20 – DIA DA MÍDIA: O DIREITO DE COMUNICAR
- Fernando Mauro Ribeiro
- 20 de jun. de 2023
- 2 min de leitura
O ser humano tem direito à comunicação e não simplesmente direito à informação. A comunicação é uma das suas necessidades básicas, fundamentais para a qualidade da vida em sociedade. Ninguém duvida dessa verdade, porém, esta realidade ainda falta ser construída. Alguns passos foram dados, mas muitos obstáculos precisam ser superados para que todos possam usufruir desse direito com liberdade.
Atualmente, podemos dizer que há muita facilidade de produzir conteúdo e até de transmiti-los, especialmente pela internet, mas isso ainda está longe de ser garantia do exercício do direito de comunicar. Nesse emaranhado de “conteúdos” é quase impossível descobrir o que é verdade, e ainda por cima, os poderosos que controlam os meios de comunicação determinam o que pode e como deve ser comunicado.
O constante surgimento de novas técnicas aperfeiçoa a comunicação e faz emergir novas possibilidades. Na década de 60, o Vaticano II percebeu, na inesgotável fonte dos meios de comunicação, “algo maravilhoso” e de grande importância para a promoção do ser humano e convidou a Igreja a “acolher e promover os meios de comunicação social, maravilhosas invenções da técnica, que a criatividade humana, com a ajuda de Deus, tira das coisas criadas”. (IM 1).
A comunicação de massa é um fenômeno relativamente recente. Alguns pesquisadores apontam a imprensa de Gutenberg (1439), como ponto de partida. Os livros produzidos em série, a partir do século XV e os primeiros jornais do século XVII, aos poucos, ganharam novos companheiros. O cinema chegou ao final do século XIX, o rádio e a televisão chegaram no início do século XX. A igreja, no entanto, acompanhava o surgimento da evolução desses meios com certa desconfiança.
O Inter mirifica nasceu para orientar os cristãos no uso correto dos meios de comunicação social. Reconhece neles a capacidade de movimentar pessoas e sociedade, e a importância no desenvolvimento do ser humano e da evangelização. (Mi – 3). Por isso afirma a primazia do direito à informação; “É inseparável da sociedade o direito à informação sobre os assuntos que interessam aos homens e mulheres, quer individualmente, quer em sociedade, conforme as condições de cada um”. )IM – 5). Este direito é visto pela Igreja, não como objeto de interesses comerciais, mas como um bem social.
Ao defender o “direito à comunicação”, o projeto Inter mirifica está um passo à frente em relação ao Relatório Mac Bride, “Muitas vozes, um só mundo: Comunicação agora e no futuro”, que alguns anos mais tarde, assegura ao homem o “direito à informação”.
O Inter mirifica, além de ser o primeiro documento a discutir sobre os meios de comunicação de massa, aponta várias iniciativas que, ao longo dos anos, foram se concretizando, como por exemplo, a criação do Dia Mundial da Comunicação Social. Neste dia o Papa publica uma mensagem como forma de atualizar o conteúdo do Vaticano II e adaptá-lo à novas descobertas e compromissos humanos. “O silêncio é um elemento de integração, porque favorece o discernimento e aprofundamento. É o primeiro passo no acolhimento da Palavra.
Clemilson Teodoro – Missionário da Imaculada – Padre Kolbe
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