22 - EU PEDI FAVORES... E DEUS ME DEU OPORTUNIDADES
Fernando Mauro Ribeiro
22 de jul. de 2023
3 min de leitura
Dando sequência à matéria “Cachoeira, eu te amo... E choro por tudo que a gente não realizou”, publicada ontem, nesse informativo, quero refletir junto com vocês sobre o que disse Jesus: Eu vim para servir”, que está em Marcos 10,45. O Senhor, com estas palavras, qualifica sua missão que deve ser, também a missão de todos nós, de toda a Igreja. E poderia iniciar propondo a seguinte pergunta: Que tipo de serviços à Sociedade somos chamados a desempenhar hoje? O convívio litúrgico e o convívio que promovemos nas festas do Padroeiro ou em outras circunstâncias de nossas comunidades são importantíssimos e essenciais, porém insuficientes.
Precisamos também e urgentemente, dos serviços de evangelização missionária e de solidariedade fraterna e pacificadora em relação às pessoas distantes, afastadas, necessitadas e carentes que não participam diretamente das nossas atividades internas. Devemos ser muito mais “Igreja em saída e solidária”. Quando temos um novo Bispo, Dom Edson José Oriolo, empossado em 24 de janeiro, pode-se fazer uma análise, - já nessa metade de do ano de 2020 – e creio que ele já tenha feito e concluído que, graças a Deus, temos várias iniciativas louváveis em todas ou quase todas as paróquias. E isto não é de hoje. Acontece desde o início da Diocese. Se fizermos uma pesquisa sobre as obras sociais da Igreja Diocesana, ficaremos maravilhados com a diversidade e a beleza das obras presentes e atuantes, não somente em nível grandioso, mas também e, sobretudo, em ações simples e até desconhecidas aos olhos humanos, porém, reconhecidas no coração de Deus.
Mas isto basta? É suficiente? Podemos fazer algo mais? É um dos questionamentos que fiz na matéria anterior. Alguns exemplos nos convidam à reflexão. No calendário da Paróquia e Comunidades se gasta mais tempo e esforço na manutenção das mesmas ou na ação missionária? E nossas Pastorais, Movimentos, Associações, investimos mais recursos econômicos para nós mesmos ou para os necessitados? Nós, enquanto agentes pastorais, quanto tempo reservamos para o serviço misericordioso em busca dos caídos que precisam da Palavra, do apoio e do sentido da vida? Quais são os espaços geográficos e humanos que nos fazemos presentes?
O título dessa matéria: “Eu vim para servir”, nos abre um horizonte grande de possibilidades e para a vida inteira. A Diocese propõe algumas iniciativas de ações reais e concretas.
1) Apoiar todas as instituições da sociedade civil que propõe ações boas, positivas e construtivas de acordo com os princípios do Evangelho.
2) Manter aberto e atuante o diálogo com os Poderes Públicos, sendo como uma voz firme na defesa dos direitos das comunidades mais carentes.
3) Ajudar no projeto popular da Reforma Política, ao assinar o texto proposto pela CNBB e outras Entidades, sem medo de ter assumido essa causa necessária e urgente.
4) Animar em nossas comunidades as Pastorais Sociais conforme as exigências e necessidades locais.
5) Acreditar sempre, e sobretudo, neste momento quando se aproximam as eleições municipais, que a violência não se supera com a violência, e sim com atitudes amorosas de justiça e de solidariedade que levem a proteger e executar as Políticas Públicas em favor de todos, particularmente das classes mais sofridas e excluídas. Precisamos todos ter um coração pacificador.
6) Valorizar e participar dos encontros que visem unir forças para ser a voz da população perante as Autoridades e as diversas expressões da sociedade. Não basta ficar se queixando e resmungando de forma isolada. É indispensável somar as forças de maneira efetiva.
7) Trabalhar seriamente na prevenção das drogas, especialmente nas escolas, com encontros que apontem os verdadeiros valores da existência humana. É nessa linha que urge o ensino religioso ecumênico. Se não, infelizmente, perderemos a juventude. E que futuro terão o País e as Igrejas?
8) Apoiar as instituições que buscam recuperar e incluir novamente na Sociedade quando se deixaram atrair pelo câncer social que é o mundo das drogas e das armas. Nesse esforço deve estar presente a espiritualidade, pois não se trata de curar somente corpos, e sim, de sarar as feridas da alma.
9) Indicar e preparar pessoas de boa índole, honestas e competentes para trabalhos Comunitários e de Participação Popular, que procuram construir uma Sociedade mais justa, correta e democrática.
Quantos projetos e sonhos para nós, como Paróquia, empreendemos em colaboração com a Sociedade, no esforço de construirmos uma Cachoeira Alegre de vida, paz e fraternidade, sob o olhar misericordioso e amoroso do Senhor Jesus?
Há uma prece conhecida e que gosto muito e recomendo que leiam frequentemente:
Eu pedi força... e Deus me deu dificuldades para me fazer forte.
Eu pedi sabedoria... e Deus me deu problemas para resolver.
Eu pedi prosperidade... e Deus me deu cérebro e músculos para trabalhar.
Eu pedi coragem... e Deus me deu perigo para superar.
Eu pedi amor... e Deus me deu pessoas com problemas para ajudar.
Eu pedi favores... e Deus me deu oportunidades.
Eu não recebi nada do que pedi... mas recebi tudo de que precisava”.
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