Às vésperas da viagem que farei aos Emirados Árabes, nesse entardecer, eu ouvia, a pouco, em meu quarto uma pregação de Pe. Paulo Ricardo sobre a “Devoção à Sagrada Face”. Um dia quente em que a brisa suave se ausenta e não acaricia a minha face, quando ondas de calor tomam o meu corpo, e em minha cama, entre sonolento e um não querer dormir, um desânimo que vem num crescente já a alguns dias tornou-se ainda maior e não consegui me levantar de imediato, permanecendo ali, por mais algum tempo.
Foi-se a tarde e, com o cair da noite, tudo se torna densamente solene, a luz tênue das luminárias acentuam os contornos das árvores, os prédios parecem fantasmas que emergem da escuridão. A tradição bíblica e mística nos apresentam a noite como espaço de luta contra o tentador e suas seduções.
Quando criança, o medo do escuro era infinitamente maior. O grande São João da Cruz trata a aridez espiritual, a experiência do nada sentir e saber, do nada querer fazer, uma espécie de letargia; como “a noite escura da alma e dos sentidos”. A escuridão é, portanto, sinônimo de ausência, falta de direção, desconforto e, por vezes, aflição.
Tenho me sentido assim com uma certa frequência. Sem vontade viajar, sem desejo, sem ambição... a mala por fazer e um descrer no que possa vir a ser. Não bastassem os meus fantasmas que, ´me visitam e que os enfrento com determinação, não bastassem as minhas dúvidas e dores, onde há um caminho ainda a ser percorrido e eu confuso, tropeçando, errante, nos descaminhos; o homem, dito civilizado, ainda faz guerra.
O mundo está caótico, assisto estarrecido a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, os ataques sistemáticos que não permitem aos civis uma rota de fuga. É desesperador contemplar cenas desse tipo. Diante das muitas lacerações do mundo e das muitas feridas na carne dos homens, tenho a impressão de que vamos sucumbir e, me vem à garganta um grito. Grito de misericórdia!
No mundo, impera a lógica da violência, do ódio e das armas, a lógica dos interesses econômicos. No momento em que os conflitos parecem sem soluções e os corações parecem endurecidos, somos convidados a voltar o nosso pensamento para a Mãe da Misericórdia, para podermos redescobrir a alegria da ternura de Deus... O seu cântico de louvor nos umbrais da casa de Isabel foi dedicado à misericórdia que se estende de “geração em geração”. A oração, aliada ao esforço do diálogo, é uma eficaz ferramenta para aprofundar a fé na busca de soluções.
Apesar da guerra, você fará realmente a viagem a Dubai? Depois de minha resposta afirmativa, ouço coisas do tipo: “Você não tem medo? “Você é louco”! “Você tem muita coragem”! Não vejo nisso, nenhum ato heroico. Receio sim, mas ao espaço aéreo não há uma ameaça, embora não se saiba o rumo que essa invasão russa possa tomar. Preferia viajar num clima pacífico, mas acho difícil que se tenha uma solução nas próximas horas que antecedem a viagem. Não sei no que pode se desencadear tudo isso. Há muitos interesses políticos em jogo. Contudo, não creio numa terceira Guerra Mundial. A Otan, de certa forma, é um órgão que pode frear os impulsos da Rússia.
A verdade é que, uma viagem marcada para março de 2020 e, remarcada outras quatro vezes, em razão da pandemia, agora está prestes a se concretizar. Tivemos que fazer reajustes de preços, mudar algum programa, inserir outros, fazer mais um seguro de saúde - específico para cobertura Covid-19 – exames antes do embarque em Guarulhos e na chegada em Dubai, ainda no aeroporto. E tudo isso em dólar. Logo, conclui-se que, dificilmente nosso voo não se concretizará, mesmo porque, a linha aérea da Cia. Emirates está decolando e aterrissando nos dois países – dois extremos - sem nenhuma restrição.
Estaremos saindo de Muriaé, no dia 15 de março, às 09:00 horas, da manhã, num ônibus fretado que, nos levará até ao Galeão – RJ. De lá, seguiremos em um voo da Gol, para Guarulhos – SP. É quando, então, faremos o check in e aguardaremos o momento do embarque.
A chegada em Dubai está prevista para as 22:35 horas, do dia 16 de março. Recepção no aeroporto e traslado de chegada privativo com assistência ao hotel e hospedagem. E, depois de longas horas de viagem, o merecido descanso. Há uma programação que compreendem onze dias, dede o dia 15 a 25 de março.
Com uma localização costeira na Península Arábica, Dubai é uma cidade cosmopolita e um caldeirão diversificado. A cidade desfruta de um clima quente o ano inteiro. Os meses de inverno duram de outubro a maio, com temperaturas que variam de 20 a 35 graus, - pode ultrapassar facilmente os 40 graus – é um clima predominantemente quente. Não é à toa que, a Copa do Mundo de Futebol que, será disputada lá, acontecerá no final do ano e não em junho, como normalmente ocorre nos demais países que sediaram a competição. Recomenda-se levar roupas leves, porém os locais fechados costumam ser bem refrigerados, então se sugere que tenhamos também na bolsa, uma blusa, um casaquinho.
Por mais que Dubai seja mais liberal que seus vizinhos, dos emirados, como Abu Dhabi por exemplo que, também visitaremos, há uma série de restrições que não vou mencionar aqui, mas que devem ser observadas, pois em caso de descumprimento, há severas punições, afinal, Dubai continua sendo um lugar mulçumano.
Aos estimados leitores do Portal Novo tempo, peço-lhes que, continuem em nossa companhia. Não farei, a princípio, artigo específico da viagem, para melhor administrar o tempo entre um e outro passeio e o descanso evidentemente. Mas, como de costume, terão, a cada dia, uma matéria, abordando temas diversos como:
16 - As Bem-aventuranças dos Políticos
17 – Quero mais saúde – Água Mineral
18 – São José: Esposo da Virgem Maria, Pai adotivo de Jesus
19 – Dia de São José Padroeiro de Silveira Carvalho
20 – A residência e o Instituto Moreira Salles
21 – Turismo, Arte, Cultura e Lazer na Linha do Tempo de Burle Marx
22 – Dia Mundial da Água: Tão indispensável quanto o ar...
Quando de nosso retorno, nos encontraremos aqui, nas páginas desse informativo que, como alguns de nossos queridos leitores o definem: é, O JORNAL DA NOSSA TERRA. Até breve!
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