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12 - DIA DOS NAMORADOS: CALA A BOCA E ME BEIJA

  • Fernando Mauro Ribeiro
  • 12 de jun. de 2024
  • 7 min de leitura

Atualizado: 13 de jun. de 2024


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Há uma canção que diz: “fecha a porta e me beija”. Quando há uma discussão entre casais, é comum se ouvir: “cala a boca e me beija”! Outros casais nem dizem nada, simplesmente selam uma “DR” (discutir a relação) com um beijo e pronto!

      A língua é o de menos. Todos querem é beijar. A máxima de que “uma imagem vale mais do que mil palavras” merece uma repaginada. Do famoso selinho da saudosa Hebe Camargo ao bíblico episódio de Judas, passando pelo beijo de final de novela e chegando até os três beijinhos para casar, é inegável que beijar é um ato antigo que pode assumir muitas interpretações e intenções. Isso não é de agora. Dois mil e quinhentos anos antes de Cristo datam os primeiros registros do costume de beijar, que chega à atualidade ainda com mais evidência. Propomos a você uma inusitada viagem para mostrar que o beijo vale até mais do que mil imagens.

       De tipos de beijo o mundo está cheio. Alguns, inclusive, que nem as mais exóticas brincadeiras de salada mista sonham em apresentar. Até o livro do Kama Sutra reconhece a importância do gesto para o prazer. Cientistas e médicos já criaram a terapia do beijo.

       Sabe-se que beijar envolve 39 músculos e pode liberar até 15 calorias por minuto. Além disso, terapeutas indicam-no como alternativa para depressão, por estimular a liberação de endorfina no cérebro e na corrente sanguínea, o que dá a sensação de bem-estar.

    Quem nunca ouviu a famosa frase: “beija mal”! Bem ou mal, todos querem beijar. “Separando e voltando, a gente segue amando, andando, brigando, se reconciliando, entre tapas e beijos”.

Que tal, ao invés de discutir, dialogar; ao invés de acusar, perdoar, ao invés de brigar, rezar? É comum, quase que diariamente, ouvir de pessoas desesperadas, pedido de oração, pois seus relacionamentos estão se desfazendo. Há muitas traições, desavenças, discórdias entre marido e mulher, casamentos desgastados.

        Como gosto de rezar, e é também nosso dever de cristãos; me lembro sempre de rezar pelos casais, pelas famílias. Em algumas situações, - se tenho oportunidade de ouvir seus relatos – percebo que o motivo é sempre a falta de caridade e respeito mútuo. Muitos cônjuges vivem de maneira egoísta, valorizando apenas as coisas materiais, deixando de lado virtudes verdadeiras como a caridade, a paciência, humildade, benevolência e o perdão.

       Neste mês de junho, mês em que se comemora o Dia dos Namorados, peço para que todos casais, - namorados, noivos e casados – reflitam juntos e tentem colocar em prática, tudo o que São Paulo diz sobre o amor e a caridade, para que consigam viver uma vida harmoniosa e feliz, disse, a Irmã Luiza Tecilla.


ORAÇÃO PARA O DIA DOS NAMORADOS

“Ainda que eu falasse a língua dos homens e dos anjos, se não tiver amor, sou como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine. Mesmo que eu tivesse o dom da profecia e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência; mesmo que eu tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver amor; não sou nada. Ainda que distribuísse todos os meus bens em sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tiver amor, de nada valeria! O amor é paciente, o amor é bondoso. Não tem inveja. O amor não é orgulhoso. Não é arrogante. Nem escandaloso. Não busca seus próprios interesses, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade. Tudo desculpa. Tudo crê. Tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acabará. (i Cor. 13,1-8).

       Que o Sagrado Coração de jesus habite nos corações de tidos os casais.

Fernando M. Ribeiro                      

  DESEJO E AMOR

       Os desejos estão sempre presentes em nós. O ser humano é um ser pleno de desejos, projetos, propósitos. Antes de tudo, o desejo assinala uma ausência, algo que não possuímos, algo que não existe ainda na nossa vida. Cada ação humana, busca alcançar “algo”. Santo Agostinho definia o desejo como a sede da alma. O desejo é um drama em nossa vida.

       Para compreender a dramaticidade do desejo é necessária a seguinte pergunta: O que está na raiz do agir humano. Isso significa entrar na realidade dos nossos desejos não como meros observadores, mas influindo-se no fluir dos próprios desejos que move a construção das nossas ações e compreender como é possível encontrar a verdade contida nos desejos, isto é, segundo o dinamismo da própria ação na qual se manifesta.

       “Frequentemente os nossos desejos nos escondem nossos verdadeiros desejos”. Em outras palavras, no fundo não sabemos que coisa desejamos. E aquilo que desejamos essencialmente para a nossa vida, se torna pouco em relação à abertura de fundo do nosso verdadeiro desejo. O homem deseja sempre mais daquilo que ele crer desejar. A abertura do desejo humano é maior que a consciência que ele tem daquilo que deseja.  Existe uma desproporção entre a vontade que deseja e o objeto determinante da vontade. Isto move nossa ação a querer sempre algo mais.

