15 – RECADO PARA OS JOVENS: DESAFIO DE SER DIFERENTE
Fernando Mauro Ribeiro
14 de jan. de 2023
3 min de leitura
Atualizado: 25 de jan. de 2023
“O mundo é um palco onde todos nós somos os atores, com seus momentos de entrar e sair de cena”.
Esse pensamento de Shakespeare me levou a algumas reflexões. De fato, muitos já saíram de cena, deram sua contribuição. Outros não entraram ainda em cena, e não pretendem contribuir com sua atuação em favor de sua gente. Para essa reflexão, tomei Cachoeira Alegre como referência, como palco, o grande palco da vida.
E olha que basta querer que se vive emoções inenarráveis nesse palco-terra querida. Para alguns; palco de ilusões. Para outros, palco de realizações profissionais, artísticas, políticas, esportivas, religiosas, educacionais, culturais, históricas, folclóricas...
O palco está para a arte, como o rio está para o mar. Ou seja: o palco espera pelos seus atores e atrizes ao longo de toda uma vida, e quando esses artistas chegam, ele os recebe com uma grande expectativa em relação àquilo que eles trazem, mas sobretudo, com muita alegria, pois, o palco não deseja nunca estar vazio, ele quer presença, luzes, vida, emoção.
O rio, não difere muito do palco. Eles têm muita coisa em comum. Por exemplo, o mar espera pacientemente, pelas águas dos rios; e também com grande expectativa para saber o volume, a qualidade, a previsibilidade, temperatura e pureza que elas trazem consigo. E também como o palco, o mar se mantêm em silencio para ouvir o murmurar das águas que estão a caminho e quando elas chegam, ele se agiganta, faz uma festa, se alegra e celebra esse encontro, esse entregar-se, esse doar-se, esse tornar-se um, somar forças para ir mais longe.
Assim somos nós, artistas no palco da vida. Ou assim deveria ser, todo aquele que pisa no palco vida. Infelizmente, não é sempre assim. No palco Cachoeira Alegre, muitos não querem entrar em cena, desejam sentar-se em seus assentos confortáveis e ver o mundo evoluir em torno de si. Não querem de modo algum serem inseridos nesse contexto. Ser plateia é muito mais cômodo, não exige trabalho, dedicação, empenho, determinação, criatividade, comprometimento.
Se gosto, aplaudo, se não; me silencio ou até prefiro vaiar, pois assim estou me manifestando, estou me exercitando. Afinal, aplaudir ou vaiar não me custa nada. Se algo deu errado, saio de cena sem me comprometer. Há muta gente que têm para si essa proposta de vida e esse modelo é perpetuado.
Não sabem elas, que quando deixam o palco da vida, sequer, são percebidas. A vida dessas pessoas que vivem em comunidade, que nada propõem, que não participam da vida de sua cidade, que nem mesmo prestigiam os eventos sociais, religiosos, culturais, artísticos, esportivos, sejam eles quais forem; não serão lembradas.
“Quem não vive para servir, não serve para viver”. Quem não entra em cena, não tem como sair de cena. Quem não atua; não é notado; quem vive no ostracismo, cairá no anonimato, pois o homem se eterniza através de suas obras.
Por que é que estou a dizer essas coisas, perguntar-me-á o leitor. E eu digo que quando iniciamos o ano, celebramos nosso padroeiro, e a realização desse evento, requer que um grande número de pessoas, se envolvam, se vistam de entusiasmo, se predispõem a trabalhar... afinal temos São Sebastião como nosso intercessor, nosso protetor, como aquele que nos aponta para Deus.
Sim, iniciamos o ano com o coração cheio de metas, sonhos e planos. Esse é o roteiro para a nossa apresentação. Confesso que não é meu desejo sair de cena, que nesse início de ano, como muitos de vocês, eu carrego a esperança. Porque esperança é ter a expectativa de que algo acontecerá, a esperança está ligada à fé, porque a pessoa com esperança acredita numa coisa que ainda não vê, mas que crê que acontecerá.
E, hoje, eu que ainda tenho minha poção jovem, deposito minha esperança nos jovens. A mistura de expectativa e ansiedade intensa caracteriza a juventude. Preocupação, medo e um friozinho na barriga são sentimentos que invadem a vida nessa época. Esta é uma fase delicada e ela não exclui ninguém.
Juventude também é tempo de alegria, de planos e de projetos. Ser jovem é sinônimo de vida, disposição para o trabalho e força para enfrentar os desafios. Seu jovem cristão, é usar tudo isso para Deus, em prol do seu Reino. É ser diferente. É não se contaminar com o mundo. Ser um jovem cristão em pleno século XXI é tomar uma decisão de extrema importância e um quanto difícil.
Na Paróquia de Cachoeira Alegre, por exemplo, há quanto tempo não há um Grupo de Jovens que se reúna, que proponha, que ore, que participe de retiros, encontros? Queremos contar com você jovem estudante, professor, médico, esportista, político, comunicador e de tantos outros segmentos da sociedade para escrever mais uma página da história de Cachoeira Alegre, para a edificação de um mundo mais belo, justo e fraterno
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