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18 - A EUCARISTIA E A UNIDADE DA IGREJA

  • Fernando Mauro Ribeiro
  • 18 de jun. de 2022
  • 2 min de leitura

João Paulo II, assinou sua encíclica Eclesia da Eucharistia - a Igreja que vive da Eucaristia – em 17 de abril de 2005. Encíclica é uma carta de caráter solene e oficial, dirigida pelo sucessor de Pedro a toda a Igreja. Nesta encíclica, o Papa apresenta a doutrina sobre o mistério eucarístico recebida dos Apóstolos, conservada e desenvolvida com fidelidade pelo magistério da Igreja.

Por isso mesmo, o capítulo terceiro trata da Apostolicidade da Eucaristia e da Igreja. De acordo com a fé dos apóstolos, a Igreja celebra. É presidida pelos sucessores dos apóstolos, os bispos, e por aqueles que, pelo sacramento da ordem, foram constituídos seus colaboradores. A Apostolicidade, pois, é componente essencial da natureza da Eucaristia.

A Eucaristia expressa a unidade da Igreja. “Já que há um só pão, nós, embora muitos, somos um só corpo, visto que todos participamos desse único pão”. (1 Cor 10,17). Este corpo, de que fala Paulo, é a Igreja. Deste ensinamento, a encíclica tira diversas consequências de natureza pastoral inclusive no campo do ecumenismo.

A Eucaristia não pode ser concelebrada por aqueles que não comungam a mesma fé no mistério eucarístico professado pela Igreja. Neste caso, a celebração não seria uma linguagem autêntica. Daria margem à ambiguidade sobre a própria natureza da Eucaristia. Simplesmente, ocultaria a divisão. Assim, ao invés de ajudar, acabaria prejudicando a construção da unidade, a qual não pode prescindir da verdade (cf. n. 44).

A Eucaristia alimenta a vida e a unidade da Igreja. Por isso, a encíclica insiste sobre a celebração dominical da Eucaristia. Ela não pode ser substituída por celebrações ecumênicas da Palavra. Finalmente, a Eucaristia tem um aspecto pedagógico: educa para a unidade. “A Eucaristia como suprema manifestação sacramental da comunhão da Igreja, exige ser celebrada um contexto de integridade dos laços, inclusive, externos, de comunhão” (n.38).

Comunhão na mesma fé, na celebração dos mesmos sacramentos, na obediência aos legítimos pastores, sucessores dos Apóstolos. Oportunamente, a encíclica recorda as admoestações de São Paulo com relação às divisões na comunidade de Corinto (cf.Cor II,17-34). Elas estavam em contraste com a Ceia do Senhor celebrada na Comunidade. Recorda ainda a admoestação de Agostinho: “quem recebe o sacramento da unidade, sem conservar o vínculo da paz, não recebe um sacramento para seu benefício, mas antes, uma condenação (n.40).

A Eclesia de Eucharistia está em continuidade com a encíclica sobre o mistério Eucarístico dirigida aos bispos em 1980. Nela João Paulo II recorda o aspecto ético da celebração da Eucaristia. Afirma que todos aqueles que participam da Eucaristia devem assumir um tríplice compromisso. Antes de tudo, compromisso com o amor.

Por fim, a Eucaristia é a celebração da páscoa de Cristo, da vida em plenitude. Quem participa da Eucaristia deve assumir a responsabilidade para com a vida humana. Desde sua origem, no ventre materno até o fim natural. Seja vida que nasce plena e forte, seja a vida que nasce frágil e pobre.

Com a instituição da Eucaristia, Cristo inaugurou um novo modo de estar presente na Igreja, no mundo e em cada um de nós. Como recorda a encíclica, A Eucaristia é uma realização concreta e plena de suas palavras: “Eu estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos”. (Mateus 28.20).

Dom Benedito Beni dos Santos – Bispo da Diocese de Lorena – SP.


 
 
 

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