Com frequência observa-se entre os católicos e os cristãos em geral um preconceito em relação à política e à atuação de cristãos na vida pública. Para muitos, a política está comprometida de modo irrecuperável com a desonestidade e, por isso, pensam que um bom cristão não devia atuar nesse campo para não ter o risco de se envolver em corrupção e desonestidades.
É inegável que os cristãos também estão expostos às muitas tentações de corrupção e práticas contrárias à fé e a moral. Como é inegável que existem muitas formas questionáveis, até mesmo reprováveis, de exercício das funções públicas, com as quais os cristãos não devem e nem podem concordar.
No entanto, o preconceito em relação à política e a abstenção ou fuga dela não são atitudes mais adequadas. Os cristãos leigos não devem deixar de tomar parte na vida política por causa dos males no seu exercício. E quem milita nesse âmbito não deve ser abandonado a si mesmo.
Isso poderia ter, como consequências indesejáveis, o isolamento e a solidão de quem atua na vida pública, com o risco de desorientação e fragilização de suas convicções e de sua atuação. A falta de participação e mobilização de pessoas honestas e bem-intencionadas na política deixa o campo ainda mais aberto a quem, talvez, não seja movido por propósitos tão honestos. Os cristãos leigos precisam ocupar o seu lugar na vida pública.
Os cristãos leigos não devem deixar de tomar parte na vida política por causa dos males no seu exercício.
Oano eleitoral é ocasião propícia para uma boa tomada de consciência de nossa responsabilidade como cidadãos e pessoas de fé, na luta por uma sociedade justa e fraterna e por um Brasil melhor para todos.
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