12 - EM VISITA AO MUSEU CLUBE DA ESQUINA, SUBI AO PALCO E CANTEI BELCHIOR E RAUL SEIXAS
Fernando Mauro Ribeiro
12 de abr. de 2024
3 min de leitura
Uma noite inesquecível em BH, quando visitei uma exposição no Museu Clube da Esquina e depois me reuni com uma turma no Bar para ouvir música de qualidade, com um trio que se apresentou interpretando pérolas da MPB e depois convidou a quem quisesse se apresentar no palco e eu fui! Mara, namorada de Rafael me inscreveu e lá fui eu. Há quem canta, quem encanta e quem espanta, disse o guia. Estou certo de que não espantei, pois fui aplaudido em ambas apresentações: cantando “Como nossos pais” (Belchior) e Medo da chuva (Raul Seixas).
É um local um tanto mágico. Visitar aquelas salas, observar cada objeto, os discos de vinil do Clube da Esquina, Geraldo Vandré, deixar lá meu recado escrito num varal cultural para os visitantes se manifestarem e depois apresentar-me no palco e cantar, foi muito legal. Meu recado:
Sou de uma Cachoeira Alegre – minha terra natal – Terra da Música, das Bandas de Música, de Músicos e Maestros. Andei por tantos caminhos e me dei conta que todos eles, todas as esquinas convergem para o CLUBE DA ESQUINA. Aqui estou! Pendurei com um clipe esse recadinho e deixei lá, como fizeram outros visitantes. O que eles farão com isso? Não sei! Mas é claro que sei da turma que estivera no bar: Tomamos um táxi na porta do hotel e lá estávamos nós: Maíza, Amélia, Beth, Julia e eu, e mais uma turma enorme do nosso grupo de viagem. Depois, chegaram Tida e Denilson – que estão vindo de Goiás – à caminho de Minas, Celino e Mariana. E para fechar a noite: Rafael e Mara. Uma noite marcante, um encontro ...
A EXPOSIÇÃO NO MUSEU CLUBE DA ESQUINA
PEDRAS QUE ROLAM, OBJETOS LUMINOSOS, NÚVEM NO CÉU E RAIZ; são as primeiras imagens que me vêm com a lembrança daquela tribo de cabeludos que se reuniu em torno de Milton Nascimento Rios, uns vinham com ele de Minas, outros, como eu, foram arrebatados pela correnteza. Passamos a caminhar juntos.
Milton chegou pronto, deu o passo à frente e promoveu a mais transcendental fusão de continentes e épocas do mundo que eu testemunhei até agora. Nada foi como antes. Sofisticado, Milton mudou a música brasileira ao mesmo tempo em que se tornou inspiração e um novo parâmetro para o jazz.
Imprevisível e marginal, ele caiu na estrada com seu bando e mergulhou no rock.
O Clube da Esquina é a imaginação no poder. Sensíveis a ele, multidões passaram a segui-lo e a encher estádios. O seu canto latino é a língua comum de novas gerações de artistas em todo o mundo, principalmente, na América Latina, onde sua arte provocou o renascimento moderno daquela música.
Torço para que essa reunião sob o mesmo teto dos distintos Clube da Esquina (1972) e Clube da Esquina 2 (1978), assim como agregou para esse projeto em 2007 um novo clube, - a quem agradeço toda dedicação e profissionalismo – inspire outros jovens de agora a cair na estrada e se juntarem a novas e antigas tribos de visionários, para mudar tudo o que precisa ser mudado, para que então venha o mundo justo e viajante que nós sonhamos nas barricadas e nos estúdios. E quem souber que faça isso gravando os melhores discos do mundo.
Ronaldo Bastos – Rio de Janeiro, outubro de 2007
BETO GUEDES
Alberto de Castro Guedes nasceu em Montes Claros (MG), em 13 de agosto de 1951. Aos nove anos mudou-se para Belo Horizonte onde conheceu o amigo e parceiro musical Lô Borges. No auge da beatlemania, em 1964, Beto e os amigos Márcio Aquino, LÔ e Yé Borges montaram o The Beavers grupo de versões de Beatles.
A vida de Beto começou a mudar em 1969: sua música “Equatorial” (em parceria com Lô e Márcio Borges), ganhou o 5º lugar no 1º Festival Estudantil da Canção de Belo Horizonte. Em 1972 mudou-se para o Rio com Lô e Milton Nascimento e participou da gravação do disco Clube da Esquina no qual tocou baixo, guitarra, percussão e cantou.
LÔ BORGES
Salomão Borges Filho, nasceu em Belo Horizonte, no bairro de Santa Tereza em 10 de janeiro de 1952. Ganhou o apelido Lô, na infância. Nessa época, conheceu duas pessoas que se tornaram grandes parceiros e formadores do Clube da Esquina, Beto Guedes e Milton Nascimento. Ainda na adolescência compôs “Clube da Esquina” em parceria com Milton e seu irmão Márcio, a música que daria nome a toda uma geração de músicos mineiros.
Por volta dos 17 anos, a convite de Milton, Lô Borges mudou-se com Beto Guedes para o Rio de Janeiro para gravar e co-assinar o disco Clube da Esquina
コメント