Primeiro, deixe-me dizer quem é Carlo Acutis, porque creio que muitos de nossos leitores perguntarão: quem é esse cara? Já há algum tempo, a vida desse menino, um adolescente, que morreu aos 15 anos e que está em processo de beatificação, me despertava curiosidade. Li um artigo no finzinho de 2018 – numa dessas revistas de conteúdo católico - que falava dos servos de Deus, cujas virtudes heroicas eram reconhecidas como tal pelo Papa no dia 05 de julho de 2018. Ou seja, a Igreja, através do Papa Francisco reconhece que o jovem Carlo Acutis viveu as virtudes cristãs em nível heroico, o que permite que o seu processo de beatificação dê um passo a mais à reconhecida aprovação pública do seu culto.
O processo de beatificação e o processo de canonização são passos que a Igreja dá até propor uma pessoa como exemplo para os cristãos e como intercessor. É longo e não vou falar disso agora, embora possa abordar o tema noutra ocasião.
Numa dessas minhas idas ao Rio de Janeiro - e quase sempre minha permanência se estende por mais algum tempo – costumo, dentre outras coisas, visitar livrarias. Foi, pois, numa dessas minhas andanças por Ipanema, quando visitei a belíssima Matriz de Nossa Senhora da Paz, na praça de mesmo nome, entrei numa livraria e comprei seis livros, dentre eles: “Não eu, mas Deus” a biografia de Carlo Acutis, e o li naquele mesmo dia, tamanho era o meu desejo de saber mais sobre aquele jovem menino.
O Papa Francisco disse, sobre Carlo Acutis: “Carlo não caiu na armadilha. Via que muitos jovens, embora parecendo diferentes, na verdade, acabam por ser iguais aos outros, correndo atrás do que os poderosos lhes impõem, através dos mecanismos de consumo e distração. Assim, não deixam brotar os dons que Deus lhes deu, não colocam à disposição deste mundo as capacidades tão pessoais e únicas que Deus semeou em cada um. Na verdade, ‘todos nascem’ – dizia Acutis – ‘como originais, mas muitos morrem como xérox’. Não deixe que isso lhe aconteça!” exorta o nosso pontífice.
“Os santos não são super-homens, nem nasceram perfeitos. Eles são como nós, são pessoas que antes de alcançarem a glória do Céu, levaram uma vida normal, com alegrias e sofrimentos, dificuldades e esperanças. Mas o que mudou a sua vida? Quando conheceram o amor de Deus, seguiram-no com todo seu coração, de maneira incondicional, sem hipocrisias; dedicaram a própria vida ao serviço do próximo, suportaram sofrimentos e adversidades sem ódio, respondendo ao mal com o bem, difundindo alegria e paz. Esta é a vida dos santos. Os santos nunca odiaram. O ódio não vem de Deus, mas do demônio! E os santos afastaram-se do demônio. O amor é de Deus. Os santos são homens e mulheres que têm alegria no seu coração e que a transmitem aos outros. Nunca odiar, mas servir os outros, os mais necessitados; rezar e viver na alegria: eis o caminho da santidade!” Diz, O autor do livro, Ricardo Figueiredo.
Essas palavras assentam perfeitamente no perfil de Carlo Acutis. Ele levou uma vida normal: nasceu numa família normal, cresceu como qualquer criança, tinha amigos, brincava, jogava playStation e Pokémon, via desenhos animados. Conheceu profundamente o amor de Deus, particularmente na devoção à santíssima Eucaristia. Falava com Jesus, rezava todos os dias o Terço. Procurava superar os defeitos e os pecados que o afastavam do amor de Deus e que o impediam de seguir mais perfeitamente o Cristo. Não colocou qualquer condição a Deus; antes, entregou-se sempre totalmente à sua vontade, procurando em cada gesto, em cada palavra, em cada pessoa que encontrava, a melhor forma de servir.
Ficou famoso pelo cuidado que tinha pelos últimos: os colegas de escola que por algum motivo eram postos à parte pelos outros, as crianças menores e frágeis, os necessitados, de forma particular os sem teto. Em tudo é característica de Carlo, o seu sorriso, de uma alegria profunda e verdadeira. Uma alegria que sempre o acompanhará, mesmo momentos antes de morrer, com um sofrimento terrível, como testemunha uma enfermeira do hospital onde faleceu: todas as suas respostas começavam por um sorriso.
Ditas essas coisas, penso que já sabes um pouquinho mais sobre Carlo Acutis, não é mesmo? Suas relíquias passaram por Muriaé, estiveram em visita a Paróquia São Paulo, nessa sexta-feira, 16 de setembro. O encontro marcado para as 15:00 horas, teve início às 15:30, quando compareceram muitos paroquianos, alunos de associações religiosas como o Colégio Santa Marcelina e de outras escolas. Adultos também lá estiveram para participarem da celebração da santa Missa, pelo Padre Wanderson, como me dissera, posteriormente, a irmã Gema e que confirmou Padre Egberto, posteriormente, quando nos encontramos na capela do colégio Santa Marcelina, para a celebração da Santa Missa, às seis horas da matina.
“A igreja, não estava cheia como se esperava, mas houve uma grade participação dos jovens”, disse o sacerdote. “O celebrante, um padre jovem, fez uma Missa muito bonita e é gratificante ver os jovens presentes também nesse momento tão significativo para a nossa Igreja”, acrescentou a Irmã.
De fato, é motivo de regozijo saber que tantos jovens se fizeram presentes numa sexta-feira, num horário nada convencional, em dia de aulas escolares e com todo o apelo do mundo que nos acena com outros convites aparentemente mais atraentes. “Participar da Eucaristia é estar diante de Jesus realmente presente. Acima de tudo, Carlo teve uma consciência muito clara e profunda da presença real de Jesus Cristo na Eucaristia.
Ele tinha uma rara percepção desse mistério, que hoje em dia é tantas vezes ignorado ou desprezado pelos católicos. Acutis sublinhava este aspecto de maneira muito concreta, de tal forma que criou, com a ajuda dos pais, uma exposição sobre os milagres eucarísticos no mundo. Viveu verdadeiramente como apóstolo da Santa Missa e procurava que muitos participassem da celebração.
Um dia, ele subirá aos altares de nossas igrejas na terra, pois como Beato que é, já encontra-se no Céu, intercedendo por nós. Se você for do tipo que gosta de rezar, segue uma oração que foi distribuída na ocasião:
ORAÇÃO AO BEATO CARLO ACUTIS
Ó Deus, nosso Pai, obrigado por nos ter dado Carlo Acutis, modelo de vida para os jovens e a mensagem de amor para todos. Tu o fizeste se apaixonar pelo Teu filho Jesus, fazendo da Eucaristia a “sua estrada para o céu”. Tu deste Maria como uma Mãe muito amada, e Tu fizeste com que o Rosário se tornasse uma expressão de sua ternura. Acolhei sua oração por nós. Olhai sobretudo para os pobres, a quem ele amou e ajudou. Também a mim concedei, através da sua intercessão a graça que preciso: (pede-se a graça de que necessitas) E fazei com que a nossa alegria seja completa. Que o sorriso de Carlo Acutis continue brilhando para nós entre os santos da nossa Santa Igreja, para a glória de Seu nome Jesus.
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