Uma história que nos chega da cidade de Vieiras MG. “Deus se encanta conosco, dando-nos uma história de vida...”
“Era noitezinha quando eu subia na garupa do cavalo do meu pai e íamos para a reza”, disse minha mãe numa conversa sobre sua infância. “Eu colocava um tamborete para ter altura e subir no animal”, completava ela. Meu avô era rezador. Num pequeno povoado aonde o padre ia de vez em quando, o Francisco Lopes, conhecido como Chico Lópi – assim se pronuncia – cruzava as estradas para rezar onde o convidavam.
Munido do seu livro de orações com ladainhas e cantos populares, ele tinha a missão de levar conforto espiritual às famílias em momentos de alegria e tristeza; ele era o portador da oração. Num desses dias em que a curiosidade e o tempo disponível se acertam, conversei com a minha mãe sobre a sua infância. Deveríamos fazer isso mais vezes... ouvir, sentir a história, o tempo e a sabedoria que estão presos ali, no coração deles. Basta uma pergunta para que as histórias carregadas de sentimento, beleza e alegria venham à tona.
Minha cidade, Vieiras – MG, naquele tempo chamada de Babilônia, era bem menor – ainda hoje é pequena – e me encantava saber que a praça central era mato com uma e outra casa. E ela ia com as amigas, de um lado para o outro, em vicinais que se formavam entre uma casa e outra. Minha mãe, amante da leitura, disse que sua professora, explicava que ela deveria ler observando as vírgulas e pontos, para que a leitura ficasse bonita. Quando a vejo ler, lembro-me do que ela disse e observo como procura seguir o ensinamento.
Deus se encanta conosco dando-nos uma história de vida e, neste mês, celebramos a maior de todas, o nascimento do seu Filho Jesus. Que esse nascimento seja o renascimento de todos nós para contarmos e recontarmos as nossas histórias, sem medo do que fomos e do que queremos ser. Ótimo e especial Natal a todos. Obrigado pela companhia ao longo deste ano.
Pe. Air José de Mendonça – extraído da Revista Brasil Cristão
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