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11 - ORAÇÃO DE JESUS NO GETSÊMANI

  • Fernando Mauro Ribeiro
  • 11 de abr. de 2022
  • 3 min de leitura

A Semana Santa teve sequência hoje, nessa segunda-Feira Santa, em todas as Paróquias, com a Procissão de Depósito. Quando os paroquianos, em procissão, seguem os passos de Nossas Senhora das Dores, até a Igreja do Rosário. É Maria, a Mãe que está à procura de seu Filho. Também, amanhã, Terça-Feira Santa, outra Procissão de Depósito. Desta feita, os fiéis caminharão com os passos de Nosso Senhor dos Passos,a caminho do Calvário, rumo à Igrejade São Vicente de Paulo, no bairro Bico Doce. Na Quarta-Feira Santa, conduzidas pelos fiéis, as imagens saem dos dois extremos percorrendo a Via Dolorosa,com destino ao Calvário. Esse encontro se dará no Pátio da Matriz São Paulo. Mãe e Filho se encontram e lá, será proferido o Sermão do Encontro. Enquanto isso, meditemos e rezemos a Oração de Jesus no Getsêmani, uma interessante e oportuna matéria de Dom Orlando Brandes – Arcebispo de Londrina, para os dias que antecedem o Encontro.

MEDITEMOS ORAÇÃO DE JESUS NO GETSÊMANI Jesus vai rezar sozinho. Sentiu pavor e angústia. Por isso rezava mais intensamente e procurou alívio buscando comunicar-se com os discípulos. Mas, eles, dormiam. Jesus volta a rezar. Reza com os Salmos. Caiu com o rosto em terra totalmente submisso ao Pai. A oração de joelhos, de prostração tem grande poder.

Jesus experimenta perturbação e angústia. Ele suou sangue entre brados e lágrimas. Estêvão, Pedro e Paulo também se prostraram em oração em situações difíceis. Assim fizeram os mártires. Jesus é o modelo dos mártires. Rezando venceu. Sem oração caímos na tentação. O Senhor ensina a rezar no Getsêmani e manda-nos rezar para vencer a tentação. Quem abandona a oração abraça a tentação. Quem não reza, cai. Escutemos a exortação de Jesus e perseveremos na oração. Nos acontecimentos mais centrais de sua vida, Jesus está rezando. Ele acreditava na oração, deu testemunho da oração, ensinou a rezar, rezando. Chama a atenção no Getsêmani a sonolência dos discípulos, portanto, a sonolência da Igreja, que permanece pelos séculos.

A Igreja dorminhoca é ocasião favorável para o poder do mal e o entorpecimento social. É um embotamento que leva à alienação, à mediocridade, à mesquinhez. Sem oração somos dorminhocos e cegos. Continuamos na tranquilidade, na mesmice, na acomodação, pior ainda, na presunção de que tudo estivesse bem. Dormimos na nossa autos satisfação. Essa sonolência nos afasta de Deus e nos faz fugitivos diante das situações devastadoras do mal. Na oração do Getsêmani, Jesus faz três experiências. Primeira,a experiência do medo, o pavor do abismo, a perturbação interior. Estes sentimentos, Jesus experimentou na morte de Lázaro e na ceia quando predisse a traição de Judas. Esta é a angústia primitiva da criatura diante da morte. Jesus, na hora da morte, se coloca diante do poder do mal e do poder destrutivo. Sofre a oposição do mal. Nesta hora, Jesus “se fez pecado”. (cf 2Cor. 5,12) A segunda experiência é a da resistência, da rejeição e da inutilização do seu sofrimento. Jesus vê seu sangue e toda a sua vida banalizada, inutilizada, desvalorizada. O Senhor percebe o poder da mentira,da soberba, da astúcia, da corrupção. O mal vem com máscaras do bem, mas é destruição, deturpação e aniquilamento da vida. O Senhor sente o horror, a imundície e a perfídia do mal. Ele sente-se rejeitado e inútil. A oração sustentou Jesus. Este é o caminho que devemos seguir. A terceira experiência é o duelo entre a luz e as trevas, a verdade e a mentira,a vida e a morte. Também o meu pecado estava naquela oração, naquele cálice horroroso. A vontade humana e a vontade divina de Jesus entraram em combate. A oração venceu a vontade humana e a glória do Pai manifestou-se. Jesus unifica a vontade humana com a vontade divina. Aqui ele realiza o que ensinou na oração do Pai-Nosso. Para fazer a vontade do pai, Jesus aceita o aniquilamento, a ignomínia, a humilhação e se entrega ao Pai filialmente, fielmente, amorosamente. Em toda a sua paixão Jesus pensava em mim, escreve B. Pascal. Ele me amou e se entregou por mim, escreve Paulo Apóstolo. Jesus é o amor de Deus por mim e pela humanidade. Diante do crucifixo os santos exclamaram. “Isso é o amor. É assim que se ama”. Deixemo-nos amar, acreditemos no amor. Que mais poderia Deus ter feito? No jardim do Getsêmani, onde se esmagavam azeitonas, Jesus, o novo Adão, esmagado até ao sangue, recuperou o jardim do Éden. Ele transformou o deserto em jardim. Num jardim acontecem a traição, o sepultamento e a ressurreição de Jesus. Nossa terra desertificada pelo poder destrutivo do mercado, precisa jardineiros do novo céu e nova terra. Salvemos o jardim que o Criador nos confiou para cuidar e cultivar.

Dom Orlando Brandes – Arcebispo de Londrina

 
 
 

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