09 – MORRE AOS 86 ANOS, O DRAMATURGO ZÉ CELSO MARTINEZ CORRÊA
- Fernando Mauro Ribeiro
- 9 de jul. de 2023
- 2 min de leitura
Morreu nessa madrugada de quarta-feira 06-07-2023, de falência múltipla dos órgãos, aos 86 anos, o dramaturgo José Celso Martinez Corrêa. Ele havia sido internado na UTI do Hospital das Clínicas, em São Paulo, após sofrer queimaduras em um incêndio em seu apartamento no bairro do Paraíso. O velório foi no Teatro Oficina, fundado por ele, no bairro do Bixiga.
Nascido em 1937, em Araraquara, interior paulista, Zé Celso é considerado um dos principais dramaturgos do país, e tem seu nome associado desde 1950 ao Teatro Oficina, uma das mais importantes companhias brasileiras. O grupo chamou a atenção em meio à ditadura Militar, pelo estilo arrojado de montagem em que o público interagia e o elenco se despia de tabus, contestando fatos e normas sociais.
Diversos artistas lamentaram a morte do artista, como o ator José de Abreu, Fabio Assunção, Matheus Nachtergaele, entre outros. Reynaldo Gianecchini, de 50 anos, deu seus primeiros passos como ator, no teatro Oficina. “Zé Celso é a pessoa mais transgressora e livre com quem tive a oportunidade de cruzar na minha vida”, disse ele.
Por causa do Teatro, ele travou uma batalha judicial por 40 anos contra o apresentador Silvio Santos. Em 1980, o dono do SBT adquiriu o terreno no entorno do Teatro Oficina, onde pretendia construir três prédios de até cem metros de altura. Silvio Santos e Zé Celso se encontraram diversas vezes, mas as tentativas de conciliação foram frustradas.
Juntos há 37 anos, José Celso Martinez Corrêa e o marido Marcelo Drummond haviam se casado no último mês, com uma grande festa. Os dois viveram uma “união amorosa, criativa e orgiástica” como descreveu o convite para a cerimônia que ocorreu na sede do Oficina.
O dramaturgo tentou convidar Silvio Santos para a celebração e pediu o terreno “vazio e improdutivo”, em suas palavras, como presente. Silvio não foi à festa. Apesar de detestar novelas, Zé Celso resolveu experimentar o formato em 2011, quando tinha 74 anos, em “Cordel Encantado”. No folhetim, ele viveu o astrólogo Amadeus, conselheiro do rei Augusto (Carmo Dalla Vechia).
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