13 - RAFAEL, UM GUIA NÃO REMUNERADO QUE NOS LEVOU A CONHECER MAIS DA CAPITAL
Fernando Mauro Ribeiro
13 de abr. de 2024
3 min de leitura
Em Belo Horizonte, além do tour que fizemos pela cidade, com nossos guias – depois falaremos disso – tivemos o sobrinho Rafael como anfitrião, um outro guia não remunerado que nos possibilitou conhecer outros lugares como palácios. Museus, parques e igrejas que não estavam no roteiro. Assim, conhecemos a Igreja de São Francisco de Assis, onde participamos da Santa Missa; no Santuário de São José, Maíza e eu participamos mais uma vez da Santa Missa. O belo Palácio das Artes, Parque Municipal, a Savassi com seus bares e outras atrações que a capital oferece.
Para melhor entender a quantidade, a suntuosidade, a riqueza e o esplendor das Igrejas, acho oportuno dizer que:
SOBRE AS IGREJAS E O MATERIAL LITÚRGICO
“Das grandes descobertas de ouro das Minas Gerais, decorrem os primeiros núcleos de povoamento, onde logo foram construídas ermidas e capelas destinadas a abrigar as imagens trazidas pelos fundadores. Essas primitivas edificações foram substituídas por templos de maiores proporções – as matrizes – cuja riqueza decorativa consistia em fator indicativo da importância de uma Vila e do fervor religioso de seus habitantes.
Assim, as matrizes abrigavam diversas associações religiosas que, naquele recinto, construíam, decoravam e mantinham seus altares. Gradativamente, Irmandades e Ordens Terceiras foram conquistando autonomia para a edificação de templos próprios e, na ânsia de exceder as demais, estimularam a criatividade dos artífices e artesãos, criando espaço e mercado privilegiados para uma produção artística fecunda e original, sobretudo, na segunda metade do século XVIII.
Refletindo a proposta da Igreja da Contra-Reforma, que se utilizou do barroco para reafirmar a força da fé através da suntuosidade dos templos e do culto religioso, as igrejas mineiras setecentistas concentram um significativo acervo de objetos de culto, cujo valor material soma-se à força do sentido plástico e visual.
A PRATA MINEIRA
Desde o século XVI, Portugal se empenhou na busca de prata no Brasil. Motivado pela ambição de rivalizar-se com a Espanha dona de riquíssimas jazidas desse metal em suas colônias.
A ambição pela prata, levou à descoberta do ouro das Minas Gerais no final do século XVIII e sua riqueza acarretou significativas alterações na relação Metrópole-Colônia.
Se visto por um ângulo foi fator de desenvolvimento e cultura, gerando cidades e monumentos, por outro, foi motivo e pretexto para forte esquema repressivo que motivou o sonho de liberdade da Inconfidência Mineira e de rebeliões em Vila Rica.
A inexistência de Minas de prata no Brasil favoreceu o contrabando desse metal que, já desde o meado do século XVI, aqui entrava através de mercadores e negociantes que desciam o Rio Amazonas com a prata do Peru (peruleiros) ou dos que aqui chegavam pelo Rio da Prata (prateiros).
Sujeita a rigoroso controle na Metrópole, a arte de trabalhar a prata constituiu-se em objeto de severa legislação na Colônia; ao contrário, a intenção de ocultar o contrabando e burlar o fisco, deu margem sobretudo em Minas Gerais a uma produção clandestina, embora de alto nível, o que se explica a quase inexistência de contrastes e marcas identificadoras do teor da prata, autoria e procedência em grande parte das peças pertencentes aos acervos das igrejas mineiras.
Os primeiros ourives no Brasil eram em sua maioria portugueses, ainda que ocorresse uma produção nativa, principalmente na região mineira, onde durante os séculos XVII e XIX as necessidades do culto e a concorrência entre as agremiações religiosas de leigos incentivaram a arte da prataria sacra.
Os templos foram então dotados de grande quantidade de objetos artisticamente trabalhados que se destinavam às cerimônias litúrgicas ou ainda à administração dos sacramentos (Eucaristia e Extrema-Unção) nas residências dos fiéis enfermos.
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