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16 - UMA JANELA PARA A MÚSICA

  • Fernando Mauro Ribeiro
  • 13 de set.
  • 2 min de leitura

BENITO DE PAULA: O SAMBISTA QUE FOI REJEITADO ANTES DO SUCESSO

   Poucos sabem, mas antes de se tornar um dos artistas mais populares do Brasil, Benito di Paula, passou por uma fãs dura, marcada por portas fechadas e rejeições. Nos anos 1960, quando começou mostrar suas composições às gravadoras do Rio de Janeiro, ouviu de muitos produtores que seu estilo “não era samba de verdade”.

   O motivo? Benito ousava sentar-se ao piano – instrumento associado à música erudita ou à bossa nova – e misturar o samba com arranjos sofisticados, orquestrações grandiosas e letras românticas. Isso incomodava a crítica da época que dizia que ele estava “dourando demais o samba”.

   Por ironia, foi justamente essa ousadia que o levou ao estrelato. Em 1973, quando lançou o disco com a faixa Retalhos de Cetim, Benito quebrou barreiras: sua música foi rejeitada por parte da crítica, mas abraçada pelo povo. O samba com piano virou febre, os teatros lotaram , e ele se consagrou como o criador do samba-jóia.

   Essa curiosidade mostra que, se tivesse desitido diante das primeiras rejeições, talvez o Brasil nunca tivesse conhecido um dos sambistas mais populares de todos os tempos. Benito transformou a crítica em combustível e provou que o samba pode ser plural: simples e sofisticado, popular e elegante, da roda de bar ao grande teatro.

   “É Deus quem mostra a estrela que tem que brilhar”. E quando o povo acolhe, a mídia não consegue conter. Em minha discoteca de 1.138 discos de vinil, tenho a coleção completa de Benito de Paula. Inclusive um LP, gravado antes mesmo de estourar com Retalhos de Cetim e “Se não for amor” o disco traz 12 faixas e uma curiosidade: ele gravou um dos grandes sucessos do rei Roberto Carlos “Jesus Cristo”. Há quem diga que o longplay é uma raridade. Possivelmente, você poderá vê-lo no Museu de Arte Sacra, já que vou doar parte de minha discoteca assim como outros tantos objetos que enriquecerão ainda mais o acervo de nosso museu.

   Benito é um exemplo de que a perseverança e a criatividade podem levar ao sucesso mesmo diante das críticas e rejeições. O moço de Nova Friburgo tornou-se intérprete, compositor músico completo. O show que assisti em Miraí, o artista arrebatou uma multidão na praça principal da cidade e encantou gerações que cantavam junto e aplaudiam o flamenguista, friburguense ao exibir no palco todo o seu talento ao som do inseparável piano com seus hits de sucesso.

Fernando Mauro Ribeiro

 

 

 
 
 

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