20 – BOLSONARO DENUNCIADO POR TENTATIVA DE GOLPE E PGR PEDE 43 ANOS DE PRISÃO
Fernando Mauro Ribeiro
20 de fev.
3 min de leitura
A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou ontem, ao Supremo Tribunal Federal (STF) o ex-presidente Bolsonaro (PL) e mais 33 pessoas, - sendo 24 militares – por participação em trama golpista para mantê-lo no poder após ser derrotado por Luiz Inácio da Silva, nas eleições de 2022. A denúncia foi oferecida pelo procurador-geral da República Paulo Gonet e será apreciada pela Primeira Turma da Corte, após ser liberada pelo relator, ministro Alexandre de Moraes. Segundo as acusações, Bolsonaro cometeu os crimes de organização criminosa armada; golpe de Estado, tentativa de abolição do estado democrático de direito, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado. Em caso de condenação, as penas somadas podem chegar a 43 anos de prisão.
EVIDÊNCIAS CONTRA O PREDIDENTE
Minuta golpista: Depoimentos de ex-comandantes e ex-auxiliares, mensagens e registros do Palácio da Alvorada apontam que Jair Bolsonaro apresentou um decreto golpistas aos comandantes das Forças e que o ex-presidente analisou e pediu alterações no texto. A ofensiva não se concretizou porque não teve o aval dos então comandantes do Exército e da Aeronáutica. Bolsonaro nega as acusações.
GOLPE SERIA PARA MANTER BOLSONARO NO PODER E IMPEDIR A POSSE DE LULA
Bolsonaro mandou monitorar Moraes. Ministros do STF foi seguido por agentes do ex-presidente, segundo delação do ex-ajudante de ordens.
De acordo com o ex-ajudante de ordem de Bolsonaro a ordem para a vigilância, - para monitorar Alexandre de Moraes - veio sempre do ex-presidente
Nervosismo: Mauro Cid disse que Bolsonaro recebia muitos informes e, “às vezes, aloprava”.
Delação de Mauro Cid foi um dos elementos de denúncia da PGR contra Bolsonaro e mais 33 pessoas.
Cid disse que o deputado Eduardo Bolsonaro e a ex primeira dama Michelle Bolsonaro faziam parte de um grupo próximo ao ex-presidente que incentivava o golpe de estado.
Com base na delação e em outras provas colhidas na investigação, a PGR dividiu os participantes da trama golpista em núcleos:
POLÍTICO: Gerenciamento de ações (responsavel pela confecção da minuta do golpe).
OPERACIONAL: (que praticaria atentados) o de desinformação e ataques às urnas.
VENDA DAS JÓIAS RENDEU 86 MIL DÓLARES
Mauro Cid afirmou que entregou 86 mil dólares (490 mil, pelo valor do dólar ontem) em espécie, de forma parcelada a Bolsonaro.
Braga Neto, preso desde dezembro, articulou com ‘Kids pretos’.
Reunidos para gerar ‘caos social’: Encontro de militares na casa de Braga Netto, discutiu ‘ações de instabilidade’.
REFORÇO EM MOVIMENTO PELA ANISTIA
Apontado como uma das lideranças operacionais da tentativa de golpe o general Mario Fernandes – homem de confiança de Bolsonaro – foi quem elaborou segundo as apurações, os planos que previa a prisão e execução de autoridades e, era segundo Cid, “o que mais impulsionava o presidente a assinar um decreto”.
Em outra frente, a denúncia destaca que Fernandes chegou a solicitar intervenção da Polícia Federal para evitar que caminhoneiros fossem retidos da frente do QG do Exército, em Brasília.
REFORÇO EM MOVIMENTO PELA ANISTIA
Bolsonaro reuniu-se com aliados ontem, em Brasília, no apartamento do líder da oposição na Câmara, Coronel Zucco e pediu empenho na aprovação do projeto que anistia os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. O outro pedido foi para reforçar críticas ao governo, em meio à queda de popularidade de Lula.
O senador Flávio Bolsonaro, filho do ex-presidente, afirmou nas redes sociais que não há “nenhuma prova” contra o pai e que a PGR conta sua missão inconstitucional e imoral de atender de atender ao fígado de Alexandre de Moraes e ao interesse nefasto de Lula.
Em reposta à imobilização da oposição, parlamentares da esquerda se manifestaram contra a proposta de anistia. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, afirmou ontem que a anistia “não é assunto para brasileiros”.
O QUE DISSE LULA A RESPEITO
Evitando comentar o teor da denúncia, o presidente Lula defendeu a presunção da inocência para os acusados pela Procuradoria-Geral da República: “Se eles provaram que não tentaram dar golpe, e se provarem que não tentaram matar o presidente, o vice-presidente e o presidente do STF ficarão livres. O processo vai para a Suprema Corte e eles terão todo o direito de se defenderem”.
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