Esses dias no Rio, RJ, têm sido de oração, trabalho e lazer. Sim, porque não consigo conceber a vida sem a oração, que é o combustível que me move. O trabalho, porque dignifica a criatura humana e é necessário também para dar sentido aos nossos dias. Embora aposentado, já há algum tempo, não consigo me imaginar na ociosidade. Então, utilizo do tempo que disponho para trabalhar projetos que foram adiados ao longo dos anos e, aos quais venho me dedicando nos últimos tempos.
Já o lazer, que pode ser entendido de várias maneiras, como por exemplo, a escrita, a leitura e ambientes culturais que germinam ideias e tecem histórias; digo que estou envolvido em um processo que é, em suma: fotografar Cachoeira e traduzir em palavras, um raio X, que tem como objetivo tornar-se o tão desejado e aguardado livro, “Um grito no silêncio”.
Nasci e cresci na pequenina Cachoeira Alegre, cercada de montanhas as quais imaginava atingir o seu cume, para poder tocar o céu. Depois o menino cresce e seu sonho é desbravar as matas, conhecer a selva das palavras para registrar sentimentos e transformá-los em poesias. Gosto de viajar, gosto das palavras, gosto da vida simples. “Somos do tamanho daquilo que vemos”, li isso na juventude, em algum livro de Fernando Pessoa. Preciso ver mais, ler mais, viajar, buscar novos caminhos, interagir... foi com esse pensamento que deixei minha Cachoeira, mas na verdade, nunca saí de lá.
O corpo viaja outros universos, mas o coração está lá, o pensamento rasga tempo e distância e me põe cara a cara com minha antiga casa, de onde, quando em menino espiava a imensidão do céu e das estrelas. Hoje, a mesma janela é moldura para esse quadro que contemplo, mas se o universo interior é mais amplo, é menos puro, menos colorido. Ali, sonho novos sonhos, outras buscas, outras procuras, desejo de reencontros impossíveis, vontade de desdizer coisas que preferia não tê-las dito.
O vale da imaginação é onde habita a poesia e como a poesia abriga em sua casa humilde, um turbilhão de palavras; a poesia é arte, a escrita, a leitura, a natureza, a arquitetura... a arte como a poesia, se revela também, nas coisas mais simples. Por isso, posso dizer que quando viajo ou num simples caminhar mais atento, pelas sendas, às vezes imperceptíveis, de minha terra, ou como ontem fizemos por esse Rio de Janeiro – de fevereiro e de todos os meses, de todos os tempos - estou fazendo arte.
A arte veio ao nosso encontro no Horto Santo Antônio, a natureza nos acena, já no portão de entrada e, no seu interior, harmoniosamente, convivem animais, plantas, a água pura da fonte, a Capela dedicada ao Santo, a Estação da Cultura, o extenso tapete verde que se estende no solo e uma variedade de flores.
Eu dizia depois para alguns amigos nas redes sociais: O Flamengo tá mesmo ruim das pernas. Vence, mas não convence. Nesse giro lá pelas bandas de Vargem Grande, passei pelo “Ninho do Urubu”, o Centro de Treinamento do Mais Querido. Queria ter à mão, um porrete, para adentrar o CT e botar esse time nos eixos.
O Rio de Janeiro é sinônimo de arte, entretenimento, cultura e lazer. E antes que me interrompa para dizer da violência, eu antecipo que concordo contigo. Mas não estou a falar disso. Dessas mazelas, a mídia fala à exaustão.
E para falar de fé e oração como assinalei no início desse artigo, digo que aqui também, vou regularmente à missa na Matriz de São Marcelino, aqui no condomínio Rio II. Rezo, antes da Santa Missa, o Santo Terço, com a comunidade. Hoje celebramos Santa Rita e Cássia. Santa Rita foi uma mulher vigorosa na fé. Enfrentou intempéries durante toda a sua vida. Mas jamais desistiu do amor, da esperança e da confiança em nosso Senhor. Soube enfrentar cada momento difícil de sua vida com a força de uma verdadeira guerreira. Soube sorrir diante das flores que lhe ofereceram como é próprio de quem sabe amar. E na hora decisiva de sua vida, suplicou o perdão divino. E nós que vivemos na pressa de nossos dias, será que somos capazes de perceber a ação de Deus em nossa vida. Pensemos!
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