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21 - ROBERTO CARLOS FALA COMO SURGIU O TEMA DO FILME AINDA ESTOU AQUI

  • Fernando Mauro Ribeiro
  • 21 de mar.
  • 3 min de leitura

Quando se fala em “Ainda estou aqui”, a primeira pessoa que vem à cabeça, claro, é Fernanda Torres. Mas ela divide seu protagonismo com uma personagem que não aparece propriamente no longa indicado ao Oscar em três categorias e premiado como o Melhor Filme Internacional. A música tema, “É preciso dar um jeito, meu amigo” é tão citada quanto, e explodiu nos streamings depois da estreia da obra do diretor Walter Salles.

     Cantada por Erasmo Carlos, a canção foi composta em 1971, e era uma espécie de música “lado B” ou mais alternativa como se dizia na época dos discos de vinil. E não foi escrita só por ele, como a maioria pensa. A letra feita em poucos dias é de Roberto Carlos, amigo e parceiro de vida do Tremendão.

    Erasmo lançaria a música em seu disco “Carlos Erasmo...” que, segundo a crítica especializada, definiu o cantor após sua passagem pela Jovem Guarda.

        “É preciso dar um jeito meu amigo” foi feita em alusão às atrocidades cometidas pela ditadura Militar no Brasil e uma resposta ao desaparecimento do Deputado Rubens Paiva e de muitos outros.

     Um ano antes, Roberto havia retornado de Londres, onde visitou Caetano Veloso no exílio. Na volta, nascia “Debaixo dos caracóis dos seus cabelos” em homenagem ao cantor baiano. A censura não entendeu a proposta e pensou tratar-se de mais uma canção romântica do Rei, deixando a música passar ilesa pela censura.

  A grosso modo, bons rapazes, oriundos do movimento quase pueril da Jovem Guarda, Roberto e Erasmo estavam longe do faro dos censores na época, pois “não ofereciam perigo à sociedade”.

Mas os dois expressaram seus manifestos em termos de letra e melodia. Em entrevista recente, Roberto lembra como foi feita a música de 50 anos atrás, porém, superatual e adotada pelos jovens a reboque do filme:

   Numa noite em que Erasmo e eu estávamos compondo, em um momento começamos a falar de questões gerais do Brasil, e eu disse: “É preciso dar um jeito. Ele repetiu: “É preciso dar um jeito, meu amigo”. Então eu disse: Isso pode ser tema de uma música nossa. “É preciso dar um jeito, Meu amigo”.

        Roberto conta que a melodia meio que nasceu ali mesmo, na hora em que teciam suas considerações sobre o difícil momento do país na ditadura e a distância dos amigos.

“Eu cantarolei essa melodia sem letra, o Erasmo também seguiu cantarolando sem a letra. Nos encontramos depois, e eu já tinha adiantada uma boa parte da letra da música, partindo da conversa que tivemos antes. E, aí, a música ficou pronta, completa”.

    O cantor se diz feliz e orgulhoso com a repercussão que a música ganhou no mundo inteiro. Até porque, pouca gente sabe dessa face “militante” de Roberto Carlos, muitas vezes apontado como “isentão” injustamente.

        Vejo com muita alegria e meu agradecimento a Fenandinha Torres. Soube que foi ela quem sugeriu essa canção para o filme e, ao Walter Salles Jr. Meu aplauso para o Selton Mello e à minha querida Fernanda Montenegro e a todo esse grande elenco e equipe que contribuíram para esse grande sucesso no Brasil e no mundo.

Um orgulho para todos nós”. Festeja ele, que ainda não assistiu ao filme nos cinemas, mas já estou me preparando para essa grande emoção.

 
 
 

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