19 – QUERO MAIS SAÚDE - FICAR SEM SEXO PODE FAZER MAL À SAÚDE?
Fernando Mauro Ribeiro
19 de set. de 2024
3 min de leitura
Ator revelou que está há mais de dois anos sem relações, mas por escolha própria.O ator Felipe Folgosi, de 49 anos, contou estar há mais de dois anos sem fazer sexo. Ao podcast “Splash encontra”, o artista disse que tomou a decisão baseado em seu princípio religioso. “É uma coisa normal para quem é evangélico. O sexo deve ser durante o casamento. O corpo não é máquina que você aperta para dar prazer”, afirmou ele que está namorando e decidiu esperar até ao casamento pra voltar a ter relações.
A declaração dele fez voltar à tona uma dúvida que constantemente surge: ficar muito tempo sem fazer sexo, pode fazer mal à saúde das pessoas que já são sexualmente ativas? A ciência diz que sim. Principalmente se a pessoa for involuntária, ou seja, quando a pessoa quer fazer sexo mas não consegue por razões alheias à sua vontade, o que não é o caso do ator, que optou por não fazer.
É uma questão pessoal e de livre-arbítrio. Quem não quer fazer sexo por determinado período, se não estiver em sofrimento não precisa se preocupar. O problema é quando se quer fazer, mas por uma série de motivos como oportunidade de local adequado ou parceiro não se faz. Isso causa um vazio que pode levar a desfechos negativos, explica a psiquiatra Carmita Abdo, coordenadora do estudo em sexualidade da USP, em entrevista recente.
LIBERAÇÃO DE HORMÔNIOS
Os defeitos negativos se traduzem por sofrimentos, com riscos físicos e psicológicos como crise de ansiedade, depressão e redução do sistema imunológico. Quando a abstinência é involuntária, a pessoa pode se sentir vulnerável, sua auto-estima cai e o corpo acaba sofrendo.
São várias indagações que passam na cabeça dessas pessoas, que acaba tendo seu quadro de saúde agravado. Ela começa a se perguntar se não é bonita o suficiente ou porque ninguém se interessa por ela. Há outros desdobramentos também, como rejeitar contatos sexuais, por não ter tido êxito nos anteriores. É uma bola de neve, disse a psiquiatra.
É necessário ressaltar também que o sexo precisa ser satisfatório para todos os envolvidos. É essa experiência plena que libera um maior fluxo de dopamina, endorfina e octocina, hormônios que fazem bem à saúde e ajudam na vontade de repetir o ato outras vezes.
TEMPO MÁXIMO DE ABSTINÊNCIA
O tempo máximo possível de abstinência sem prejudicar a saúde, depende dos hábitos de cada um, dizem os cientistas. Em geral, quem tem vida sexual ativa de pelo menos três encontros por semana, começa a sentir falta, após 30 dias sem sexo. Já para quem tem relações espaçadas de 15 a 20 dias, ficar até quatro meses sem, não chega a ser preocupante. Um jovem de 18 a 29 anos, consegue em média, ficar dois meses sem sexo e sem sofrer. É o que diz o Instituto para Pesquisa em Sexo, Gênero e Reprodução nos EUA. A frequencia sexual varia de acordo com a idade e depende de fatores como estilo de vida, saúde e libido.
SEM SOFRIMENTO
A média de relações sexuais cai de 112 por ano, nos jovens, para 69 por ano, na faixa etária dos 40 aos 49 anos. É normal ter essa queda no número de atividades sexuais com o decorrer dos anos, em relação ao aumento de responsabilidades da vida adulta, afirmou Carmita Abdo.
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