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14 - A ASSUNÇÃO DE MARIA E NOSSA VOLTA A DEUS

  • Fernando Mauro Ribeiro
  • 14 de ago. de 2024
  • 5 min de leitura

Atualizado: 16 de ago. de 2024


O mistério pascal de Cristo é único e absoluto no ano litúrgico. Não se pode negar, porém, que a presença de Maria se encontra nas celebrações litúrgicas. É necessário entender que a liturgia tem como direcionamento, proclamar a ação de Deus na história, por meio da presença de Cristo que une o seu sacerdócio ao Pai Eterno. Maria, portanto, é venerada como a mulher que participa dessa missão extraordinária. Inserida nas celebrações do mistério cristão e unida a Cristo. Ela se integra a todos os seus desígnios.

       

AS CELEBRAÇÕES MARIANAS 

As celebrações marianas, como se sabe, servem para evidenciar o mistério pascal de Cristo e manifestar a ação de Deus na humanidade. Maria é o modelo de todo este complexo. Está unida a Deus e se torna companheira de todos os filhos dele no seguimento de Jesus Cristo. Não se celebra nenhum culto a Maria sem o sentido da obra de salvação operada pelo seu Filho. Quando Maria foi escolhida para ser a Mãe do Salvador, tornou-se companheira da ação histórica de jesus Cristo.

Deus Filho, no mistério da Trindade, é o centro da celebração litúrgica. Maria, servindo ao plano de Deus na história humana, une-se a este mistério.

Dentro do calendário litúrgico encontramos várias festas para Maria, de forma que as suas celebrações acabam contribuindo para que o mistério pascal possa ser melhor compreendido e celebrado.


FESTAS E SOLENIDADES MARIANAS

Depois das comemorações dos mártires e apóstolos na história da Igreja, as celebrações marianas assumem um grande espaço. Essas celebrações (solenidades, festas e memórias) manifestam a devoção popular por Maria. Algumas delas, como a de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, é muito importante em nossa religiosidade, seguida das festas da Anunciação e da Purificação de Nossa Senhora. A solenidade da Santa Mãe de Deus está inserida no ciclo do Natal, por estar ligada ao mistério da encarnação de Nosso Senhor Jesus Cristo.


ESPIRITUALIDADE DO DOGMA MARIANO DA ASSUNÇÃO

        A definição do dogma da Assunção de Maria em 1950, por Pio XII expressa que Maria, por ser Imaculada, ao final de sua existência terrena, foi acolhida plenamente, no reino celestial. A festa celebra a salvação plena de Maria que, preservada de todos os pecados, entrou plenamente na glória de Deus.

A teologia desta solenidade expressa o significado da doutrina que afirma “que a Mãe de Deus morreu, mas não pode ser retida pelos laços da morte”.

A solenidade da Assunção de Maria, proclama que a ação de Deus é graça e graça para vencer os pecados. Foi assim que Maria ficou livre de toda corrupção do pecado. Esta celebração está intimamente ligada à Sua concepção imaculada. Pela graça de Deus foi isenta do pecado e por Sua graça foi elevada plenamente ao céu.


MENSAGEM BÍBLICA DA ASSUNÇÃO DE MARIA

As leituras bíblicas retomam o hino do Magnificat (Lc 1, 45-55). Este hino toma nova dimensão quando unido à narração do livro do Apocalípse (ap. 12, 1-9). A visão do ataque do dragão contra a mulher sugere a mediação da ação de Deus contra o mal, aqui representado pelo dragão. Ela luta para proteger seu filho.

Os teólogos da Igreja primitiva aproximam a figura da mulher à de Maria, e a figura do filho à de Jesus. Pela ação de Deus, o dragão é vencido. A liturgia proclama então, o triunfo de Deus no mundo, sua força, sua realeza. Esta vitória de Deus, representa a vitória sobre a morte, que dá sentido à Assunção de Maria.

A leitura da carta de Paulo aos Coríntios (1Cor. 15, 20-26) apresenta Cristo como primícias da ressurreição dos mortos, de todos os seres humanos. Este mistério tem sua plenitude em Maria.


