12 – VÍDEO REVELA BOLSONARO COM SEUS MINISTROS TRAMANDO CONTRA O PROCESSO DAS URNAS
Fernando Mauro Ribeiro
12 de fev. de 2024
2 min de leitura
O vídeo de uma reunião realizada em 5 de julho de 2022 revela que Jair Bolsonaro assumiu papel de coordenador de ataques ao sustenta eleitoral e mobilizou ministros. As imagens antecipadas pela jornalista do Globo Bela Megale, são citadas pela polícia como indícios da existência de uma “dinâmica golpista” no governo passado. Na gravação o então presidente, dá como certa a vitória de Lula, na disputa em outubro daquele ano.
Tornadas públicas, as imagens são citadas na decisão do ministro Alexandre de Moraes do STF, que autorizou mandados de busca, apreensão e prisão da Operação Tempus Veritatis. Os alvos foram Bolsonaro – ele teve que entregar o passaporte e está proibido de deixar o país, - ministros próximos, inclusive militares e assessores.
Na reunião filmada, Bolsonaro conclamou os 27 presentes, sendo 19 ministros, a garantirem sua eleição: - Nós sabemos que se a agente agir depois das eleições, vai ter um caos no Brasil, vai virar uma grande guerrilha, uma fogueira no Brasil. Agora, alguém tem dúvida que a esquerda como está indo vai ganhar as eleições? Não adianta ter 80% dos votos. Eles vão ganhar as eleições.
No encontro, Bolsonaro defendeu que todos os integrantes da Comissão de Transparência do Tribunal Superior Eleitoral fizessem uma nota conjunta afirmando que “as lisuras das eleições são (cic) simplesmente impossíveis de se ver (sic) atingidas” E disse que esperava que a Ordem dos Advogados do Brasil apoiasse a demanda. em seguida afirmou: O TSE cometeu um erro quando convidou as Forças Armadas para participar da comissão de transparência eleitoral. Cometeu um erro. Eles esqueceram que sou o chefe supremo das Forças Armadas?
VOU DESCER A RAMPA PRESO
As imagens divulgadas revelam o temor de Bolsonaro e de ministros de serem presos em caso de derrota nas eleições. O então presidente alertou sobre a possibilidade de ser detido por “ato antidemocrático”, enquanto Anderson Torres, da Justiça disse que eles iriam “se foder”, caso Lula vencesse o pleito. Houve ainda temor entre presentes no encontro, de a reunião estar sendo gravada.
Não tenho prova de muita coisa, mas não tenho dúvida (...) eu tenho que me virar acreditando que vai dar tudo certo no ano que vem? Eu vou descer daqui da rampa preso por atos antidemocráticos – disse Bolsonaro. Esse não é o único momento em que ele manifesta preocupação. Quando o general Augusto Heleno, então chefe do Gabinete de Segurança Institucional, afirma ter conversado com um diretor da Abin Agência Brasileira de Investigação, sobre infiltrar espiões nas campanhas, Bolsonaro pede para eles “conversarem em particular” sobre o tema.
Na reunião, Anderson Torres disse que todos iriam “se foder” em caso de derrota e que os presentes tinham “medo” porque o cenário era “ameaçador”. O ex-ministro fez referência ainda a ex-presidente da Bolívia Jeanine Ánez, presa sobre a acusação de participar de golpe.
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