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23 - A PRESENÇA DAS FLORES.

  • Fernando Mauro Ribeiro
  • 23 de abr. de 2023
  • 3 min de leitura

A PRESENÇA DAS FLORES.

Elas estão por aí, nos canteiros,

Nos jardins, nos viveiros,

São assim, no terreiro

De minha existência.

Plantou-as, minha mãe, com suas mãos de princesa,

E ali se deu um jardim de belezas:

As flores com suas cores, seus odores,

Se espalharam pelo quintal.

Cresceram na horizontal.

São lembradas nas festas e nas dores,

No romantismo dos amores,

Na mesa dos professores,

Nas salas dos doutores

E nos sepulcros das saudades

Onde nem tudo são flores.

Fernando Mauro Ribeiro

Cachoeira Alegre 17-04-2021


AS FLORES DO JARDIM DE NOSSA CASA

Flores de outono

Hoje saí fotografando o jardim que minha mãe plantou,

Que a chuva regou,

Que, com cuidado, a natureza observou

E com agrado, seu filho cuidou;

Quero falar um pouco da eternidade deste instante:

Aqui, te abraço em cada flor, como não havia a abraçado antes.

O jardim é o lugar da contemplação,

E a contemplação é o descanso do pensamento.

Sinto você mais perto, vejo seus movimentos;

Agora, o canto dos pássaros que compõem a trilha sonora...

Mãe, caminho por entre os canteiros, contigo no coração,

Te vejo em cada flor, nas folhas do “tinhorão”;

Só, sem plateia, estás nas flores das “azaleias”;

Mas estou aqui e te vejo nas flores dos pés de “beijo”;

Olho e a barra de tua saia, toca as folhas da “samambaia”;

Pequeninas, formosas e rosadinhas,

As belas “rosas de Santa Terezinha”;

Mãe, seu andar tem hoje mais leveza

Quando contemplas a “renda portuguesa”;

Às vezes, parece que vejo através de um espelho,

Suas mãos tocarem as “rosas” vestidas de vermelho.

Dizem que aquela ali se chama “dinheiro em penca”,

Sei não. Sei é que estou às voltas com a “avenca”;

Esses canteiros, flores, cores, tanta lembrança me traz,

Quando observo a brancura dos “lírios da paz”;

Te falei uma vez, das flores que vi no Chile

E em meio a tanta variedade, te encantastes com as flores do “buganvile”;

Mãe, e essas flores roxinhas que por aqui tem tanta,

As colhi para ornamentar a cruz, na sexta-feira santa;

Há flores aqui, que não sei o nome e, sabias até o sobrenome,

E o número do telefone.

Ah, mãe, quisera eu saber, pudera eu, quem me dera!

Talvez me diga, quem sabe, as folhas de “japudera;

Sabias que depois que fostes, não dera mais flores os “cactos”.

Vou conversar com todos e fazer com eles um pacto:

Mesmo que demorem, mas, que voltem a dar flores;

São efêmeras, tem vida curta,

Mas quero tê-las, assim como as flores de “murta”;

Há as heroicas “espadas de São Jorge”

E os delicados “sapatinhos de Nossa Senhora”;

Apesar do sol a lhe queimar as folhas com seus rigores,

Os “antúrios” resistem-no e ostentam lindas flores;

Aquelas amarelinhas e miudinhas, as que plantamos no campinho, - de folhas grandes em tom grenás e as que dão muitas flores cor de rosa – a “Maria regateira” tá sumida; a “sempre viva” morreu; cravinas, bambuzinhos e outras folhagens tantas que não sei o nome, ficarão no esquecimento. Mas elas não se importam com isto... ah, lembrei-me mais uma: “sangue de Cristo”!


OBS: São flores tão comuns, mas, que aos olhos do jardineiro e através das lentes do fotógrafo - que não sou -, elas se tornam belas. Aí estão apenas algumas espécies das flores do jardim da nossa casa, que com a ausência de minha mãe estão perdendo a vontade de viver. Porém, ao contrário de meu ídolo, - Roberto Carlos – que diz: “eu já não posso mais olhar nosso jardim, lá não existem flores, tudo morreu pra mim”! Quero continuar a cuidar das flores, mantê-las vivas, pois há muito de minha mãe naqueles canteiros. Aliás, ela é a flor mais bela de nosso jardim!

Fernando Mauro Ribeiro

Cachoeira Alegre 17-04-2021

 
 
 

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