18 - BRASIL E SEUS MELHORES JOGADORES DE TODOS OS TEMPOS
Fernando Mauro Ribeiro
18 de nov. de 2022
4 min de leitura
Nosso portal carece de um especialista em esportes, para assinar uma coluna onde, se fizesse uma resenha do futebol cachoeirense e da região, com suas competições oficiais, os amistosos e suas conquistas. Bem sei que o futebol ainda é a maior paixão popular do brasileiro, de modo que nossos leitores cobram desse informativo algo nesse sentido. Outra vez, volto a dizer que aqueles que desejarem colaborar, enviando material informando de seus clubes no município, nós agradecemos e publicaremos aqui.
Enquanto isso, continuemos com a nossa coluna mensal, destacando os grandes craques do futebol brasileiro. . Nesse mês, a coluna trás para nossos leitores: Leovegildo Lins Gama Júnior. Você sabe quem é ele?
Nota do Redator
Nome: Leovegildo Lins Gama Júnior.
Nascimento: 29/06/1954, em João Pessoa – PB.
Clubes: Flamengo (1974-1986), Torino – ITA (1984-1987), Pescara – ITA (1987-1989), Flamengo (1989-1993).
Seleção Brasileira: 1979-1992 (69 jogos, 6 gols).
Você pode guardar na memória uma série de grandes momentos de Júnior pela Seleção Brasileira. Ele mesmo os carrega na lembrança. O gol da vitória sobre a Alemanha, no Maracanã, em 1982. Ou o gol contra os alemães num amistoso disputado em Stuttgart, um ano antes. Qualquer glória com a camisa da Seleção será ofuscada pelo brilho de Júnior com a camisa 5 do Flamengo, na campanha do Brasileirão de 1992.
Dizem que Garrincha e Maradona carregaram sozinhos suas seleções para a conquista de mundiais, em 1962 e 1986. Pois, se Júnior não foi sozinho o responsável pelo quinto título nacional do Flamengo, até mesmo os craques que dividiram com ele aquela campanha reconhecem que o time não teria o mesmo sucesso não fosse seu maestro. – Naquele ano, Júnior jogou demais! Avalia o meia Zinho, coadjuvante de luxo.
A imagem definitiva veio no primeiro jogo da decisão contra o Botafogo. O Flamengo eliminara o Vasco, melhor equipe do Torneio. Mesmo assim, chegara como azarão contra o Botafogo, com a segunda melhor campanha. Até Júnior marcar, de falta, o primeiro gol da decisão. E na sequência, aplicar uma série de dribles desconcertantes em Renato Gaúcho, símbolo da superioridade técnica dos brasileiros sobre os rubro-negros. Superioridade até aquele momento.
Júnior começou a encantar naquele Brasileirão 92, ainda na primeira fase. Especialmente ao destruir o Corinthians no Pacaembu, numa vitória por 3 x 1 em que só não fez cover. Na decisão, além de ter marcado o gol de falta nos 3 x 0 do primeiro jogo, fez o gol que abriu o empate por 2 x 2 na finalíssima, o jogo do quinto título brasileiro do Flamengo.
Naquele ano, era meia armador clássico, daqueles que jogam de cabeça erguida e vislumbram a jogada infalível a quilômetros de distância. Até chegar ao meio de campo, jogou em todas no Flamengo. Em 1974, fez o gol do título da Taça Guanabara, num tiro, que enganou o goleiro Rogério, do América. Quando o Flamengo contratou o lateral Toninho, em 1977, Júnior foi deslocado para o lado esquerdo. Sofreu.
Primeiro, porque não tinha pé esquerdo para fazer os cruzamentos com a mesma competência que no lado oposto. Segundo, porque os críticos não tiveram a paciência necessária. Em 1978, o Flamengo foi goleado por 5 x 2 pelo Grêmio, e Júnior apontado como responsável pelo fracasso. – Esse não pode ser o lateral, decretou o comentarista Washington Rodrigues. No ano seguinte, Júnior estava na Seleção Brasileira. Mas só senti que era dono do terreno, em 1982, na decisão do Brasileirão. O Flamengo perdia por 1 x 0 e fiz o lançamento para o gol de Zico com o pé esquerdo, disse ele.
No Flamengo, também jogou de zagueiro, na volta da Itália, em 1989. Mas o meio de campo foi a sua praia a partir da chegada ao Torino em 1984. Até abandonar a carreira, no início de 1993, já com a glória de ter levado o Flamengo ao quinto título brasileiro (quinto troféu nacional). Júnior jogou muito, e em todas as posições em que foi escalado. A melhor palavra para defini-lo seria versatilidade. Seria, se o dicionário não incluísse a palavra craque.
André Kfouri e Paulo V. Coelho
“Hoje, o maestro Júnior, é comentarista esportivo da Rede Globo de Televisão. Quando encerrou a carreira, recebeu convite de uma TV Italiana, para a mesma função, mas recusou-se. Quem primeiro ouvi dizer: “A camisa do Flamengo é minha segunda pele”, foi o Júnior. Assim como Zico, ele só atuou pelo Flamengo, aqui no Brasil. Em relação às suas análises esportivas, creio que seja bastante eficiente, demonstra equilíbrio e imparcialidade, mesmo tendo feito essa declaração, me parece que comenta com isenção. E não são todos os que se comportam assim. A imprensa paulista está cheia de exemplos contrários. Acho que nem é necessário citar o dublê de apresentador, Neto.
Júnior gravou também um Compacto com duas músicas para embalar a Seleção da Copa na Espanha. Vendeu muitas cópias e foi muito executada, chegou a se apresentar em programas de TV. Mas com o insucesso da seleção naquele ano, o disco sumiu das lojas e das rádios. Outro dia o ouvi fazendo brincadeira relacionada a esse momento. A música era: “Voa canarinho, voa, mostra pra esse mundo o que é de lei. Voa canarinho, voa, mostra na Espanha o que eu já sei...”
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