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18 – EM CACHOEIRA, FIÉIS SOBEM O MORRO DO YPIRANGA MEDITANDO AS ESTAÇÕES DA VIA SACRA

  • Fernando Mauro Ribeiro
  • 18 de abr.
  • 4 min de leitura

Como nos anos anteriores, um grupo de fiéis subiu até ao cume do Morro do Ypiranga, onde fora fixado em 1966 pelo Pe. Missionário Alfredo Rueda, o Santo Cruzeiro.

        O grupo se reúne toda sexta-feira da Paixão, às cinco horas da manhã, na Praça da Matriz e caminha cantando, rezando e meditando as 15 Estações da Via Sacra e, ao pé do Madeiro, contempla Cachoeira Alegre ao amanhecer.

        “À sombra dos teus braços, a Igreja viverá, por ti, no eterno abraço, o Pai nos acolherá. Vitória, tu reinarás, ó Cruz, tu nos salvarás. Vitória, tu reinarás, ó Cruz, tu nos salvarás.

 

SEXTA-FEIRA DA PAIXÃO E O BEIJO DA CRUZ

        A celebração das 15:00 horas (três da tarde) é a mais importante do dia de hoje e, todo católico deve, dela participar. Dia em que os cristãos, fazem uma profunda reflexão do episódio há tanto acontecido e que recordamos nessa data; a crucificação de Nosso Jesus Cristo.

João, em seu Evangelho, narra fielmente o ocorrido: Ele diz que Jesus saiu com os discípulos para outro lado do rio, um vale próximo a Jerusalém, conhecido como Cedrom – Vale do Cedro - onde ocorre ocasionalmente, inundações, nos meses de inverno, e parou adiante, em um jardim, com os seus amigos.

        Judas, o traidor, levou consigo um destacamento de soldados e alguns guardas dos sumos sacerdotes e fariseus, e chegou ali com lanternas, tochas e armas. Então, Jesus, consciente de tudo o que ia acontecer, foi ao encontro deles e disse: “A quem procurais”? E eles responderam: “A Jesus, o nazareno”. E Jesus respondeu: “Sou eu”! A partir daí se desencadeia uma série de violência: um dos soldados deu uma bofetada em Jesus, prenderam a Jesus, o amarraram e conduziram a Anás, este o mandou a Caifás, depois a Pilatos, sofreu todo tipo de humilhação, foi espancado, chicoteado com requinte de crueldade, ouviu o povo gritar em alto e bom som: “Crucifica-o, crucifica-o!

       Pilatos argumentou que não via em Jesus, nenhum delito, nenhuma falta que o levasse àquela situação, mas ao clamor do povo, condenou o Filho de Deus à morte e morte na cruz. Pois bem; a história é conhecida de todos. Sabemos que Jesus ressuscitará. Que Ele ressurgia dos mortos e voltaria para o Pai.

        Mas, reviver todo o calvário de Cristo e saber que Ele tudo sofreu para nos resgatar do pecado e nos devolver a dignidade de filhos de Deus, deveria ser para nós uma dívida eterna. Mas, Jesus não nos cobra, não nos condena. Quando o véu do tempo se rasga ao meio e ouve-se o ronco de trovões, a terra em total escuridão e, do alto da Cruz a voz que disse: “Pai, perdoai-os. Eles não sabem o que fazem! Tudo está consumado! E acrescenta: Pai, nas Tuas mãos entrego o meu Espírito”!

        A igreja em profundo silêncio, o altar despido de toalha, vasos de flores, velas e castiçais recebe o sacerdote que presidirá a solenidade. Ele entra pelo corredor central da Igreja-matriz, faz reverência ao altar e se deita no solo – é um prostrar-se que dura alguns segundos – os fiéis se ajoelham. O celebrante se coloca de pé, assim como toda a assembleia e dá-se sequência.

        A porta principal da Matriz, fechada e já se ouve o som de um tambor que, ao abrir de par em par da porta, quatro homens encapuzados e vestidos de preto, adentram o corredor central, conduzindo Jesus crucificado no madeiro para o descerramento da cruz.

        O padre se aproxima, vais descobrindo o corpo de Cristo até então coberto com um tecido roxo e, com voz modulada, proclama: “Eis o lenho da Cruz, do qual pendeu a salvação do mundo! A cruz de Cristo é conduzida até ao altar, o padre, em três momentos distintos descobre o corpo do crucificado. Segurada por quatro homens e ladeada por duas tochas acesas; a cruz é apresentada aos fiéis. O presidente faz a vênia, beija a Cruz e é seguido pela assembleia que, forma quatro grandes filas para o momento de adoração ao Crucificado, enquanto o coral entoa hinos.

Na gratidão, os fiéis se aproximam da grande cruz, acolhendo com gratidão o dom que custou a vida de Jesus e o gesto de adoração é exercido de acordo com cada um: pode ser a vênia, o toque ou o beijo na cruz.

       Jesus, a inocência encarnada, morre por nós, para nos dar sua eterna vida. O som do tambor, marca o momento que, em retirada, a cruz é conduzida pelos quatro homens... a assembleia permanece em silencia.

       O presidente faz o convite aos fiéis que exprime a intenção e toda a Comunidade reza a Oração Universal: Pela Santa Igreja; Pelo Papa; por todos os membros da Igreja; Pelos Catecúmenos; pela unidade dos cristãos; pelos judeus; pelos que não creem em Cristo; Pelos que não creem em Deus; pelos governantes e por todos os que sofrem.                                  

     Não há a consagração. É o único dia em que a Igreja católica não celebra missa, não relembra o Memorial da Paixão, através da consagração do Pão e do Vinho que, na transubstanciação se tornam o Corpo e o Sangue de Cristo. Há uma reserva de partículas já consagradas anteriormente e, que nos é dada em comunhão. Encerrando a Cerimônia, os fiéis se retiram em silêncio.

     Às 19 horas, nos jardins da Matriz no belo cenário, foi encenada pelo grupo de teatro amadores da Paróquia, a Paixão e Morte de N. S. Jesus Cristo; desde o Horto das Oliveiras, retratando a angústia, a solidão e agonia de Jesus, passando pelo Sinédrio, julgado e condenado por Pilatos, com a anuência do povo que, aos gritos pedia: “Crucifica-o, crucifica-o”, até ao Gólgota, onde se deu a crucificação do Filho de Deus. Nesse cenário que você pode ver nas fotos, uma multidão de fiéis se concentrou na Praça Cel. Pacheco de Medeiros para assistir à apresentação, nesse cenário que você pode ver nas fotos. Na sequência a Procissão do Senhor Morto até ao Santuário de Nossa Senhora Aparecida, no bairro do Porto, encerrando a celebração.

Fernando Mauro Ribeiro

 
 
 

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