       O Papa emérito, Bento XVI, diz que “o desejo representa um mistério”: de fato, nem sequer a pessoa amada é capaz de saciar o desejo que se aninha no coração humano, aliás, quanto mais autêntico é o amor para o outro, tanto mais ele deixa abrir a interrogação acerca de sua origem e de seu destino, acerca da possibilidade que ele tem de durar para sempre... Cada desejo que se apresenta ao coração humano, faz-se eco de um desejo fundamental que nunca é saciado plenamente. Este mistério envolve toda nossa existência.

       Na realidade o desejo é como o motor das nossas ações. O desejo está sempre presente nas nossas ações. O contrário é a preguiça, que leva a paralisia de nossas ações, ou ainda, a perda do gosto de viver. Se deixarmos de desejar se perde o movimento dinâmico da ação humana. Por exemplo, quando uma relação com uma pessoa esfria, a ação morre, isto é, não me movo na direção do outro, me fecho em me mesmo e deixo de construir o bem. “Esta polaridade do desejo, a abertura a um infinito e a sua origem na existência limitada de outra, não é um elemento reduzido, mas uma categoria intrínseca do próprio desejo”.

      E mais, o desejo possui em si uma racionalidade, pois está ligado com a vontade, como caminho de descoberta da verdade do homem que deseja conhecer.

O QUE FAZER COM O DESEJO?

              E os desejos mudos e cegos devem ser moderados? É isto que leva em relevo São Paulo e assumindo toda a Lei em único mandamento, quando afirma: “Não cobiçarás “ (Rm 7,7) O apóstolo indica a capacidade que o desejo tem em si mesmo de dominar completamente o homem. Então, o desejo que funda dinamicamente a liberdade pode converter-se em um cárcere para a própria liberdade.

       O caminho não é a negação ou a extinção do desejo, como solução a este drama intrínseco ao homem. A tentativa de harmonia absoluta do homem com o mundo, como uma espécie de Nirvana, não depende da negação dos desejos, mas de uma educação do desejo. É o caminho para purificar-se. Se deve aprender a desejar de modo justo. Saber saborear as alegrias autênticas.

       Numa frase de São Tomaz de Aquino encontramos uma luz, “amor praecedit desiderium” (o amor precede o desejo). Não podemos desejar se não amamos. O desejo é de consequência a manifestação a existência de um amor anterior; deste modo o amor transforma a dinâmica do desejo em esperança, e é esta que salva o desejo.

       Portanto, devemos buscar superar a tendência de certas ideologias, que tende a extinguir os desejos existentes em nós ou negá-los por ser compreendido como a perversão do homem, isto seria um equívoco. Seria aparentemente mais fácil rejeitar todos os desejos, mesmo que atraentes do que conduzi-los ao verdadeiro bem como uma expressão da liberdade e percepção do mundo.

      O desejo deriva do amor. O amor vem antes do desejo. Trata-se em receber em si a forma da pessoa amada, como uma promessa de satisfação. Antes de mover-se ao desejado, existe um dom de algo que promete, e porque promete permite desejar. Existe um amor que está antes do desejo. O amor é o lugar, onde torna possível o desejo purificar-se.

      É o amor que libera o desejo de sua tendência dominadora. O amor é a salvação do desejo, porque ajuda a liberar-se da sua inquietude, às vezes cega em relação ao seu destino. “A resposta à questão acerca do sentido da experiência do amor passa através da purificação e da cura do querer, exigida pelo próprio bem que se quer ao outro.

       Para ser realizada de um modo humano, o desejo deve ser incluído na sua verdade em relação ao amor antes de proceder ao seu dinamismo em direção à felicidade, ou a plenitude de uma vida. Devemos levar sempre em conta a finalidade dos desejos, isto é, se tal ação nos conduz a uma vida humana realizada, vale dizer de um ideal de vida.

       Não é a intencionalidade dos desejos que revelam a sua própria verdade, mas dependem de tal modo no qual o amor atrai o homem a agir, convertendo-se assim no fim da ação. O amor passa a ser a medida dos nossos desejos.

EM CRISTO

       A experiência de fé cristã, isto é, o encontro com Cristo não bloqueia o desejo e não impede que ajamos, ou melhor, o encontro com Cristo orienta nossos desejos. Cristo é a fonte da virtude como Cabeça do Corpo Místico que é a Igreja. Cristo unindo-se a sua igreja, a purifica e a santifica. “A ação humana encontra a sua fonte mais pura no amor que Deus doa ao homem em Cristo. Porém, este amor doado não cancela em nenhum modo o elemento humano do agir: o transforma, o mantém, porque o amor não suprime nada do amado.

       A amizade com Cristo penetra todo o nosso modo de agir, nos seus dinamismos e impulsos. A amizade com Cristo torna-se uma realidade estruturante do nosso ser. O encontro com Cristo permite-nos ficar os desejos no que realmente é bom e ele próprio concede a graça para consegui-lo. O consenso humano e divino alarga e enriquece a nossa vida chegando ao que verdadeiramente desejamos seja bom sem jamais perder a inquietação do nosso coração e se contentar com aquilo que se alcançou.

Pe. Renato Criste Covre – Mestre em Teologia do Matrimônio e da Família

 
 
 

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