15 - VIA SACRA ATÉ AO SANTO CRUZEIRO, EM CACHOEIRA
Fernando Mauro Ribeiro
15 de abr. de 2022
2 min de leitura
O dia não havia ainda amanhecido, quando um grupo de pessoas se concentrou na Praça da Matriz com o objetivo de se fazer uma caminhada Penitencial. A proposta: subir o Morro do Ypiranga, em Via Sacra, até ao pé do Santo Cruzeiro.
Com lanternas e celulares , os paroquianos iniciaram a caminhada meditando as Estações da Via Crucis. O sol dava sinais de que se apresentaria, sem o seu habitual brilho. E de fato, ele surgiu, timidamente, por de trás da montanha onde havia se escondido; quando formamos um grande círculo ao redor da grande Cruz que, imponente, no cume daquele Monte, tem os braços abertos para acolher a todos, num fraterno abraço encerramos com a XV Estação.
“À sombra dos Teus braços, a Igreja viverá, por Ti, num eterno abraço, o Pai nos acolherá. Vitória, Tú reinará, ó Cruz, Tu nos salvará”. É um lugar propício à oração, lugar de silêncio, de contemplação, de reflexão, de fotograr, de olhar atentamente a geografia de nossa cidade que, ainda guarda traços de nossa infância. Terra, que mesmo lentamente vais se projetando, se esticando, se alargando, surgem ruas e bairros , deixando evidente que o progresso está à caminho.
Depois de concluídas nossas orações, as lentes se voltaram para a área urbana, os vales e campinas, montes e montanhas, a vegetação, o Meio Ambiente, nosso Córrego Rico. Pobre de água e rico de detritos. Quintais poluídos de garrafas pets... Cachoeira Alegre, muitas vezes, me parece cansada, tem os seus cabelos em desalinho, os pés calejados e os olhos tristes em razão do descaso que lhes impõe o poder público e por que não, muitos de seus filhos!
Mas, fiquemos com o verde dos campos de futebol de Flamengo e Tupi, com as matas ainda existentes que temos em nosso entorno. Fixemos os olhos no Museu de Arte Sacra que implora por um restauro. Olhemos os andaimes que envolvem a torre de nossa Igreja-matriz, onde profissionais da pintura iniciaram recentemente sua limpeza. Fotografemos, guardemos em nossa retina essas imagens para que possamos confrontá-las no próximo ano.
E assim, foram descendo, um por um, e um último olhar para a Cruz, enquanto vou cantarolando: “Brilhando sobre o mundo que vive em tua luz, Tú és um sol fecundo, de amor e de paz, ó Cruz. Olhando para ti, sinto que, aumenta a confiança do pobre, do pecador e confirma nossa esperança, na marcha para o Senhor. Venho aqui com relativa frequência, mas, em 2023, estando eu por aqui, novamente escalarei o Monte Santo nessa marcha. Afinal, é pelo Senhor que marchamos!
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