12 - BRASIL E SEUS MAIORES JOGADORES DE TODOS OS TEMPOS
Fernando Mauro Ribeiro
12 de set. de 2021
3 min de leitura
Atualizado: 28 de set. de 2021
Andrade: Um craque. Andrade era a saída de bola com qualidade, o passe preciso, o lançamento bem feito!
Nome: Luiz Andrade da Silva
Nascimento: 21-04-1957, em Juiz de Fora – MG.
Clubes: Flamengo (1975-1988), Roma – ITA (1988-1989), Vasco (1989-1990), Bacabal (1992).
Seleção Brasileira: (1983-1989), (9 jogos, 1 gol)
Em um texto sobre o duelo Flamengo versus Botafogo, publicado pela revista Placar em 1991, Bussunda relatava como se lembrava da adolescência. Marcado por uma goleada de 6 a 0, aplicada pelos alvinegros ao seu Flamengo, em 1972, passou nove anoa à espera da revanche. Perdeu a virgindade, tirou carteira de motorista, título de eleitor e continuava faltando alguma coisa, dizia o saudoso humorista, ator, comediante Bussunda.
Era a vingança do Flamengo. E então, em 1981, o Flamengo inaugurou uma goleada extraordinária sobre o velho rival. Quando chegou aos 5 a 0, o maracanã inteiro pediu: Mais um, mais um! E a bola sobrou para Andrade. Andrade, o número 6, autor do gol número 6
Com Andrade, o mundo de Bussunda – e da nação rubro negra – ficava completo. Mais que isso, com um volante clássico como Andrade, o fantástico time do Flamengo, que conquistou tudo, entre o segundo semestre de 1981 e o primeiro semestre de 1982, ficava perfeito. Andrade era a saída de bola com qualidade, o passe preciso, o lançamento bem feito.
Ou a arrancada da defesa para o ataque. Em 1988, jogando pela Seleção Brasileira, dirigida por Carlos Alberto Silva, disputava um amistoso contra a Áustria, em Viena. Dominou a bola na intermediária e saiu em disparada enfileirando jogadores. Passou por cinco zagueiros e pelo goleiro, antes de completar a obra de arte.
O gol ajudou a fazer com que fosse negociado com a Roma, e o fracasso na capital italiana atrapalhou sua convocação para a Seleção Brasileira – Copa do Mundo – 1990. O resultado é a lacuna em sua biografia: nunca disputou um Mundial.
Andrade é um símbolo rubro-negro, mas jogou no Vasco, em 1989, numa rápida passagem por São Januário, eternizou seu nome na história do campeonato brasileiro. Já tinha 4 títulos nacionais (3 campeonatos brasileiros e uma Copa União, o Campeonato de Futebol mais importante realizado no Brasil, em 1987), com a camisa do flamengo. Ganhou o quinto como reserva do Vasco e tornou-se o primeiro jogador com tantos títulos no currículo. A marca foi igualada por Zinho, em 2003.
Rodou ainda por clubes como o bacabal do Maranhão, antes de voltar a ter uma vida tipicamente rubro-negra.
Como um dos velhos ídolos do Flamengo, Carlinhos (que jogava na mesma posição que a sua) passou a vagar entre a sede social do clube e os vestiários do time profissional. Foi técnico dos juvenis, dos juniores, assumiu interinamente o time principal e virou um amuleto para os dias de aflição. Em 2004, como técnico, substituiu Ricardo Gomes e livrou o Flamengo do rebaixamento nas rodadas finais do Brasileirão.
Uma trajetória que produz injustiças por parte de quem não conhece a história. Como o goleiro Bruno, protagonista de uma briga num treino na Gávea, em 2009. Bruno acusou Andrade de nunca ter vencido nada como treinador (meses antes de conquistarem, juntos, o Campeonato Brasileirão). Como se isso fizesse a diferença na carreira de um craque que, entre outros feitos, produziu o alívio da vingança a uma geração inteira de rubro-negros.
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