A TRADIÇÃO DA DORMIÇÃO NO ORIENTE

A Dormição de Maria, também chamada de Theotokos (Maria, literalmente traduzido como “portadora de Deus”) é uma das grandes festas das Igrejas Ortodoxas e das Católicas orientais que comemoram a Dormição, ou morte de Maria, e sua ressurreição corporal antes de ser elevada ao céu. Nos primeiros quatro séculos do Cristianismo não se escreveu quase nada sobre o fim da vida de Maria. Não há documentação, embora se diga que a festa da Dormição já era conhecida em Jerusalém, após o Concílio de Éfeso (no ano 431).

No final do século V, as primeiras tradições sobre a Dormição começaram a aparecer nos manuscritos. Sttephen Shoemaker, professor americano, estudioso sobre a Dormição de maria, detectou a repentina aparição de três diferentes tradições narrativa sobre o final da vida de maria, além de outras atípicas: ele batizou-as de “Palma da Árvore da Vida”, “Belém” e “Copta”.

A tradição da Dormição também está associada a dois lugares: Jerusalém, que abriga o Túmulo de Maria e a Basílica da Dormição de Maria, e Éfeso, onde está a Casa da Virgem Maria (Meryem Ana) que segundo consta, viveu ali com São João Evangelista, após a morte e ressurreição de jesus cristo.


DORMIÇÃO E ASSUNÇÃO: DUAS FOTOGRAFIAS, UM ÚNICO MISTERIO

Apesar da mesma solenidade (a partida de Maria deste mundo), as crenças não são idênticas. A ortodoxia nos ensina que Maria passou por uma morte natural, como qualquer outro ser humano, e que sua alma foi recebida por Cristo logo após a sua morte. E seu corpo foi ressuscitado no terceiro dia, elevado ao céu, para se juntar à sua alma. Seu túmulo foi encontrado vazio no terceiro dia.

O ensinamento católico, no entanto, ensina que Maria foi “Assumida” no céu de corpo e alma, como seu filho Jesus ascendeu. Alguns grupos católicos concordam que os ortodoxos de que este evento teria ocorrido após a morte de Maria, enquanto outros afirmam que ele não experimentou a morte. O Papa Pio XII, na Constituição Católica Munificentissimus Deus) definiu o dogma da Assunção e deixou a questão propositadamente em aberto. O Papa João Paulo II, afirmou que Maria, de fato, experimentou a morte, antes de ascender. Ele disse:

Neste ponto, São Francisco de Sales defende que a morte de Maria se deu sobre um transporte de amor. Ele fala de uma morte no amor do amor, e através do amor”, chegando ao ponto de dizer que a Mãe de Deus morreu de amor pelo Seu Filho Jesus. (Tratado sobre o Amor de Deus, livro 7, c. XIV). Qualquer que tenha sido, do ponto de vista físico, a causa orgânica, biológica do fim de sua vida terrestre, pode afirmar-se que para Maria a passagem desta vida para a outra, foi o desenvolvimento completo da graça na glória, de modo que nenhuma outra morte pode ser tão adequadamente chamada de “dormição”, como a dela. (Papa João Paulo II)


LITURGIA MARIANA DA ASSUNÇÃO

Todo o ritual da celebração deste mistério evoca a realidade do ser humano. As orações que são proferidas durante a celebração, sejam as iniciais, bem como de Ofertório e Comunhão, ressaltam Maria como a primeira redimida pela graça de Jesus. Ela se torna a primeira da salvação operada por seu Filho. As leituras recordam suas passagens bíblicas mais importantes.

Pensamos na figura de Maria, na primeira leitura, como a mulher que venceu o mal. Ela protege seu Filho e Ele salva a humanidade do poder do mal. Maria é a força dos cristãos na luta contra o mal. Mas o caminho positivo da liturgia se encontra na mensagem bíblica que dia que para sermos elevados aos céus, como Maria, devemos seguir seus passos no seguimento de seu Filho.

Ela visita Isabel num ato de caridade e desprendimento. Este é o caminho da Assunção para Maria: entregar-se a Deus, servindo Isabel. Se quisermos também ser elevados aos céus, apesar de nossos pecados, devemos servir os nossos irmãos. Essa é a mensagem atual de nossa celebração litúrgica.

 Padres: Antonio S Bogaz, Rodinei Tomazella e Professor João H Hansen


 
 
 

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