Comemora-se no dia 20 deste mês o Dia Internacional da Amizade. Se você é do tipo que dá uma espiadinha na nossa página todos os dias, deve ter encontrado lá, uma mensagem. Aliás, pensei em publicar a letra de uma música de Osvaldo Montenegro, “A Lista”. Essa composição extraordinária, contudo, não é uma homenagem, mas, uma exortação, um alerta, um chamado de atenção, uma sacudida para que façamos uma reflexão. Procure ver.
Mas, eu gostaria, para encerrar essa edição, de falar sobre o relacionamento humano, de abordar esse tema, pois, percebo que há, ultimamente, uma superficialidade nas relações, não há uma profundidade no conhecimento do outro. Então, vamos!
Antigamente as pessoas tinham mais tempo. À noite, sentavam-se ou para conversar com a vizinho ou com a família, para falar do cotidiano. A televisão não tinha tanta importância, muito menos o computador e o vídeo game. As pessoas se conheciam e estavam mais próximas umas das outras.
Nos dias de hoje, o relacionamento humano está desgastado porque não temos tanto tempo: o trabalho, as preocupações do dia a dia, a correria. Também pelo fato das famílias estarem desestruturadas, em função da mudança de valores do nosso tempo. A maior preocupação com as pessoas é com o ter. a sociedade está mais consumista, sempre na intenção de suprir suas necessidades e desejos, as pessoas estão se tornando egoístas, voltadas para si mesmas, para seu próprio umbigo.
SUPERFICIALIDADE NAS RELAÇÕES
Com o avanço da tecnologia, estamos ficando mais tempo com as máquinas: com o computador, aparelhos operacionais, vídeos games, televisão. E às vezes nos relacionamos melhor com estes do que com as pessoas de casa, de onde moramos... É muito fácil se relacionar com máquinas, pois elas reagem conforme o nosso desejo. Vivemos a era virtual, temos que ter cuidado de não tornarmos os sentimentos também virtuais.
Não estamos dizendo que a modernidade e a tecnologia são negativas. Mas sim a forma equivocada como ela está sendo usada na vida das pessoas. A modernidade é necessária, mas os homens e mulheres não devem se tornar escravos dela. Ela tem que ser utilizada para o bem de todos.
Existe uma superficialidade nas relações, não há uma profundidade no conhecimento do outro. Conhecemos o que é aparente, o superficial. Grande parte das pessoas tem medo de revelar-se, de deixar-se conhecer. Ser transparente é um risco, porque isso pode nos tornar vulneráveis. Sem dizer que, pode existir um jogo de interesses em determinadas relações.
Um outro fator importante é que, pelo fato de sermos pessoas diferentes, na convivência, começamos a nos confrontar com o diferente, o diverso e muitos casos desejamos que os outros façam o que queremos, estejam à nossa disposição.
RELAÇÕES VERDADEIRAS
Quando entramos em contato com o outro é que nos conhecemos, percebemos nossas capacidades, nossas habilidades, mas também nossos limites e conflitos. O grande desafio do dia de hoje é mostrar que é possível acreditar, confiar e poder contar com o outro, com a outra. É bom perceber que existem pessoas que, apesar do risco, enfrentam este desafio.
Não fomos criados para viver sozinhos, isolados. No início, por uma questão de sobrevivência, depois por afinidades. Desde a criação, a humanidade vive em grupos, se relacionando para se proteger, partilhar, viver sua afetividade e sexualidade. Então, procuremos, por mais difícil que pareça, estar abertos para acolher o outro. Quanto mais abertos, mais maduros seremos nas relações.
Ser verdadeiro nas relações implica ser verdadeiros consigo mesmos. Então, procuremos perceber e ter clareza de como andam as nossas relações para termos pelo menos uma ideia do que sou, como estou.
Todos nós temos a capacidade de sermos felizes, basta sermos abertos e sermos verdadeiros com as pessoas. Que a mudança comece por nós mesmos, não assumamos uma posição cômoda de mudar a partir da mudança do outro. E para que a mudança aconteça, é necessário nos questionarmos e refletirmos sobre nossas atitudes, nossos relacionamentos com os amigos, com a família, com as pessoas com quem convivemos. E isso faz parte de um processo de amadurecimento pessoal que todos vivemos.
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