“AS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS, OS POLÍTICOS-RAPOSAS, AS OBRAS DA PARÓQUIA, O PADRE, A COMUNIDADE, O POVO E O DESEJO DE RECOMEÇAR SEMPRE E CELEBRAR A VIDA”.
A essência do ser. Esse é o título que queria para essa matéria, é sobre isso que gostaria de ter escrito. Ou será que escrevi? Talvez, nas entrelinhas se percebe algo nesse sentido, não é mesmo? Mas, o que desejo dizer é que, a esperança renasce com o ano que se inicia.
É tempo de planos, sonhos e de nos reinventar, nos colocar à frente de novos desafios, transformar, caminhar para o melhor que podemos ser. Iniciamos mais um ano, renovamos nossa fé e seguimos na alegria de ser devotos de São Sebastião, nosso padroeiro, a quem a Paróquia de Cachoeira Alegre celebra nesse mês, com muito fervor. É janeiro e, todo recomeço traz esperança de tempos melhores.
O espírito de renovação impulsiona o coração de cada brasileiro neste início de 2022. Ano em que iremos às urnas e elegeremos novos representantes para ocupar as Assembleias Legislativas Estaduais, o governo de cada Estado, o Congresso Nacional e a Presidência da República. Depositaremos nossa confiança de transformação naqueles que escolhermos. Os candidatos, famintos de votos que os mantêm ou os leva ao poder, já se articulam.
Absurdo dos absurdos a manobra desses políticos de desviarem milhões, destinados à saúde da população para o fundo partidário. Causa-me estupefação a omissão do povo que assiste a tudo isso passivamente. Fiquemos, pois, atentos, de olho nesses “políticos de profissão” que aí estão, em busca de benefícios próprios, ignorando de forma velada, aqueles que os elegeram como seus representantes. Mas a construção de um Brasil Ético, não para no processo eleitoral, precisamos acompanhar e fiscalizar os governantes.
Na Paróquia São Sebastião de Cachoeira Alegre também é tempo de recomeçar. Com relação as obras materiais, os paroquianos vêm cobrando a pintura externa da Igreja-matriz. Como se sabe, iniciou-se uma campanha em maio de 2021 com o objetivo de angariar fundos para a realização desses serviços. Esperava-se que, nesse mês de janeiro, as obras já tivessem concluídas para a celebração de nosso padroeiro, e no entanto, elas ainda nem começaram.
Não se sabe, o valor em espécie de que a Paróquia dispõe, pois não há um Conselho Administrativo, nosso pároco ocupa todos os cargos de uma diretoria e, sobrecarregado, não informa aos paroquianos a movimentação financeira da Paróquia, assim como não é passada, ao longo do ano, para os fiéis, a arrecadação do Dízimo. Isso, de alguma forma, dá margem a comentários do tipo: Os recursos obtidos com a festa do padroeiro, foram empregados em que? Onde está o dinheiro do Dízimo? Quanto se arrecadou com as doações feitas para a pintura da Matriz? A reforma da casa Paroquial se arrasta por meses e ainda foram prestadas contas aos paroquianos.
Os dizimistas esperam a cada semana algum tipo de informação acerca dos valores arrecadados com a sua contribuição. “O padre não permite que se informe o valor arrecadado com o Dízimo”, disse-nos um colaborador, membro da Pastoral do Dízimo. Estranho, pois, tudo que se espera e que se deseja é a transparência. Se não há prestação de contas, se não há um Conselho que decida junto com o padre, se os paroquianos desconhecem o destino que tem o seu dízimo, torna-se difícil conscientizar a população e fazer com que surjam novos dizimistas. Pelo contrário, alguns dizimistas deixaram de dar o seu dízimo, outros, passaram a contribuir em outras paróquias.
Foi formada uma Comissão para administrar as obras de restauração e adequação do prédio da antiga sacristia, que abriga o Museu de Arte Sacra. Esses serviços tiveram início em outubro, quando profissionais de vários segmentos, lá estiveram para avaliar o que se pretende fazer. Dentre eles, pedreiros, gesseiros, vidraceiros, eletricistas, marceneiro, serralheiro, pintores e membros da defesa civil que passaram informações sobre as mudanças necessárias para o funcionamento seguro daquele imóvel. Contudo, quando comunicado, nosso pároco, não acatou tais mudanças. Impediu-nos de dar sequência, quando veementemente, disse: “Aqui, quem manda sou eu”!
Diante do impasse, as obras estão em compasso de espera, aguardando que através do diálogo, o Cura e a Comissão cheguem a um consenso e se inicie as obras. Como disse o presidente da Comissão de Obras encarregada desse projeto: “É sempre um desafio administrar uma obra dessa envergadura, e principalmente se o padre disse não disponibilizar nenhum recurso financeiro para esse fim. Mas, sempre contamos com a generosidade do cachoeirense que entende a importância de se revitalizar o entorno, resgatar esse espaço, construir e embelezar o prédio histórico da Sacristia que abrigará o rico acervo que conta a história de nossa gente.
É nosso dever, zelar pelo patrimônio da Paróquia, nesse sentido, muitas obras foram feitas no passado, para recuperar o antigo prédio, transformá-lo num espaço cultural – o Museu de Arte Sacra – para acolher o cachoeirense e aqueles que nos visitam e ajuda-los a conhecer mais de nossa rica história, da doutrina cristã e vê-la no seu cotidiano.
Quem entra no Museu tem a oportunidade de estar em contato com o passado que se revela ali, através das inúmeras peças expostas, contemplar várias personagens bíblicas colocadas estrategicamente no seu interior, imagens, castiçais, sacrários, cálices, alfaias - peças do vestuário dos sacerdotes – ornamentos, paramentos, adornos, estolas... são obras artísticas que nos apontam a sacralidade do lugar onde estamos. Entretanto, as pessoas que apenas circulam pelo lado externo ainda não visualizam sinais de que essa modesta, mas importante construção, guarda também um grande tesouro da fé do povo brasileiro.
O ano de 2021 chegou ao fim, não foi apresentado o balanço financeiro da Paróquia. Em outros tempos, além de falar no presbitério e agradecer aos paroquianos a contribuição que permite realizar obras e a manutenção de seu patrimônio, também era fixado num quadro, à entrada principal, onde todos pudessem ver. O programa da Festa de São Sebastião foi elaborado e lê-se lá, que: os recursos arrecadados com a Festa do Padroeiro serão empregados na pintura externa da Igreja-matriz. Conclui-se então, que os paroquianos não terão respostas às suas indagações e, que mais um evento se fará e que, os recursos serão “novamente” destinados à pintura da Matriz. Será que dessa vez, vai?
E assim caminha a humanidade... assim, caminhamos, nós, dedicados paroquianos, fiéis dizimistas, dessa centenária Paróquia de São Sebastião, sob os cuidados do Padre João Pedro de Melo, há seis anos.
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