Os festejos juninos são iniciados com as novenas para Santo Antonio, atingem o ápice com a festa de São João e terminam com a homenagem a São Pedro, aquele que segundo a tradição católica é o guardião das portas do céu. Este período é o que mobiliza todo o Estado do Nordeste, para sua maior manifestação cultural.
Seja no interior ou nas capitais nordestinas, o forró come souto. Não importa se numa palhoça, no centro, ou num grande Forródrómo, o que o povo quer, é celebrar.
Os dias mais animados e aqueles que mais animam a população, são aqueles próximos ao dia 24, dia de São João, o mais popular, o mais homenageado dos três santos.
É costume no dia 23 de junho, véspera do dia santo, acender uma fogueira para relembrar segundo a tradição popular, do nascimento de João Batista, primo de Jesus e uma figura bíblica notória por seu profetismo.
A fogueira, tradição dos festejos juninos, é armada pelas famílias ou grupos de amigos nas calçadas das casas. Na Bahia, a fogueira também aparece como elemento ritualístico, pois ela é utilizada para fortalecer amizades e selar apadrinhamentos de crianças e até mesmo de adultos e são os chamados comadre/compadre de fogueira.
Além da fogueira, outros elementos compõem esta festa que é sagrada por sua referência aos santos católicos, mas também profana, pois incorpora elementos da cultura local, com a irreverência do caipira e seus modos. É uma grande celebração da colheita do milho, que fora plantado no dia de São José, 19 de março.
É a celebração da cultura rural, do homem e da mulher do campo. As músicas, a comida, as danças e dos seus espaços por excelência: a roça.
No dia de São João, as famílias preparam os mais deliciosos quitutes e aguardam a visita dos amigos, parentes, vizinhos e até desconhecidos que vão passando pelas ruas e se comunicam: “São João passou por aí”? Essa é a deixa para que as pessoas compartilhem daquilo que têm.
Por isso, “uma festa arretada n: quadrilha, casamento caipira, forró, licor, um pode fartár essas coisa bôa”: quadrilha, casamento caipira, forró, licor, canjica, bolo de milho, amendoim, milho assado, mugunzá, fogueiras, bandeirolas, palhoças (onde acontece o forrobodó) fogos de artifícios que são os prediletos das crianças.
Há uma ferrenha competição entre a Cidade de Campina Grande, na Paraíba – terra de Elba Ramalho – Juazeiro do Norte e outras, para ver quem realiza o melhor São João a cada ano. E o entusiasmo é tanto, que o Nordeste vira um gigantesco arraiá, colorido, alegre, atraente, hospitaleiro... Festa que atrai milhares de turistas, os voos para a região partem lotados, os hotéis em sua maioria ocupados.
Só indo mesmo pra conferir esse lindo visual, provar da culinária, conhecer um pouco mais da cultura da região e, com certeza, testemunhar o que digo e voltar no ano seguinte.
É importante ressaltar que cada Estado do Nordeste tem uma peculiaridade, barcos de fogo em Sergipe, espadas luminosas na Bahia, o cangaço em Pernambuco. Cada um, a seu modo, faz com que esta seja a maior e a mais querida festa do povo nordestino. Viva São João! Anarriê!!!
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