19 - UMA FOLHA EM BRANCO, UMA VIAGEM, UMA HISTÓRIA
Fernando Mauro Ribeiro
19 de set. de 2022
3 min de leitura
“Uma folha em branco é só uma folha em branco. Se nela, escrevermos uma palavra, já se deu o primeiro passo, já não é cem por cento branco”. Foi pensando nisso que fiquei alguns minutos a olhar para a tela do meu computador, pensando no que escreveria pouco antes de minha viagem para a antiga cidade de Cajueiro dos papagaios; hoje: Aracajú, a capital de Sergipe.
Primeiro devo dizer que, me demorei decidir visitar esse estado porque acho-o sem ambição. "Veja você que ele poderia ser um Ferrari, ou uma limosine, mas ele quis ser jipe". É só uma brincadeira, pois o jipe veículo tem também seu valor. Oportunamente, vamos então explicar a origem da palavra Sergipe: O nome Sergipe tem origem na língua tupi (si ri u pe) que significa “rio dos siris”. A região também já foi denominada de “Cirizipe” ou “Cerigipe”, que em tupi significa “ferrão de siri”.
Na esteira de melhor entender a região para onde estarei indo daqui a pouco com um grupo de nove amigos, pela empresa de turismo CVC, vamos esclarecer o significado de Aracajú. Do tupi-guarani: ará = papagaio; caju (akaiu) = cajueiro dos papagaios. Mas, pode também significar tempo, época do caju.
Sairemos numa van que me apanhará aqui na porta - do Residencial Manhattan, onde moro – com destino ao Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, de onde partiremos num voo da Gol. O que encontraremos lá, depois de pouco mais de três horas de viagem? Uma gente acolhedora que são milhares de Marias, Pedros, Anas e Josés, nascidos ou não em Aracaju, ligados por um elo forte: a paixão por fazer parte daquela cidade. Soube que essa é a maior característica dos aracajuanos: se orgulhar de morar na capital sergipana e entender também que a autoestima também constrói uma cidade forte.
Certamente, visitaremos as praias do litoral sergipano que apesar de pouco extenso, aglomera praias populares como a de Atalaia, com seis Km de extensão e fica na capital. Além do Oceano, o estado conta também com o Rio Sergipe, que deságua diretamente no Atlântico.
E experimentaremos os principais pratos de sua culinária: O caranguejo, é o prato típico mais importante de Sergipe e, é encontrado facilmente em vários pontos da cidade. Mas há também a moqueca de Camarão, a Feijoada Sergipana, Caldos de frutos do mar...
Voltemos à folha em branco. A tela, antes em branco, já conta com seis parágrafos de blá, blá, blá, desse desocupado que, aguarda pela hora de se encontrar com os amigos e tomar a van: Partiu, Rio de Janeiro. Pois, a primeira palavra que escrevi, foi: Viagem. E tão logo pensei: “Recolher as âncoras, levantar-se, içar as velas e sair pelo mar da imaginação”. Daí, escrevi: “A que horas vou chegar? A hora que o barco chegar, a hora que o vento soprar, a hora que içarem as velas...
Viagem me lembra também a bela canção, interpretada opor Maysa: “Oh, tristeza, me desculpe, estou de malas prontas, hoje a poesia veio ao meu encontro, já raiou o dia, vamos viajar, vamos indo de carona, na garupa leve do vento macio, lá do fim do mar...
Vamos visitar a estrela, da manhã raiada, que pensei escondida, querendo brincar... Senta nessa nuvem clara, minha poesia ainda se prepara, vamos espalhando música no ar, veja quantas aves brancos, vou colher avencas, lírios, rosas, dálias pelos campos verdes que você batiza de jardim do céu...”
Dizem que a música abre as portas do Céu, e creio nisso. Agora, porém, abro a porta do apartamento, o celular tocou me avisando que a van está a caminho. Vou aguardar na portaria. Mas, você, estimado leitor, leitora, amigos e amigas, fiquem atentos, estaremos em contato...
“Mas, pode ficar tranquila, nós só voltaremos numa estrela guia, no clarão da lua, quando serenar. Ou talvez até quem sabe, nós só voltaremos num cavalo baio, no alazão da noite, cujo nome é raio, raio de luar”.
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