12 - CACHOEIRA CELEBRA COM CARREATA, FOGOS E MISSA SOLENE, A PADROEIRA DO BRASIL
Fernando Mauro Ribeiro
12 de out. de 2021
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“Deus ofereceu ao Brasil a sua própria mãe”. (Papa Francisco). “Primeiro o corpo, depois a cabeça, em seguida a unificação do corpo e cabeça: a unidade. Aquilo que estava quebrado retoma a unidade. O Brasil colonial esteve dividido pelo muro vergonhoso da escravatura. Nossa Senhora Aparecida se apresenta com a face negra, primeiro dividida, mas depois unida, nas mãos dos pescadores.
Em Aparecida, logo desde o início Deus dá uma mensagem de recomposição do que está fraturado, de compactação do que está dividido. Muros, abismos, distâncias ainda hoje existentes estão destinados a desaparecer. A Igreja não pode descurar essa lição: ser instrumento de reconciliação”.
Com esta introdução quero registrar aqui o que fora esse 12 de outubro em Cachoeira Alegre. É um dia diferente. Mais que especial, especialíssimo. Já na alvorada se ouve o som dos fogos aqui e acolá; como que a dizer: “acorda, vamos celebrar com júbilo, a Festa de nossa Mãezinha do Céu, a Virgem de Nazaré, Nossa Senhora da Conceição Aparecida”!
Esse ano, em razão do mal tempo, a carreata que sai de Barão do Monte Alto, por volta das seis horas da manhã, não se concretizou. Normalmente, passa pela Vila Vardiero, visita a Capelinha de Nossa Senhora Aparecida, no bairro São Tomé, em Cachoeira Alegre, – onde é servido um lanche aos romeiros – e seguem depois para Silveira Carvalho e retorna a Barão, encerrando assim a romaria que se faz há alguns anos.
Na quadra poliesportiva no Parque de Exposições, por volta das oito horas da matina, o DJ Marreco fazia a alegria dos baixinhos com os hits já conhecidos da galerinha. O vereador Leozinho, responsável pelo evento, era só felicidade no meio da criançada
Antes mesmo dos ponteiros apontarem para o infinito, registrando meio dia, os fiéis devotos iniciam a queima de fogos. Esse ano, ela foi ainda mais intensa e mais extensa. Com duração de dezessete minutos, foi muito lindo ouvir o espocar dos fogos, olhar para o céu cachoeirense e vê-lo em tons de cinza clara, com a fumaça dos fogos que subiam pelos ares. Penso que os muitos pedidos dos devotos da padroeira, são levados a Deus por essa nuvem de fumaça que vejo ziguezaguear e sumir-se na imensidão.
É, a meu ver, uma forma dos filhos de Maria manifestarem sua fé. É óbvio que a Santa Eucaristia é mais importante que os fogos, as procissões, as carreatas. A Sagrada comunhão é o cerne da vida do cristão e, não tenho dúvidas de que o coração de Maria transborda de alegria quando nos vê, lá, contritos, celebrando o Memorial da Paixão, Morte e Ressurreição de seu filho Jesus. Tudo o que a Mãe de Jesus quer, é nos levar a Deus. Ela é a Estrela da Manhã a nos guiar, nos indicar o caminho.
Às 16:30 horas, era grande o número de veículos que aguardava no Parque do Flamengo para dar início à carreata que percorreria as principais ruas de Cachoeira Alegre. No cortejo, a imagem de N. S. Aparecida ia à frente, em carro aberto, belamente ornamentado com rosas brancas e ao fundo o Pavilhão Nacional; a bandeira do Brasil. Carros e motocicletas seguiram com os piscas alerta ligados, buzinas, fogos e hinos religiosos ecoavam pelos ares. Por onde a imagem passava, se via o olhar de gratidão, se ouvia uma prece, aplausos, corações contritos daqueles paroquianos que impossibilitados de irem à Igreja-matriz, prestavam sua homenagem à Mãe de Jesus e nossa Mãe.
A Missa solene foi celebrada pelo Padre João Pedro de Melo. Encenações, cânticos e orações demonstravam o entusiasmo e o fervor dos cristãos que se fizeram presentes. Hoje, nesse período, que ainda requer os cuidados em relação à Covid-19, nosso informativo checou que 173 pessoas participaram da celebração, recorde nesses tempos bicudos.
Nosso pároco, celebrou aqui, na Igreja-matriz São Sebastião em Cachoeira, a quinta missa nesse dia. Seu semblante denunciava o cansaço físico, mas nem por isso deixou de fazer uma homilia com a clareza de sempre, com a paciência de sempre. Dizia o Cura, ao final da celebração, não sacristia, após a missa, onde o procurei para agendar um encontro, em que eu falaria das obras de restauro do Museu em Cachoeira: “Amanhã, é dia de descanso. Nos falaremos na quinta-feira, pela manhã, quando estarei aqui, em Cachoeira Alegre, para “tocar” as obras da paróquia”.
Para concluir essa matéria, rezemos: “Ó Mãe de Cristo, Mãe de toda a humanidade, Mãe dos pobres, a vós, nossa prece de louvor, amor e gratidão. Maria, mãe de todas as gentes, padroeira de nossa Pátria, olha com bondade para os negros e os povos indígenas, para os moradores de rua e de favelas, para os que moram em prédios e condomínios, e a todos protegei com vosso amor materno.
Senhora Aparecida Virgem de cor morena e olhar sereno, estendei sobre nossa pátria, vossas mãos benditas, e fazei-nos caminhar nos caminhos de Jesus. Tocai no coração de vossos filhos e filha, leitores desse informativo. Guardai a todos em vosso amor de Mãe, e fazei-nos viver no amor de vosso Filho Jesus, hoje e sempre. Amém!
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