20 - DIA DA AMIZADE E DA CONVIVÊNCIA - PRINCÍPIOS PRÁTICOS PARA UMA CONVIVÊNCIA SAUDÁVEL
Fernando Mauro Ribeiro
20 de jun. de 2021
4 min de leitura
Se viver não é fácil, conviver então, é algo extremamente desafiador. Por não ser simples a convivência com pessoas ou grupos, muitos têm preferido se isolar e evitar construir relacionamentos mais íntimos e duradouros. Entretanto, ainda que se relacionar seja uma tarefa difícil e envolva riscos, esse é o propósito de Deus ao criar o ser humano.
A Bíblia nos revela que Deus, desde o início declarou que não era bom que as pessoas estivessem sozinhas (Gn 1,28). Deu liberdade para que elas se multiplicassem e ocupassem toda a Terra (Gn 1,28). Devemos nos preparar para a vida e para os relacionamentos, que podem ser tranquilos ou tensos, cheios de conflitos. A Bíblia se encontra repleta de experiências de problemas interpessoais. Ela não mascara todas as dificuldades que podem estar sujeitos aqueles que procuram se relacionar.
No Antigo Testamento podemos citar o caso de Adão e Eva, o primeiro casal que tão cedo viveu uma grande divergência, exatamente porque não concordaram quanto ao motivo de seus pecados no Jardim do Éden (Gn 3). Também, logo em seguida, a briga de seus dois primeiros filhos, briga esta que culminou num homicídio (Gn 4).
No Novo Testamento, não foi diferente. As dificuldades nos relacionamentos continuaram. Podemos citar de início o desentendimento de dois dos discípulos de Jesus, que discutiam entre si, sobre qual seria o maior no Reino dos Céus (Lc 22,24). Na Igreja primitiva, Ananias e Safira mentiram aos seus irmãos (At 5).o Apóstolo Paulo, por diversas vezes, em suas cartas, fez menção à desunião da Igreja e apelou para a Paz. Foi testemunha em sua lida missionária de várias tensões interpessoais.
Ao escrever aos Coríntios expressou o seu temor em estar com eles e ter de se deparar com brigas, invejas, iras, divisões, calúnias, intrigas, arrogâncias e desordem. (II Cor. 12-20). É importante dizer que, embora possamos encontrar registradas muitas experiências de dissensões, os conflitos jamais são aprovados. Pelo contrário, são apontados como pecados e, portanto, passíveis de consertos e reparação.
Em vários textos e livros da Bíblia, podemos encontrar princípios para uma convivência saudável: Provérbios; o Sermão do Monte; Tiago, etc. Entre as várias instruções práticas que podemos encontrar nestes textos, destacaremos aqui as instruções do Apóstolo Paulo encontradas em sua Epístola aos Romanos, capítulo 12. 9 a 21. Ele diz:
“O amor seja sem hipocrisia. Detestai o mal, apegando-vos ao bem. Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns pelos outros. No zelo, não sejais remissos, sede fervorosos de espírito, servindo ao Senhor; regozijai-vos na esperança... praticai a hospitalidade... abençoai os que vos perseguem... alegrai-vos com os que se alegram e chorais com os que choram, em lugar de serdes orgulhosos, condescendei com o que é humilde... não torneis mal por mal... se possível, enquanto depender de vós, tende paz com todos os homens, não vos vingueis a vós mesmos... não te deixeis vencer o mal por mal, mas vence o mal com o bem”. Neste texto, podemos extrair os seguintes princípios práticos para uma convivência saudável. São eles:
AMAR COM SINCERIDADE:
Nosso amor deve ser autêntico, sem dissimulação e sem máscara. Aqui não vale o abraço fingido e cumprimentos falsos. Devemos ter coragem para externarmos nossos reais sentimentos, evitando dessa forma, um relacionamento marcado pelo cinismo e pela superficialidade.
ABENÇOAR E NÃO AMALDIÇOAR:
Quando somos caluniados ou maltratados, nossa tendência natural é desejarmos o mal para aqueles que nos ofenderam. Entretanto, o nosso comportamento deve ser o de abençoar e não amaldiçoar as pessoas. Devemos falar palavras desejando o melhor para os outros, mesmo que eles tenham nos ferido ou magoado. (Lc 6,28; I Cr 4, 12-13; At 28,19).
TER OS MESMOS SENTIMENTOS UNS PARA COM OS OUTROS:
É colocar-se no lugar do outro e amá-lo como se a dor fosse nossa dor. Não podemos permitir que o orgulho e a vaidade pessoal assumam o controle de nosso ser. Atitudes de humildade e misericórdia nos ajudarão a manter o diálogo, abrindo assim o caminho para a restauração do relacionamento.
VENCER A VINGANÇA:
Outro importante princípio para uma convivência saudável é não procurarmos fazer justiça com as nossas próprias mãos. É não ser revanchista, é não desejar o mal como recompensa a um mal recebido. “A vingança pertence a Deus”, diz a Palavra. (Heb. 10-30; Naum 1:2).
TRATAR BEM O INIMIGO:
Este último princípio talvez seja o mais desafiador. Além de não procurarmos ser vingativos, Jesus nos ensina a cuidar bem deles. O que a Palavra do Senhor quer que nós entendamos é que, ao trata-lo com bondade, estamos permitindo que ele reflita sua culpa e se arrependa. É um ato profundo de amor. Mat 5.44; I Pe. 3:9).
Em todos os dias de nossa existência estaremos rodeados de pessoas que proporcionarão alegrias ou tristezas. Devemos estar preparados para isso, pois relacionar-se envolve riscos. Entretanto, a Bíblia nos adverte dizendo: “No que depender de você, tenha paz com todos”. Devemos com amor e responsabilidade fazer a nossa parte. Se cada um fizer a sua parte na relação, olhando para outro com amor, doando-se, certamente estes dias de convivências serão mais agradáveis e abençoados.
Ver. Jonas Mendes Barreto – Jornal Espaço Metodista
FRASES IMPACTANTES:
“O homem é solitário porque é singular, mas é convidado à comunhão. Ora, o pecado nos divide e nos isola. Precisamos procurar-nos, alcançar-nos, reunir-nos uns aos outros.
Michel Quoist
“Aqueles que, sem nos conhecerem bem, pensam mal de nós, não nos prejudicam; não é a nós que atacam, é ao fantasma da sua imaginação”.
Jean de La Bruyére
“Sendo compassivo para com os outros, revelo minha gratidão para com Deus”.
Ruby I. Kingswood
“A verdade dita com amor produz sempre um resultado melhor”.
Simoton Araújo
“Neste globo diminuto, os homens não podem mais viver como estranhos”.
Adlai E. Stevenson
“Perdoando, abandono meus próprios direitos de me vingar e deixo toda a questão da justiça nas mãos divinas”.
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