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18 – DIA DO TROVADOR: A TROVA É UMA FORMA POÉTICA E POPULAR NO BRASIL

  • Fernando Mauro Ribeiro
  • 18 de jul
  • 4 min de leitura

Celebrado anualmente em 18 de julho, a data homenageia a treva e seus artistas, os trovadores. A escolha da data remete ao nascimento de Gilson de Castro, também conhecido como Luiz Otávio, fundador da União Brasileira de Trovadores.

    A trova é uma composição poética breve, geralmente com quatro versos de sete sílabas cada, onde a segunda e a quarta linha costumam rimar. Essa forma poética é popular no Brasil e em Portugal e é considerada um marco da literatura popular.

     Quando comecei a rabiscar meus primeiros versos, eu os chamava de trovas. Nem tinha essa informação, mas na adolescência, era a forma mais acessível de se chegar talvez, à poesia, pensava eu. E sabe que eu não estava equivocado! Descobri depois, que assim o suposto trovador era introduzido nesse mundo de maneira mais leve e agradável. Ele se inseria nesse contexto através de suas composições que podem abordar uma variedade de temas, desde o amor e o humor, até críticas sociais e acontecimentos do cotidiano, muitas vezes de forma improvisada.

 Tenho em minha biblioteca alguns – não muitos – livros de Trovas. Mas quando se fala em trovador, me vem, imediatamente, à mente Evaldo Gouveia e Jair Amorim, autores da canção “O Trovador”, que na voz de Altemar Dutra tornou-se imortal. Gravada em 1964 é umas das canções mais lembradas do repertório do saudoso cantor, mineiro de Aimorés.

A mentira e a verdade são duas grandes rivais,

A verdade quando fala, a mentira quer falar mais,

A mentira também é um dos pecados capitais

E ela está por toda parte, até nas redes sociais.

Tá nas redes sociais, no radio televisão

Mentira tá na cidade e também lá no sertão

 

Na política, na igreja e em qualquer repartição

Mas quando chega a verdade, a mentira cai no chão

A verdade e a mentira: Trova inédita de Nino PASA - extraída das redes sociais

Nino PASA diz que a mentira está também nas redes sociais. Posso dizer, sem medo, que ela reside ali, confortavelmente, como disse aqui, na matéria anterior: “já que, a lei existente no Brasil, não pune os promotores da mentira, ou autores de fake news. O critério se revelou inadequado ante a realidade”.

“É como se a lei tivesse permitido que, em ambientes específicos, diversas atividades ilícitas pudessem ser praticadas livremente e sem qualquer consequência”, escreveu no GLOBO, o jurista Gustavo Binenbojm.

Depois desse prólogo, vamos a mais uma matéria polêmica, mas necessária:

Fernando Mauro Ribeiro


SETOR AUDIOVISUAL PRECISA DE REGRAS BÁSICAS PARA COMPETIR

O setor audiovisual brasileiro vive uma expansão sem precedentes, consolidando-se como o novo motor de crescimento da economia. Os números impressionam: a indústria criativa do audiovisual movimenta mais de R$ 25 bilhões atualmente e gera 86 mil empregos formais por ano, demonstrando não apenas sua relevância cultural, mas também econômica e social.

    O avanço da conectividade e dos serviços de streaming impulsiona recordes de consumo on-line de filmes e séries. Segundo a TIC Domicílios 2024, 64% da população assistiu a conteúdos pela internet – salto de 8 pontos percentuais em cinco anos. E mais: 44% dos usuários assistiram a filmes brasileiros, e 34 a séries nacionais.

    Esses números revelam o apelo popular e o espaço de mercado da produção brasileira. Dados positivos para um setor que gera valores econômicos, empregos, inovação e competitividade internacional. A indústria audiovisual brasileira é um ativo a preservar e ampliar.

   Um ambiente de negócios equilibrados é essencial para investimentos e crescimento sustentável. A ausência de regulação do vídeo por demanda (VoD), geram desequilíbrios e inseguranças no mercado. Em 2023, 54% da população acessou conteúdos por plataformas digitais, superando a TV paga, em onze pontos.

   O paradoxo é evidente: enquanto o Cinema, TV aberta e TV paga operam sob regras claras há décadas, o V o D permanece sem marco regulatório específico. Não se trata de resistência ao novo, mas da necessidade de isonomia competitiva para um ambiente de negócio equilibrado.

    O cinema brasileiro acumula resultados comerciais e artísticos. “Ainda estou aqui” e “O agente secreto” conquistaram premiações internacionais, abrindo mercados externos. O parque exibidor nacional registra o maior número de salas da área histórica, ampliando oportunidades. A produção nacional é robusta: 5,6 mil títulos brasileiros são veiculados nas diversas janelas de exibição.

    Com mais de 95% da televisão tendo acesso à televisão e ao serviço de telefonia celular, o gradativo crescimento da conectividade amplia significativamente as possibilidades circulação do conteúdo brasileiro.

   Um consenso para o tratamento do VoD com potencial de ampliar o crescimento e a conectividade. Mais que controlar, é a regulação deve induzir e apoiar de forma desiquilibrada o desenvolvimento do doutor.

   O diálogo com diferentes atores revela convergências: produtores independentes querem acesso ampliado ao mercado, grandes estúdios buscam previsibilidade para investimentos de longo prazo, plataformas globais precisam de regras que mantenham suas ações competitivas no Brasil. Um pacto regulatório para o VoD é a oportunidade de ordenar e acelerar o desenvolvimento de uma indústria estratégica.

    A tão falada política estrutural sul-coreana exemplifica como a regulação inteligente pode criar potências globais no entretenimento. O futuro do setor audiovisual brasileiro se decide nesse momento de transformação e competitividade.

    A articulação de um consenso legítimo e equilibrado é o melhor caminho para aproveitar a janela de oportunidade. O audiovisual brasileiro não precisa de proteção – precisa de regras claras para competir globalmente. A janela de oportunidades está aberta, não se pode desperdiça-la.

Alex Braga Muniz – Diretor-presidente da Agência Nacional do Cinema

 
 
 

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