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15 - CHEGAMOS AO FIM DO ANO LITÚRGICO- UMA SOLIDÃO DE DOER NA ALMA E A NECESSIDADE DE CAMINHAR

  • Fernando Mauro Ribeiro
  • 15 de nov. de 2021
  • 4 min de leitura

Chegamos ao final de mais um ano! Espera aí! Estamos ainda em novembro! Dirá o leitor mais afoito. Tens razão! Só que, estou me referindo ao final de mais um Ano Litúrgico que, para a Igreja Católica, se encerra com a solenidade de Cristo Rei, que celebraremos no dia 21, próximo domingo.

Vamos passar o próximo ano juntos? É um convite que fazemos a você, caro leitor. Assim como passamos os difíceis 2020 e 2021 unidos em nosso compromisso de informar, de evangelizar através de nossas páginas digitais, apesar das grandes dificuldades relacionadas à pandemia.

Apesar de tudo e contra todas as adversidades, permanecemos unidos como família Novo Tempo, para agradecer pela vida, consolar os aflitos, professar nossa fé, semear a paz, testemunhar a verdade e recomeçar com esperança; sempre ao redor da mesma mesa. Em meio à dureza da pandemia, nosso informativo navegou o rio turbulento dos últimos tempos, nossa Paróquia celebrou as missas com a colaboração das redes sociais e o apostolado do Terço dos Homens não deixou de se reunir para rezar.

Aqui em casa, rezávamos juntos: meu pai e minha mãe, sempre com um ou mais irmãos ou irmãs, primas ou sobrinhos; o Terço Mariano, o Terço das Mãos ensanguentadas de Jesus e o Terço da Misericórdia, em horários pré-estabelecidos. Quase sempre com uma imagem de Nossa Senhora, às três da tarde, era o belo quadro de Jesus Misericordioso, às vezes uma vela acesa, às vezes, uma rosa vermelha, colhida no jardim de minha mãe, era colocada aos pés da Virgem Maria.

Assim, pedíamos sua proteção para os profissionais da saúde que estavam na linha de frente, no combate à Covid-19; lembrávamos também dos familiares que experimentavam a dor da perda e, daqueles que, vítimas da pandemia, precocemente, se foram. A maioria sem ter um familiar presente, sem um aceno, sem um afago, um afeto, um olhar, uma mão para apertar. Quando muito, tinham diante de si, um rosto, coberto com uma máscara e aquela parafernália que envolve a segurança de todos. Uma solidão de doer na alma, eu costumava comentar com aqueles que rezavam conosco.

Ao final do Terço Mariano, rezávamos, como todos, a Salve Rainha, e cantava-se um cântico em louvor a virgem Maria, na certeza de que a Mãe de Jesus e da humanidade inteira estava a derramar as graças eficazes de sua chama de amor. Ao final de outro terço, para reafirmar a certeza da presença de Cristo combatendo ao nosso lado, cantávamos:

“Mãos ensanguentadas de Jesus, Mãos feridas lá na cruz; Vem tocar em, vem tocar em mim, vem tocar em mim, vem Senhor Jesus. Mãos que as crianças abençoaram, mãos que os pães multiplicaram: Vem tocar em, vem tocar em mim, vem tocar em mim, vem Senhor Jesus”.

Hoje, depois que a chuva cessou, caminhei por entre os canteiros do jardim de minha mãe, havia lá, outras rosas vermelhas e comovido me lembrei de um poema: “Sinal no céu”, de Adélia Prado, transcrito para um antigo caderno de poesias, e que expressa o sentimento experimentado nesse gesto. “É um tom de laranja sobre os montes, um pensamento inarticulado de que a Virgem pôs o mundo no colo e passeia com ele nos rosais”.

Com a ausência de meus pais – onze meses se passaram – os filhos se distanciam, a casa, grande e acolhedora continua a ser referência, mas as visitas não ocorrem com a mesma frequência. Já não nos reunimos aqui para rezar. A capela está vazia, vez ou outra, levo uma rosa e deposito nos pés de Nossa Senhora. Como era bom, estar com os pais e algum irmão, rezando na capela!

Preciso trocar as toalhas, recolocar o tapete, lavar jarras e cuidar das imagens – são ao todo, dezesseis – Sagrado Coração de Jesus, São José, São Pedro, São Judas Tadeu, São João Batista, Nossa Senhora das Graças, da Saúde, do Carmo, de Nazaré, Aparecida, Imaculada Conceição... são algumas delas. Ao contemplar a imagem da Mãe de Jesus – meu pai tinha devoção por Nossa Senhora do Carmo - tocá-la, encostar o seu rosto ao meu, experimento um sentimento de estar no colo, no coração da mãe.

O mundo ainda assustado diante da pandemia posso sentir-me no colo da Virgem que embala a todos com esperança, nessa passagem dura de muitos meses. Isso tudo mostra-nos o alento que a fé nos dá.

“Acaso não sabeis que sois o templo, onde habita Deus”? Nos diz o apóstolo Paulo, em uma de suas cartas enviadas às Comunidades que ajudou a formar. Gostaria de lembrar que, “o lar de cada um de nós, deve ser o santuário de Nossa Senhora”. Quero agradecer, portanto, a todos que estiveram conosco nesse período, acessando, divulgando, possibilitando que mais pessoas nos acompanhassem ao longo de todo esse tempo. Nosso site, como você sabe, às vezes é confundido como se fosse um jornal da Paróquia de São Sebastião, tamanho é o espaço que é destinado à evangelização.

Mesmo nesses dias difíceis de pandemia, o Portal Novo tempo esteve atento o tempo inteiro à caminhada de nossa Comunidade, trazendo denso conteúdo de formação católica. É uma forma de contribuir para que o Evangelho chegue a mais famílias, transformando-as em santuários de Deus. Assim, terminamos mais um Ano litúrgico e reitero o convite que fiz no início, de que continue conosco!

Fernando Mauro Ribeiro

 
 
 

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