No dia 16 de maio comemora-se o Dia Nacional do Humorista. Em 2019, nesse dia, entrevistei Moacir Franco que, dentre outras coisas, é também humorista. Vamos rever nossa conversa, como uma forma de homenagear esse grande artista.
Os entendidos de números, disseram que em torno de três mil pessoas compareceram no SESC Muriaé, nesse sábado, (25-05-2019) para assistirem ao show Minas ao Luar onde se apresentaram a muriaeense BANDA ZEM e o show-man MOACIR FRANCO. Quando digo assistir a um show de Moacir Franco, logo me dou conta de que o mais correto seria dizer: participar de um show do mega artista. Isso porque, o cantor interagi o tempo todo com a plateia, desce do palco e vem para junto do povo, onde usa de seu humor que é uma de suas facetas, e dança, canta e encanta.
Assim é o cantor, ator, compositor, autor, radialista, apresentador de TV, humorista, político (ex-deputado federal de 1983-1987) e deixe-me parar por aqui, senão acabo descobrindo outras faces desse incansável artista, cantor de um repertório eclético que vai desde baladas românticas, até marchinhas, boleros, canções sertanejas e rock’n’roll.
Mineiro, de Ituiutaba, nascido em 05 de outubro de 1936, o senhor Moacir Franco, mais parece um menino no palco, tamanha é a sua energia, seu entusiasmo e alegria com que se apresenta desde a primeira até a última canção, quando se dá ao luxo de interpretar marchinhas carnavalescas e, botar todo mundo para dançar.
Ao final de sua apresentação distribuiu e autografou CDs, pacientemente, se deixou fotografar, fez self com centenas de fãs – eu era um deles – e ainda reservou um tempinho para um rápido bate paro com esse escriba que vos fala, para o portalnovotempo.com:
Novo Tempo: Parabéns pelo show e que vitalidade heim! O que achou de apresentar-se em nossa cidade?
Moacir Franco: Muriaé tem um povo muito animado e acolhedor que canta e participa o tempo todo.
Novo Tempo: Convenhamos: Ioaniis Konstantinos Grammatikopoulos - esse é o nome do prefeito de Muriaé - é um nome bastante complicado de se pronunciar e fizeste disso uma brincadeira né?
Moacir Franco: Sim, gosto muito de brincar. Não é atoa que vocês o chamam de Grego né? Mas o prefeito é gente boa, ele teve aqui, depois do show e me trouxe uma cachaça.
Novo Tempo: Faltaram algumas canções, como por exemplo: “Eu nunca mais vou te esquecer”, “Querida”, “Tu ten vas” (essa canção foi muito executada nas quermesses na minha terra) é uma versão belíssima. Não estavam relacionadas para o show?
Moacir Franco: É mesmo, essas canções ficaram esquecidas! Poderia ter pedido durante o show. Poderia ter me lembrado! Quem assim como você, gosta muito dessa música é o Milton Neves. Segundo ele, ela faz parte de um romance seu.
Novo Tempo: São seis filhos. Dentre eles, Guto Franco foi redator do Humorístico da rede Globo “A Turma do Didi”, interpretou um personagem na “Praça é Nossa”, além daquela apresentação fantástica no Maracanã. Onde está ele?
Moacir Franco: Guto continua produzindo, tá com 60 anos. Aquela apresentação de final de ano, no Maracanã, com 120 mil pessoas, que a TV Globo transmitiu é inesquecível!
Novo Tempo: “Seu amor ainda é tudo”. Essa música é um divisor de águas na sua carreira e quando João Mineiro e Marciano a lançaram, eu morava em São Paulo. Que inspiração: “É minha cara, eu mudei minha cara, mas por dentro eu não mudo”, essa figura de linguagem é extraordinária!
Moacir Franco: A gente faz música com prazer, a gente conta uma história e as pessoas se identificam.
Novo Tempo: Deputado Federal de 1983 a 1987. Depois, em 210 tentastes o Senado onde obtivera uma boa votação, o que dizes da política?
Moacir Franco: Quando me perguntam o que fiz na política, eu respondo: NADA. E tenho muito orgulho disso!
Novo Tempo: Se for inconveniente, me perdoe. Você tem contrato com a Rede Globo?
Moacir Franco: Não! Somente especulações.
Novo Tempo: Você se apresentou na emissora, no Domingão do Faustão!
Moacir Franco: Sim. Mas não tenho contrato com a emissora. Assim, fico livre para apresentar meus shows, para fazer minhas “cagadas”, concluiu ele entre risos.
Pose para mais uma foto e logo atendera ao celular e o veículo já estava à sua espera, sem que ele pudesse me responder sobre sua agenda de shows. Porém, num bate papo rápido, pude conhecer mais um pouco desse ídolo dos sessentões como eu. Depois, falando com um público mais jovem, descobri entre eles também, fãs do cantor.
Gente que não conhece sua trajetória de sucessos, que teve início em 1953 com suas inúmeras canções, como a linda homenagem ao eterno Mané Garrincha, com a “Balada número 7”, Pedágio, Tema de Wilma... Fez Rádio, Cinema, Teatro, TV. Conquistou prêmios como o Troféu Roquette Pinto e Troféu Imprensa. Trabalhou na extinta TV Tupi, Record, Bandeirantes, Globo e SBT. Mas a nova geração que curte o artista, se reporta às décadas de 80 e 90, quando compôs várias músicas que alcançaram os primeiros lugares nas paradas, tais como: "Dia de Formatura", com Nalva Aguiar, "Seu amor ainda é tudo", "Ainda Ontem Chorei de Saudade" e "Se eu não puder te esquecer", com João Mineiro & Marciano.
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