15 – PRECISO FAZER AS MALAS. AQUI TÁ FRIO? NO JALAPÃO TÁ COM 38 GRAUS. VAMOS NESSA?

Tempo doido esse de Muriaé”. É o que ouvi, hoje, pela manhã, quando me dirigia para a Capela do colégio Santa Marcelina, onde participo, diariamente, da Missa das seis horas da matina. A dona dessa frase relacionada ao tempo e temperatura por aqui, é uma senhorinha, que ao abrir a janela de sua casa, disse para si mesma e, ouvi, quando passava por ali.

Se o tempo está doido, não é só aqui em Muriaé, não, mas no Brasil inteiro. Basta estar atento aos jornais quando faz uma abordagem mais ampla sobre o tempo e a temperatura. A meteorologia desde o Oiapoque ao Chuí, é descrita em detalhes e divulgada em rede nacional. Ocorrem pequenas mudanças, é bem verdade. Mas, o que vemos nessas previsões climáticas são situações que nos surpreendem de fato.

Em algumas ocasiões, o quadro chega a ser assustador e deixa-nos muitas vezes, estarrecidos: chuvas torrenciais, aguaceiros, enchentes, inundações, rios transbordam, tomam as ruas, invadem as casas e muitas vezes são arrastadas pela fúria das águas. Enquanto que, em algum lugar do país, há seca ameaça a colheita de grãos, as queimadas ocorrem com tal intensidade que as brigadas de combate aos incêndios têm dificuldades de conter as chamas. A falta de chuva compromete a vida das pessoas com suas criações sedentas em busca de saciar sua sede, quando a água é pouca, quase nenhuma.

É assim esse nosso mundo grande e cheio de beleza, que o bom Deus criou. Nós, humanos, é que causamos todo esse desconforto, essas mudanças climáticas que geram tanta dor, tanto sofrimento. Às vezes, por desinformação. Mas, muitas vezes, porém, se pratica o desmatamento, se poluem os rios, se coloca fogo nas matas... se desrespeita a mãe-natureza, por pura ambição. É o vil metal que fala mais alto na consciência daqueles inescrupulosos que só vêm diante de si o cifrão, o dinheiro, o ter, o poder.

Quando saio da missa, observo um céu azul, o sol se apresentando no cume dos montes e já emitindo seus raios, como que acendendo as luzes das coberturas dos prédios e, a lua, ainda desfila magnífica no firmamento. Como não ver Deus, presente no sol a brilhar, no azul do firmamento, no verde das florestas, na lua bela, como quem se apronta para ir a uma festa?

Lembrei-me, de repente: Preciso preparar minha bagagem e fazer minha mala. Daqui a alguns dias, estarei contemplando outros céus azuis, rios, cachoeiras, corredeiras... meu destino é o Jalapão. Primeiro, vou ao Rio de Janeiro para ver o meu amor. Sigo depois pra São Paulo, vou me encontrar com os primos, tios, amigos – são outros amores – e então, rumo para o aeroporto internacional de Guarulhos – SP, para voar esses céus, em busca de outro céu; o céu de Tocantins. Vamos aterrissar em Palmas, a capital do Estado e de lá seguiremos para os passeios já adquiridos anteriormente, num pacote de viagem.

Jalapão é cenário de filmes. Serão sete dias de aventuras, mas também de contemplação. Vou com alguns amigos que me aguardam em São Paulo, para desfrutarmos de mais um pedacinho do Brasil. Nesse paraíso, teremos cachoeiras de águas cristalinas, o fervedouro do Buriti, que tem o formato de um coração, fervedouro do rio Sono, fervedouro do Macaúbas onde a água brota com mais força, Cachoeira do rio Formiga, escalaremos dunas, chegaremos à Ponte Alta e visitaremos os cânions, descendo as escadas entre os paredões de 25 metros de altura, com uma vegetação exuberante de musgos e samambaias; Faremos trilhas, um mergulho na Prainha, que é o coração do Jalapão, Ilhas paradisíacas, o pôr do sol nas imponentes ilhas do Jalapão. Serras Gerais: montanhas e vegetação do serrado... Num carro 4 por 4, visitaremos os municípios de Mateiros; de São Félix, onde estão os fervedouros do Alecrim, o único que permite visita noturna, fervedouro do Bela Vista, o maior deles e com melhor estrutura, catedral do Jalapão, refrescar na Cachoeira do Poço Encantado...

Pois, bem, amigos leitores, deixe-me fazer a mala, pois o caminho é longo: Rio de Janeiro, São Paulo e Tocantins. No início de setembro estarei de volta, para assistir aos desfiles cívicos e comemorar o Dia do Muriaeense com os amigos no Parque de Exposições. Mas, não pensem que não nos falaremos. Estarei todos os dias com vocês!

Fernando Mauro Ribeiro