10 – TRÊS AEROPORTOS NUM SÓ DIA: ESTOU EM BELO HORIZONTE, NOSSA CAPITAL
Fernando Mauro Ribeiro
10 de abr. de 2024
3 min de leitura
Saímos do Galeão, no Rio de Janeiro, escala em Viracopos, Campinas e seguimos para o aeroporto de Confins em Belo Horizonte. Aqui estamos nós, já hospedados no quarto 1205 no décimo quinto andar do hotel Dayrell, na rua Espírito Santo, em BH. Pena que com as alterações de rota e horários do voo, não conseguimos chegar cedinho na capital mineira para fazermos um passeio – fora da programação da agência de turismo que contratamos – a Brumadinho e visitar o Museu de Inhotim, como era nossa intenção. Mas, estamos bem, já instalados, um hotel no centro, um bom banho, um chope e o jantar no Shopping Cidade.
E se estamos em Belo Horizonte, não disse ainda o nosso “Uai”. Não tive oportunidade, contudo, não resisto e digo: Ô TREM BÃO! Estar em Minas Gerais é assim, estar em Belo Horizonte é experimentar mesa farta, cena cultural fervilhante e o povo mais conversador desse país que faz do antigo Curral Del Rei uma das cidades mais interessantes para se passar uns dias de folga – passeio que se completa com uma esticada às cidades históricas como Ouro Preto, Mariana, Sabará, Tiradentes...
Ô TREM BÃO, SÔ!
Nem bem os passarinhos começaram a cantar, já de banho tomado, chego na janela, contemplo o belo horizonte, nos corredores do hotel – acho que sobem nos elevadores – o aroma das cozinhas, já espalham no ar o cheiro doce de café fresco e o bolo de milho saindo do forno. As notas mais azedinhas ficam por conta dos pães de queijo feitos na hora, que criam uma espécie de corrente aromática entre as moradias da região.
A linguagem aqui é toda própria. Basta cantar um pouquinho e deixar as sílabas finais das palavras escorregarem da boca que (quase) dá para parecer um mineiro, disse para a amiga Beth, uma carioca que viajara conosco.
Fernando Mauro Ribeiro
UM ROTEIRO PELA ARQUITETURA, ARTE E GASTRONOMIA
A encenação completa pede um sorriso no rosto que nunca se desmonta e uma constante disposição para se trocar um dedo de prosa. Não importa em cidade você esteja, a vida nos 586.528 quilômetros quadrados de Minas Gerais funciona assim. Dia sim, outro também.
Capital do estado desde 1897, quando ainda se chamava cidade de Minas, Belo Horizonte é a primeira cidade moderna planejada do Brasil. As obras de Oscar Niemayer, ícone da arquitetura moderna estão espalhadas nos 331 quilômetros quadrados de área urbana da região, caracterizada por seus morros e baixadas de beleza peculiar.
Construída dentro do Contorno, avenida de 13 quilômetros de extensão, que como o nome entrega, circunda todo o território antes conhecido como Curral del Rei – batizada assim porque era ponto de parada de viajantes que conduziam o gado da Bahia em direção às minas – Belo Horizonte vem extrapolando os limites determinados e criando novas áreas de moradia e lazer.
Com fama internacional, a gastronomia mineira continua sendo o maior atrativo da cidade, que tem ainda uma forte cena cultural. Construída a partir dos produtos emblemáticos do receituário mineiro – ponha-se nessa sacola, milho, carne de porco, galinha, jiló, quiabo, mandioca, pimenta, cachaça, café e outras gostosuras – a cozinha belo-horizontina passeia entre a tradição e a modernidade.
O nome mais badalado da cidade, hoje, é o Léo Paixão que muito antes de atuar como jurado no reality de culinária Mestre do Sabor, da TV Globo, ou ganhar popularidade com os vídeos de receitas do dia a dia que começou a publicar no Instagram durante a pandemia, já era referência em Belo Horizonte. O mestre tem a habilidade transformar produtos corriqueiros em pratos de alta gastronomia.
Há também a Cervejaria Viela e o Juramento 202, o Forno da Saudade apresenta massas preparadas à perfeição com vistas altas da cidade, na calçada da ex-colônia agrícola Carlos Prates.
Visitar os Mirantes de Belo Horizonte e admirar a vista que deu nome à cidade, como o da Praça do Papa, é outro programa que merece ser explorado. O mesmo vale para o Palácio das Artes, o Palácio da Liberdade, antiga sede do governo, o Centro Cultural Banco do Brasil com interessantes mostras temporárias e o Museu das Minas e do Metal, cuja exposição permanente interativa, educa e diverte ao mesmo tempo.
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