o convenceu a não adiar o procedimento. Depois disso, o então coordenador de enfermagem se tornou o assistente pessoal de saúde do Pontífice. Além da fé, os dois dividiam outra paixão: o futebol. Enquanto o Papa era torcedor do Clube argentino San Lorenzo, o enfermeiro torce pela equipe italiana Lazio.

Após o passeio à tarde, o Papa “descansou à tarde e jantou tranquilamente” relata o Vaticano News. Mais de meia hora após os sinais de mal-estar, o Papa entrou em coma. “Ele não sofreu. Tudo aconteceu rápido” segundo uma pessoa que o acompanhava contou ao portal. “Uma morte discreta, quase repentina”.

Com o terço nas mãos, o corpo de Francisco está na Capela da Casa de Santa Marta. De onde o caixão será levado em procissão para a Basílica de São Pedro. Lá ocorrerá o velório aberto ao público até sábado, quando haverá o sepultamento.

 

PONTÍFICE REFLETE SOBRE VELHICE E MORTE EM TEXTO

O Vaticano divulgou ontem, texto inédito, escrito pelo Papa Francisco em fevereiro e que será prefácio do livro do Cardeal Ângelo Sola intitulado “Na espera de um novo começo. Reflexões sobre a velhice”, que será lançado amanhã. No texto, o papa fala da importância de encarar a velhice como etapa positiva da vida. Segundo ele, “a morte não é o fim de tudo, mas o começo de algo”.

“Sim, não devemos ter medo da velhice, não devemos temer abraçar o envelhecer, porque a vida é a vida, e adoçar a realidade significa trair a verdade das coisas (...) Porque dizer ‘velho’ não significa ‘descartável’, como às vezes, uma cultura degradada do descarte nos faz pensar”, diz o pontífice em um trecho.

Em outro trecho ele escreve sobre o papel essencial dos avós como “faróis” que ilumina os mais jovens: “porque seu exemplo, suas palavras, sua sabedoria, podem inspirar nos mais jovens um olhar mais amplo, a memória do passado e o apego dos valores duradouros”. Por fim, fala da morte e da vida eterna: “(...) Uma certeza consoladora: a morte não é o fim de tudo, mas o começo de algo. É um novo começo (...) é o começo de algo que não terá fim”.

 

 
 
 

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