Era por volta do ano 180 quando Santa Cecília foi chamada ao Conselho Romano. O conselho exigiu que ela dissesse onde estava o tesouro de seu esposo Valeriano e seu cunhado Tibúrcio, mortos por se recusarem a renunciarem sua fé. Santa Cecília disse que tudo já tinha sido distribuído aos pobres. O prefeito de Roma, Turchius Almachius, furioso, exigiu que ela renunciasse a fé cristã e adorasse os deuses romanos. Cecília negou-se mostrando muita coragem e serenidade diante de todos.
Condenaram-na à tortura. Mas, estando ela diante dos soldados romanos para ser torturada, ela falou a eles sobre as maravilhas de Deus, sobre a verdadeira religião, sobre o sentido da vida que é o seguimento de Jesus Cristo. Os soldados, maravilhados com uma mensagem que nunca tinham ouvido, ficaram ao lado de Cecília, dizendo que iriam abandonar o culto aos deuses.
Essas inúmeras conversões, foram milagres que Deus operou através de Santa Cecília para que essas pessoas alcançassem a felicidade e a salvação. O prefeito então, aborrecido, deu ordens para trancarem Santa Cecília no balneário de águas quentes do seu próprio castelo, logo na entrada dos vapores. Ali, ela seria asfixiada pelos vapores ferventes que aqueciam as águas. Ninguém conseguia ficar ali por mais de alguns minutos. Era morte certa.
Porém, para surpresa de todos, milagrosamente ela foi protegida e nada lhe aconteceu. Todos ficavam impressionados com a fé daquela jovem, frágil, que enfrentava a morte sem receio por causa da grande fé que tinha em seu coração. Mas, o prefeito, irredutível, mandou que ela fosse morta com três golpes de machado em seu pescoço.
O algoz obedeceu, mas não conseguiu arrancar sua cabeça, coisa que ele estava acostumado a fazer com apenas uma machadada. Santa Cecília, permaneceu viva ainda por três dias, conversando e dando conselhos a todos que corriam para vê-la e rezar por ela. Pressentindo sua morte iminente, Santa Cecília pediu que o Papa entregasse todos os seus bens aos pobres e transformasse sua casa numa Igreja. Celebramos o Dia de Santa Cecília em 22 de novembro.
Jornal O Evangelizador
O DOM DA MORTE
Não sei quem tu és, pálido, no mármore estendido,
Olhar sem brilho no passado.
Um olhar distante, já vivido
Por esse corpo agora frio e dissecado.
Em tuas veias corre o frio aldeído,
Onde antes o rubro sangue retirado.
Sangue que, nos estertores dos prazeres dos sentidos,
Tanto amores aquecera no passado.
Teus olhos refletiram tantas cores,
Teus pés trazem as marcas dos caminhos,
Teus lábios já falaram de amores,
Tuas mãos trazem lembranças de carinho...
O que é agora,
Amontoado frio de vísceras e ossos?
Temi tua cadavérica rigidez
Sobre esta mesa fria.
Temi a altivez do teu olhar opaco e indiferente.
Ah, mas percorrendo tua geografia
Descobri segredos tão pungentes...
Ao retalhar-te com esta lâmina fria
Descubro, nessa aprendizagem tão sofrida,
Que, embora morto sobre o vítreo mármore,
Ensinas mais que a própria Vida...
Àqueles em cujos corpos nos debruçamos em busca de conhecimento científico e acabamos descobrindo a nós mesmos...
Comentários